Quebra barraco
Arquivo do Clipping 2005
Veículo:IstoÉ
Data: 02/11/2005
Assunto: Governança
O que Brasil, China, Índia e Cuba têm em comum com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Européia? Quando se trata da internet, esse time da pesada trabalha em conjunto para tirar do governo americano o controle sobre a rede mundial de computadores. O embate é complexo e seu cenário será a Tunísia, que entre os dias 13 e 15 deste mês sedia a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, onde devem ser discutidos os rumos da rede mundial de computadores.
A internet é administrada por uma organização internacional, com sede na Califórnia, chamada Corporação da Internet para Nomes e Números Designados, ou Icann, na sigla em inglês. "O Brasil defende que alguns aspectos que dão aos EUA prerrogativas que outros países não têm deveriam ser discutidos", afirma Demi Getschko, um dos dois brasileiros membros da diretoria do Icann, composta de 15 pessoas.
O ponto crítico da discussão, porém, deveriam ser as estratégias para enfrentar os reais problemas da rede, entre eles fraudes, pedofilia e spams (as mensagens indesejadas), diz Getschko. Nos bastidores, esquentam as negociações para tirar dos EUA o controle sobre os nomes de domínio (como o .br para os endereços brasileiros), tarefa que hoje passa pelo crivo do Departamento de Comércio dos EUA. Já os americanos levantam dúvidas sobre os reais interesses do Brasil ao se unir à China e a Cuba, dois conhecidos censores do conteúdo da internet. As próximas semanas prometem fortes emoções.
