O governo da rede
Arquivo do Clipping 2005
Veículo:O Globo
Data: 13/06/2005
Assunto: CGI.br
Semana passada, no Hotel Glória, no Rio, representantes dos países da América Latina e Caribe trabalharam, durante três dias e três noites, na criação de uma proposta regional para a criação de um modelo de governança que distribua melhor os recursos de endereçamento de rede - concentrados, hoje, nas mãos do Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), com sede na Califórnia - que seja mais eficiente no combate à exclusão digital e que contemple, antes de mais nada, a transparência e a democracia na gestão da internet.
Ninguém chegou a usar a expressão durante as palestras, mas ficou claro que o grupo liderado pelo Brasil tem o firme propósito de lutar pelo fim do jugo americano na manutenção da rede mundial de computadores. E contestar o papel do Icann é apenas o pontapé inicial. Também entrou na pauta da conferência temas práticos como a questão dos custos de interconexão de backbones, que gera transferência de recursos financeiros dos países latino-americanos para as operadoras americanas.
- Não é possível que a tecnologia, em vez de ajudar o desenvolvimento e o combate à pobreza, promova uma fuga de recursos dos países rumo aos EUA - discursou Juan Fernandez, assessor do Ministério da Informática e das Comunicações de Cuba. - Na Europa, a discussão sobre o problema da interconexão é muito velha. Lá, eles também sofriam com a assimetria do acesso e buscou-se criar um princípio de eqüidade.