W3C: 6 dicas para programar sites e apps acessíveis a todos
IT Web - 13/03/2012 - [ gif ]
Assunto: Acessibilidade
O W3C Brasil lidera uma competição entre desenvolvedores com o foco em sites e aplicativos acessíveis, com premiação que chega a R$ 30 mil. O conceito abrange tanto portadores de necessidades especiais – como deficientes visuais e pessoas com dificuldades motoras – quanto facilidade de navegação em ambientes, seja qual for o dispositivo utilizado para a navegação (smartphone, tablet ou PC). Mas o que um programador deve levar em consideração para produzir dentro dessa premissa? O desenvolvedor web da entidade, Reinaldo Ferraz, explicou seis regras básicas para isso.
“Independentemente do motivo, o lema é trabalhar por uma web única, para que o ambiente seja independente do dispositivo ou da forma como a informação é acessada. Nos primórdios da internet, nos anos 90, o desenvolvimento de páginas era feito especificamente para determinados navegadores. Hoje, isso está no passado e todos os browsers seguem um padrão internacional”, lembrou Ferraz, ao explicar que é possível mudar a forma de trabalhar em prol de um ambiente onde todos possam ter contato com o conteúdo web.
1. Tamanho dos links: quando for criar um link para que o internauta acesse determinado conteúdo, o desenvolvedor tem de ter em mente que o espaço do botão tem de estar em um tamanho acessível. Imagine uma pessoa que não tem destreza no uso dou mouse, seja por tetraplegia, seja, por falta de habilidade. É preciso que o ambiente seja de fácil acesso
2. Deficiência visual: uma pessoa com pouca ou nenhuma capacidade visual precisa de um software leitor de tela, que é basicamente um leitor de código, para conseguir navegar em sites. O programa vai ditando os conteúdos que o internauta encontra no ambiente. Normalmente, as páginas travam nas imagens. “Para tornar uma foto acessível, é preciso que, no script, o desenvolvedor coloque o texto alternativo desta imagem, explicando quais informações constam nela. Se é a imagem do Cristo Redentor, é preciso que essa descrição esteja disponível”, explicou. “Se a foto é só ilustrativa, tudo bem. mas uma foto com informação deve ter um recurso adicional caso ela não carregue no browser da pessoa. O ideal seria preencher o atributo alt dentro das imagens, com um texto alternativo para o caso de ela não ser carregada”, adicionou.
3. Preenchimento de formulários: preencher dados pode parecer um trabalho simples para quem tem total condições de movimentar um mouse e usar o teclado sem complicações. Contudo, para pessoas com dificuldades motoras, que navegam com auxílio da tecla Tab ou que se valem de comandos oculares, a situação fica complicada. Neste caso, Ferraz aconselha que seja feita uma relação dos campos e formulários com seu rótulo do que ele chama de uma forma adequada. “É preciso usar o label para fazer a relação entre os campos. É preciso escrever o que o campo representa e fazer a relação entre ele, com input type, para que seja relacionado diretamente com o elemento. A relação de label com campo de formulário, com radiobox e checkbox, representa um ganho não só de acessibilidade mas de usabilidade”, disse.
4. CAPTCHA: o recurso de digitar caracteres para enviar um comando ao site, provando que você não é uma máquina, também dificulta o acesso a informações. Além da própria dificuldade de ver o que está escrito na imagem, softwares leitores de tela não conseguem explicar qual o seu conteúdo. Além disso, alguns estudos mostram que plug-ins de Firefox conseguem quebrar esse artifício, que seria para segurança. “O mais seguro tem 70% de chance de ser quebrado. Então, você tem uma situação de uma tecnologia que dificulta acesso das pessoa e as máquinas, por sua vez, conseguem acessar”, pontuou. O especialista aconselha que, no lugar de utilizar o artifício, a pessoa deve colocar perguntas em modo de texto que sejam simples, mas que os robôs não consigam responder, os exemplos são: que dia vem antes de terça-feira.
5. Navegação via Tab: é importante haver atalhos para navegação via Tab. “É preciso que haja a opção para que a pessoa pule conteúdos repetidos, senão, ela pode ter de teclar o Tab em mais de mil itens até chegar lá”, contextualizou.
6. Aplicativos: a acessibilidade deve ser levada em consideração mesmo para programas baixados de lojas virtuais. Ferraz citou o exemplo de uma modalidade do jogo tétris baixada do Android Market, que usa a combinação de cores como elemento para marcar pontos. Pessoas com daltonismo têm dificuldade de diferenciar cores. Então, a opção deste joguinho é criar alternativas. “Existe a opção de inserir uma imagem nas bolinhas, para que a pessoa não considere a cor para marcar pontos, mas sim, imagens”, explicou.
Comente: você acha que é mais difícil programar um ambiente acessível?