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10 AGO 2012

Pontos de Troca de Tráfego permitem internet mais rápida e eficiente






Paranashop - 10/08/2018 - [ gif ]
Assunto: PTTMetro

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIbr) é o órgão responsável pelo projeto PTTMetro, criado no intuito de promover a infraestrutura necessária, por meio dos Pontos de Troca de Tráfegos (PTT), para a interconexão direta entre as redes que compõe a internet brasileira. Sua atuação é voltada às regiões metropolitanas do país que demonstram interesse no uso de troca de tráfego via internet.

Para o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-Paraná), Sérgio Yamada, a partir do momento que uma empresa com grande volume de dados passa a utilizar um PTT, os ganhos são muitos. "Não só pela qualidade e velocidade, mas também pelo fato de trocas diretas entre grandes provedores e consumidores de conteúdo, é que um PTT se mostra muito vantajoso", salienta. A racionalização dos custos é uma das principais vantagens do modelo, já que os balanços de tráfego são resolvidos direta e localmente, sem redes de terceiros (fisicamente distantes).

O controle que uma rede pode ter em relação à entrega de seu tráfego o mais próximo do seu destino é outro ponto favorável. "Tal fato resulta em melhor desempenho e qualidade para os clientes, assim como torna as operações da internet como um todo mais eficientes", explica Yamada. Para tornar a implementação possível, é necessários atender alguns requisitos, tais como: neutralidade e independência de provedores comerciais; qualidade e troca de tráfego eficiente; baixo custo das alternativas, com alta disponibilidade; matriz de troca de tráfego regional única.

Para Ricardo Teixeira, vice-presidente para assuntos de produtos e tecnologia da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), como provedor de conteúdo, o principal benefício do PTT é a redução de custo no tráfego local. "Considerando que a concentração dos maiores players locais reduzisse o trânsito da internet entre 20% e 40%, teríamos uma economia razoável", declara. Ele prossegue, enfatizando que esse cenário influencia diretamente no valor final dos serviços. "Consequentemente, nossos preços ficariam mais competitivos", afirma o empresário, que também é diretor da R4 Internet Data Center.

O presidente da Rede Telesul e vice-presidente adjunto da Assespro-Paraná, Marcelo Siena, expõe uma situação vivenciada diariamente na rotina dos profissionais. "É muito comum, ao enviar um e-mail para uma empresa que utiliza outra rede de telecomunicações de um fornecedor diferente, que a mensagem atravesse estados para chegar ao seu destino", exemplifica. Segundo Siena, "se as duas redes estivessem interconectadas em um PTT, o trânsito seria local e tornaria mais ágil o envio e recebimento de dados".

"Estrategicamente, uma região que dispõe de um PTT em operação possui diferenciais competitivos e mais independência funcional", completa Siena. O empresário lembra que o meio acadêmico da localidade também é muito beneficiado. "Visto que é possível participar tecnicamente de um ambiente de rede de alta capacidade e habilitado a suportar trânsito de IPv6", comenta.

Para participar de um PTT é necessário que o solicitante seja um "AS-Autonomous System" (conjunto de rede com a mesma política de roteamento), o mesmo que dizer que ele precisa possuir endereços IPs próprios. Podem integrar o projeto qualquer detentor de AS, sejam provedores de acesso, conteúdo, hospedeiros ou qualquer empresa que publique seus IPs na internet.

PTT em Maringá

Para o presidente da VESX Networks, empresa especializada em soluções de conectividade, Juliano Nascimento, a redução de custos com interconexão para os provedores de internet e data centers é muito importante para a região. "O tráfego que é gerado em Maringá com destino à própria cidade será local, sem necessidade de percorrer outras localidades para chegar ao destino", afirma, frisando o balanceamento gerado com isso.

Ao ter um Ponto de Troca de Tráfego, Nascimento acredita que os clientes são diretamente beneficiados, assim como toda a sociedade. "Seja a empresa uma geradora de tráfego ou usuária, ambas poderão se conectar e usufruir das vantagens", destaca. Além disso, ele acredita que a cidade de Maringá, assim como qualquer outra que passe a utilizar um PTT, terá mais organização na sua estrutura regional. "O avanço tecnológico p ara as cidades é imensurável, tanto com a integração entre as empresas da área quanto com a operação da internet mais eficiente", ressalta. "Em uma cidade digital, há mais possibilidades", conclui.