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18 NOV 2009

Provedores não entregam a velocidade que prometem






Yahoo! - 18/11/2009 - [ gif ]
Autora: Tatiana de Mello Dias
Assunto: Banda Larga

Hoje, no Brasil, pelo menos 44% dos usuários domésticos navegam com velocidade de até 256 Kbps, segundo uma pesquisa feita em 2008 pelo Comitê Gestor da internet do Brasil. Essa velocidade pode ser considerada banda larga mas, na prática, ainda é baixa. Fazer streaming, por exemplo, pode ser um exercício da paciência - ou missão impossível.

A Anatel não define qual é a velocidade mínima para banda larga. Acaba valendo qualquer índice superior a 56 Kbps - a lentíssima conexão discada. Além da nossa banda larga ser devagar, há outro problema: os provedores não entregam a velocidade que prometem.

Segundo o relatório do Idec, a velocidade de conexão da Net, por exemplo, não passou de 40% do estipulado. Não foi por falta de aviso: no contrato, as letras quase sempre miúdas avisam que a empresa só garante 10% da velocidade prometida.

E essa é uma prática comum das operadoras. Segundo o Idec, o problema ocorre com as outras operadoras e também na rede 3G, com uma justificativa parecida: "'fatores externos' podem influenciar a velocidade da conexão".

Para Eduardo Tude, engenheiro e presidente da Teleco, o erro está na maneira como as operadoras vendem a velocidade. "Na minha opinião, as operadoras tinham que ter o compromisso de velocidade média", diz. "Para o usuário, não interessa a mínima nem a máxima".

Para o engenheiro, quando se fala de um plano de inclusão, é preciso também investir em redes que possam garantir conexões de boa velocidade. "O plano de São Paulo e o do governo federal são um primeiro passo, mas é preciso um somatório de medidas. Por exemplo, a evolução para redes de fibra óptica", diz Tude.

A questão é que, quanto mais usuários conectam-se, mais lenta fica a rede. E a demanda por velocidade só tende a aumentar. "O perfil do usuário está mudando", explica Marcelo Ehalt, diretor de engenharia da Cisco, que realiza semestralmente a pesquisa Barômetro de Banda Larga.

Essa pesquisa aponta que a banda no Brasil está se alargando aos poucos. A faixa que apresentou o maior crescimento na base de assinantes foi a de 2 Mbps, que já corresponde a 16% da banda larga no País. A velocidade entre 256 Kbps e 512 Kbps ainda predomina no Brasil, mas aos poucos as velocidades entre 1 Mbps e 2 Mbps estão ganhando espaço.

Isso pode ser uma boa notícia - mas, quanto mais velocidade e qualidade de conexão, maior a demanda dos usuários. Se antes o uso da rede se restringia a sites e redes sociais, hoje as pessoas estão assistindo mais vídeos e fazendo mais downloads e uploads - serviços que consomem, e muito, a velocidade da conexão.

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