Quem são as crianças que viraram celebridades no YouTube
Nexo - 15/01/2016 - [gif]
Autor: Kaluan Bernardo
Assunto: Indicadores Cetic.br
Elas fazem desafios umas às outras, testam brinquedos, falam de comida e fazem resenhas de viagens. E têm milhões de seguidores
Eles falam de brinquedos, maquiagens, viagens e comida. Respondem perguntas dos fãs e propõem desafios uns aos outros. Nada muito diferente da infância offline. Mas, neste caso, com milhões de seguidores e milhares de reais de renda mensal.
A youtuber mirim mais conhecida do país é Isabel Cerer, 8 anos, que tem 1,1 milhão de seguidores em seu canal de YouTube, “Bel para meninas”. No total, seus vídeos, em que em geral contracena com a mãe, foram vistos mais de 465 milhões de vezes. Júlia Silva, de 10 anos, que tem 835 mil seguidores em seu canal. São 280 milhões de visualizações contadas desde o seu primeiro vídeo, publicado quando ela tinha sete anos.
Manoela Antelo, de 9 anos, tem 660 mil seguidores e 150 milhões de visualizações em seus vídeos. Carol Santina, 12 anos e 334 mil seguidores, foi vista 23 milhões de vezes.
Alguns dos youtubers mais conhecidos fazem resenhas de produtos. Alguns deles enviados pelos próprios fabricantes. Outros youtubers fazem gameplays: vídeos populares em que eles transmitem partidas de games, principalmente Minecraft, jogo de construir universos imaginários com blocos.
Idade mínima para ter conta é 13 anos#
O Google não informa quantas crianças produzem conteúdo no YouTube. A idade mínima para ter um perfil é 13 anos. No caso, os pais das crianças acabam sendo os responsáveis oficiais pelo canal.
Apesar de a idade mínima para ganhar dinheiro com a conta ser 18 anos, a maior parte dos youtubers mirins de sucesso ganha dinheiro em anúncios nos seus canais. O YouTube faz repasses de acordo com o número de visualizações.
Usando a ferramenta Social Blade, que estima o ganho dos youtubers com base no número de visualizações e seguidores, quem tem a conta com tamanho similar à de Júlia Silva ganha por mês, no mínimo, R$ 14 mil.
Os youtubers são frequentemente convidados para eventos e encontros de marcas relacionadas a crianças. E também recebem produtos em primeira mão para fazerem avaliações deles:
Há razões para os números: hoje, no Brasil, 77% da população entre 9 e 17 anos está conectada, segundo a pesquisa mais recente do Comitê Gestor de Internet. Destes, 60% veem vídeos uma ou mais vezes por dia.
E essas crianças são fortemente influenciadas pelos vídeos. Segundo o CGI, 43% das crianças brasileiras tiveram contato com publicidade em sites de vídeos. 31% delas não gostam desse tipo de anúncio. E 33% pediram aos pais algum produto depois de verem a propaganda na internet.
Para Scheila Carvalho, mãe de Amanda, 10 anos, do canal Vida de Amy, a internet é uma válvula de escape para crianças que crescem em apartamento. “Amanda passou mais de um ano vendo outras youtubers, pedindo para fazer o canal e eu negava. Mas chegou um momento em que várias meninas da escola estavam fazendo e eu não achei que ela deveria se excluir", lembra. "Ela sempre foi muito sozinha e o canal a ajudou muito."