Unesp é considerada case positivo de IPv6 no Brasil
Unesp - 10/12/2015 - [gif]
Autor: Maristela Garmes
Assunto: VI Fórum Brasileiro de IPv6
Instituição divulga ações no VI Fórum Brasileiro de IPv6
A Assessoria de Informática (AI) da reitoria da Unesp esteve presente nesta quarta-feira, dia 9, no VI Fórum Brasileiro de IPv6, para falar sobre como ocorreu a implantação do serviço de e-mails da universidade utilizando o IPv6. O evento faz parte da V Semana da Infraestrutura da Internet no Brasil, e ocorreu no hotel Tree Premium Morumbi, em São Paulo.
Carlos Coletti, coordenador do grupo de redes da Unesp, contou como a universidade evoluiu, do ano de 2012 até hoje, na questão do uso de e-mail com a configuração do IPv6. “A minha intenção na palestra foi a de trazer quebra de paradigmas com relação ao uso do IPv6 pelas empresas”, conta.
“Na minha opinião, existe uma insegurança muito grande na implantação do novo protocolo. O software evoluiu bastante, já existe um suporte bem avançado, e as dificuldades encontradas antes, já foram ultrapassadas. Agora seria um bom momento para a implantação”, reforça.
De acordo com Carlos Coletti, a partir do momento em que começamos a introdução do IPv6 na universidade, as empresas passaram a enxergar a universidade como um grande implementador.
Para Antonio Marcos Moreira, gerente de projetos e desenvolvimento do Nic.br e responsável pelo VI Fórum Brasileiro de IPv6, a participação da Unesp no evento é bastante importante porque ela é uma das pioneiras na implantação do IPv6 e uma das universidades que tem maior abrangência de IPV6 dentro da rede. ”O depoimento da Unesp no evento, mostrando como foi feito e os resultados, irá ajudar outras instituições, universidades e empresas que precisam fazer o mesmo tipo de configuração nos seus sistemas”.
Ele explica que a implantação do IPv6 em sites e web já é uma coisa bem conhecida e resolvida, mas a implantação no e-mail, ainda tem certas restrições ou preocupações por parte das empresas. “O google implementa e já funciona mas muitas empresas menores não sabem como vão resolver a parte de segurança, na questão do spam. A Unesp fez esta implementação de uma forma bastante adequada e inteligente”, finaliza.
IPV6 na Unesp
A preocupação para a instalação do IPv6 na instituição começou em 2009, quando a Assessoria de Informática da Unesp decidiu ampliar o número de endereços de Internet (IPv4), diante das previsões de esgotamento em nível mundial. As questões que se encontravam na época eram: a minha rede está preparada? Qual a diferença entre os protocolos IPv4 e IPv6? Temos conhecimento para implementar?
Em 2010, a Unesp trocou todo o parque de switches, que são equipamentos para conexão de computadores e outros dispositivos à rede, e viabilizou a instalação do IPv6. A ideia era começar a implantação pelo site da instituição (www.unesp.br), porém havia um equipamento crítico no caminho que ainda precisava ser trocado, isso dificultou o processo logo no início.
A Unesp também não tinha como sair para a Internet, pois nenhum provedor de acesso tinha IPv6. A solução foi utilizar um serviço de túnel 6to4 como forma de acesso. Após algum tempo, o Nic.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) disponibilizou à Unesp trânsito experimental de Internet em IPv6 e o túnel pôde ser desativado.
Em 2011 o site principal já estava visível na Internet por meio do IPv6, ao mesmo tempo em que estavam sendo treinados mais de 70 administradores de rede das 34 unidades da universidade.
Em 2012, a Unesp passou a contar com uma instrução normativa que possibilitou a disseminação em massa do novo protocolo em suas unidades. Foram realizados workshops para explicar a iniciativa a todos os departamentos de informática da instituição. Atualmente, 25% de todo o tráfego de Internet da universidade é transportado em IPv6, além de 83% dos sites de conteúdo.
O que é IPv6
IPv6 é a versão mais atual do Protocolo de Internet. Originalmente oficializada em 6 de junho de 2012, é fruto do esforço do IETF para criar a "nova geração do IP" (IPng: Internet Protocol next generation).
O protocolo está sendo implantado gradativamente na Internet e deve funcionar lado a lado com o Ipv4, numa situação tecnicamente chamada de "pilha dupla" ou "dual stack", por algum tempo. A longo prazo, o IPv6 tem como objetivo substituir o IPv4, que só suporta cerca de 4 bilhões (4x109) de endereços IP, contra cerca de 3,4x1038 endereços do novo protocolo.
O assunto é tão relevante que alguns governos têm apoiado essa implantação. O governo dos EUA, por exemplo, em 2005, determinou que todas as suas agências federais deveriam provar ser capazes de operar com o protocolo IPv6 até junho de 2008. Em julho de 2008, foi liberada uma nova revisão das recomendações para adoção do IPv6 nas agências federais, estabelecendo a data de julho de 2010 para garantia do suporte ao IPv6. O governo brasileiro recomenda a adoção do protocolo no documento e-PING, dos Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico.