Ministro-chefe do GSI participa de reunião de Câmara de Segurança do CGI.br

Representante do Governo Federal esteve na sede do NIC.br em São Paulo e teve oportunidade de conhecer o trabalho da entidade e do Comitê Gestor

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Marcos Antonio Amaro dos Santos, esteve nesta sexta-feira (11) na sede do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) em São Paulo (SP), onde participou da primeira reunião do ano da Câmara de Segurança e Direitos na Internet do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A autoridade foi recebida pela coordenadora do CGI.br, Renata Mielli; pelo Secretário Executivo do CGI.br, Hartmut Glaser; pelo Diretor de Serviços e Tecnologia do NIC.br, Frederico Neves; e pelo conselheiro do CGI.br Percival Henriques de Souza.

Durante a reunião, o ministro teve oportunidade de conhecer o trabalho realizado pelo CGI.br e NIC.br, com foco especial nas atividades do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), a partir de apresentação de Lucimara Desiderá, Analista de Segurança do CERT.br|NIC.br. Também esteve em pauta a Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber), conjunto de diretrizes e ações elaboradas pelo governo federal para fortalecer a segurança cibernética no país.

"Parte das respostas que são buscadas na Estratégia Nacional de Segurança Cibernética estão em atividades que o NIC.br já executa. Por exemplo, a maturidade cibernética no Brasil hoje é medida por um estudo de Oxford, enquanto já estamos, por meio do Cetic.br, medindo há 20 anos o acesso e uso das Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil. Os responsáveis pela capacitação do próprio GSI, à época em que foi criado, foram profissionais do CERT.br. Chama atenção do Ministério e do próprio Governo a capacidade do NIC.br de atuar nestas frentes. Esta não foi uma visita protocolar, mas uma importante reunião de trabalho, com discussões sobre aspectos do que o NIC.br faz hoje, e que são extremamente importantes para a Estratégia", comenta Percival Henriques, que coordenou o Grupo de Trabalho criado para elaborar a Estratégia Nacional de Segurança Cibernética.

A coordenadora do CGI.br, Renata Mielli, pontuou que a cibersegurança é um dos temas prioritários para o CGI.br, assim como conectividade significativa e regulação de plataformas, entre outros. "Para que possamos ter um ambiente digital realmente inclusivo, ele precisa ser seguro. Fraudes bancárias e desinformação, por exemplo, permeiam o debate sobre cibersegurança que temos feito. Além dos temas específicos relacionados a nossa agenda, o GSI pode contar com o Comitê Gestor e NIC.br como parceiros no debate e diálogo sobre Internet", enfatizou Mielli.

"Todos os nossos recursos vêm da sociedade brasileira por meio do registro de domínios ‘.br’. Investimos para manter o CGI.br e o NIC.br, e devolvemos o excedente em projetos e melhorias para a sociedade. É um grande diferencial, pois poucos países possuem algo semelhante. É um modelo vencedor em todos os sentidos", pontuou Glaser, que também chamou atenção para o pioneirismo brasileiro em boas práticas de participação multissetorial, garantindo ao CGI.br reconhecimento internacional por seu modelo de governança da Internet.

"O modelo multissetorial do CGI.br foi muito elogiado pelo GSI, que olha para essa composição formada por diversos setores como uma estratégia para resolver questões importantes. Tanto que este também é o modelo do Conselho de Cibersegurança, inspirado no Comitê Gestor, que faz escola não só fora do país, como também dentro do próprio Governo. Essa é uma característica inovadora, pois a maioria das Estratégias Nacionais de Segurança Cibernética é pautada a partir de um Conselho formado apenas por representantes de governo ", observou Percival Henriques, que enfatizou ainda a importância da segurança cibernética –, de acordo com Henriques, estima-se que o impacto dos crimes cibernéticos no Brasil seria na ordem de trilhões de reais. "É necessária uma Estratégia robusta para cuidar não só da reação aos crimes, mas também da prevenção e capacitação da sociedade brasileira".

O Diretor de Serviços e Tecnologia do NIC.br, Frederico Neves, lembrou que o domínio ".br" é um dos precursores em tecnologias de segurança, a exemplo do uso do DNSSEC (Domain Name System SECurity extensions), que assegura que o conteúdo do DNS (Domain Name System ou Sistema de Nomes de Domínio) é corretamente validado, impedindo ataque à resolução de nomes e garantindo a origem das informações. "O .br é o oitavo domínio de código de país com mais registros, o Brasil é o segundo país com mais ASN (números de Sistemas Autônomos) no mundo e segundo em uso de DNSSEC e com mais espelhos de servidores-raiz", ressaltou Neves, que enfatizou ainda o papel do IX.br, maior conjunto de Pontos de Troca de Tráfego Internet (PTT) do mundo.

Durante a tarde, a reunião discutiu – já sem a presença do ministro – o planejamento de 2025 da Câmara de Segurança e Direitos na Internet, que atua dentro de um espaço temático especializado, aprofundando discussões e sugerindo ações de interesse do CGI.br para o cumprimento de sua missão na perspectiva da melhoria da Internet no Brasil e sua governança.

Uma das quatro Câmaras Técnicas de Consultoria criadas pelo Colegiado, ela é formada por representantes dos setores governamental, empresarial, Terceiro Setor e Comunidade Técnica e Científica e coordenada por Percival Henriques, integrante do CGI.br no Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber), juntamente com a gerente do CERT.br, Cristine Hoepers.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte:  Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/.