Publicação do W3C Brasil explica a pessoas com deficiência como navegar na Web
Novo fascículo da Cartilha de Acessibilidade na Web, elaborado em parceria com MPSP, detalha ao público-alvo da acessibilidade na Web as tecnologias disponíveis
Quem são as pessoas que se beneficiam de uma Web mais acessível? O terceiro fascículo da Cartilha de Acessibilidade na Web descreve o público-alvo, o conceito de "pessoa com deficiência", as dificuldades que encontra ao navegar em uma página web sem acessibilidade, e as tecnologias que podem ser utilizadas e proveem autonomia na rede às pessoas com deficiência. Lançada nesta sexta-feira (7/12), a publicação do escritório brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C Brasil), iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), foi elaborada em parceria com Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e está disponível para download gratuito, nos formatos HTML, ePub e PDF, em: https://www.w3c.br/Materiais/PublicacoesW3C.
O lançamento aconteceu durante evento promovido pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) em alusão ao 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, instituído pela Organização das Nações Unidas. Segundo o Censo do IBGE de 2010, entre os 190 milhões de brasileiros, 45,6 milhões possuem algum tipo de deficiência, seja visual (18,6% da população), física (7% da população), auditiva (5,1% da população) ou intelectual (4,1% da população).
O fascículo "Conhecendo o público-alvo da acessibilidade na Web" explica que grupos de pessoas que não possuem deficiência, como pessoas idosas que comumente possuem algum nível de comprometimento visual, auditivo, motor, intelectual, ou uma combinação destas, também se beneficiam de uma Web mais acessível. "A acessibilidade se refere à utilização da Web em igualdade de oportunidades, com segurança e autonomia. Para as pessoas com deficiência, o acesso à Web sem qualquer barreira é ainda mais significativo, pois, na maioria dos casos, essa é a única possibilidade de acesso à informação e comunicação", enfatiza Vagner Diniz, gerente do W3C Brasil.
Voltada aos gestores, empresários, desenvolvedores, web designers e produtores de conteúdo, o terceiro fascículo trata ainda de questões como a “invisibilidade” e a emancipação das pessoas com deficiência, a diversidade das deficiências e tecnologias de apoio que possibilitam o acesso à Web, como programas leitores de telas e tradutores de libras. "O objetivo deste fascículo é, principalmente, estimular a empatia do leitor com as mais diversas formas de navegação. Entendendo como as pessoas com deficiência navegam, fica muito mais fácil compreender as necessidades técnicas e implementar recursos para garantir que a Web seja efetivamente de todos e para todos", ressalta Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento Web do W3C Brasil e um dos autores da publicação.
O fascículo lista mais de quarenta barreiras para as pessoas com deficiência ao acessarem a Web, entre elas: a falta de navegação pelo teclado, que afeta principalmente pessoas com deficiência visual em geral e física; elementos não textuais sem equivalência em texto (imagens, botões, controles de áudio e vídeo sem alternativa em texto); falta de identificação quando de mudanças no idioma do texto (impede a identificação correta pelos leitores de tela); textos alinhados à esquerda e à direita, criando espaços irregulares entre as palavras que podem dificultar a leitura para muitas pessoas, etc.
Cartilha de Acessibilidade na Web
Os fascículos I e II da Cartilha de Acessibilidade na Web do W3C Brasil já apresentaram conceitos sobre o tema. O primeiro fascículo detalhou as definições e a importância do desenho universal de uma página web. Já o segundo fascículo apresentou os benefícios de se tornar a Web acessível, e as legislações que protegem o cidadão no caso de encontrar uma barreira de acesso em páginas. Todo conteúdo publicado é debatido e validado pelo Grupo de Trabalho de Acessibilidade na Web (GT Acessibilidade na Web) do W3C Brasil, formado por 120 participantes, entre especialistas em acessibilidade e pessoas com deficiências. Acesse as publicações: https://www.w3c.br/Materiais/PublicacoesW3C.
Sobre o escritório brasileiro do W3C
Por deliberação do CGI.br, o NIC.br agrega as atividades do escritório do W3C no Brasil - o primeiro na América do Sul. O W3C é um consórcio internacional que tem como missão conduzir a Web ao seu potencial máximo, criando padrões e diretrizes que garantam sua evolução permanente. Mais de 80 padrões foram já publicados, entre eles HTML, XML, XHTML e CSS. O W3C no Brasil reforça os objetivos globais de uma Web para todos, em qualquer dispositivo, baseada no conhecimento, com segurança e responsabilidade. Mais informações em: https://www.w3c.br/.
Sobre o Ceweb.br
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web, fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos, pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais informações em https://www.ceweb.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (https://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (https://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (https://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (https://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (https://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (https://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (https://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios de multilateralidade, transparência e democracia, o CGI.br representa um modelo de governança multissetorial da Internet com efetiva participação de todos os setores da sociedade nas suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://www.cgi.br/principios). Mais informações em https://www.cgi.br/.
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