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13 FEV 2012

Na Campus Party: Pesquisa revela hábitos das crianças na internet e inércia dos pais por motivo de desconhecimento da tecnologia






Bragança Jornal Diário - 13/02/2012 - [ gif ]
Assunto: Campus Party 2012

Especialistas debateram internet e educação no Parque Anhembi, em São Paulo, onde mais de sete mil pessoas se reúnem na Campus Party, um dos maiores eventos de tecnologia e internet da América Latina

Essa semana um debate sobre internet e educação na Campus Party reuniu diversos profissionais e especialistas em segurança na internet. Adriano Cansian, diretor de Tecnologia da Informação da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão ligado à Secretaria da Educação, Juliano Cappi, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (nic.br), Rodrigo Nejm, diretor da Safernet Brasil, e o professor Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br) falaram sobre o tema.

Durante o evento, Cappi apresentou uma pesquisa sobre os hábitos das crianças na internet. De acordo com a pesquisa, cerca de 45% das pessoas entre 5 e 9 anos usam a internet para pesquisas escolares, fazendo dessa tarefa uma das principais portas de entrada das crianças no mundo virtual. As pesquisas também revelaram que 21% dos pais dessas crianças não toma nenhuma atitude para monitorar o que seus filhos fazem na web, enquanto 40% afirmam que procuram orientar seus filhos sobre os perigos da rede conversando com eles. “O perfil revela que a maior parte dos pais que não prestam atenção ao que seus filhos fazem na internet, pois não são usuários da ferramenta”, declara Cappi.

O método utilizado pelos demais 40% dos pais é aprovado pelo diretor da Safernet. “Mediar e conversar com a criança é a melhor forma de proteção. Bloquear sites não é a forma mais acertada de fazer isso”, comenta Rodrigo Nejm. “Temos que encarar a internet com uma praça pública. Se uma criança não vai sozinha para a rua, não pode ir sozinha para a internet”, afirma ainda. Adriano Cansian, da FDE, órgão ligado à Secretaria da Educação, falou sobre o projeto “Internet Segura – Bom pra Você”, uma iniciativa lançada no final do ano passado pela pasta.

A ação oferece um treinamento sobre a utilização segura da internet aos professores da rede estadual, para que eles possam tirar dúvidas e orientar seus alunos. “Em alguns casos, dependendo da classe social, o único ponto de acesso à internet da criança é na escola. Por isso, é fundamental que o professor seja um ponto de apoio para tirar suas duvidas dentro da escola”, afirma Cansian.

Outro ponto destacado por Adriano Cansian é o fato de o curso ajudar a diminuir a diferença entre alunos e professores quando o assunto é web. “Existe uma lacuna tecnológica entre o professor e o aluno. Os estudantes já nascem acostumados com a tecnologia, então estamos tentando diminuir a diferença entre o conhecimento do alunos e do professor nessa área”, explica.

A iniciativa ainda é tímida, pois cerca de cinco mil professores passaram pelo treinamento. Em 2012, esse número deve crescer para 10 mil a cada três meses. O curso é oferecido online e tem quatro módulos de 30 horas cada, com temas como legislação, ameaças na rede e dicas de navegação, entre outras. O desafio proposto pelo diretor é que a ferramenta chegue aos 230 mil docentes da rede, inseridos em um contexto de 4,2 milhões de alunos e 110 mil computadores nas escolas, concluiu.

A Campus Party acontece até este domingo, dia 12 de fevereiro. Mais informações pelo site http://www.campus-party.com.br/2012/index.html

10 dicas de segurança online para crianças e adolescentes

O desafio dos pais é manter as crianças – e principalmente os adolescentes – longe de conteúdos impróprios e, sobretudo, em segurança na web. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo com base no debate ocorrido na Campus Party divulgou 10 dicas de como fazer isso sem ficar 24 horas de olho nos filhos. São elas:

1 - Se sua família compartilha um mesmo computador, crie perfis diferentes de acesso para cada usuário, com senhas diferentes. Assim a criança não terá acesso ao conteúdo que não é indicado para a idade dela.

2 - Mantenha o antivírus do computador atualizado. Prefira você mesmo realizar essa tarefa, em vez de deixar na mão dos filhos.

3 - Ensine seus filhos a confiar em suas intuições. Se algo online os deixa nervosos, eles devem dizer isso a você.

4 - As regras para o uso da internet precisam ser conhecidas por todos da família e, mesmo que algumas pessoas pensem de modo contrário, é importante que o motivo para cada uma delas fique bem claro. Os filhos têm o direito de saber o motivo pelo qual os pais consideram um determinado conteúdo impróprio.

5 - Mesmo usando ferramentas de filtro e bloqueio, a presença dos pais na rotina das crianças e adolescentes é essencial. Perguntar sobre seus interesses na web e participar da vida online dos filhos é um grande passo para mantê-los seguros.

6 - Proteja os perfis com senhas. Uma boa senha deve ter pelo menos oito caracteres (letras, números e símbolos) bem misturados para que seja difícil de ser descoberta. E deve ser trocada regularmente.

7 - Ensine seus filhos a não fazerem downloads de músicas ou arquivos sem sua permissão. Se eles compartilharem arquivos, textos ou desenhos é bom que saibam como não infringir leis de direitos autorais ou cometer algo ilegal.

8 - Para garantir o respeito às regras, uma boa prática é manter o computador em um local de uso comum da casa, como a sala. Não deixe o computador no quarto.

9 - Instale no computador uma ferramenta de controle dos pais. Elas podem ser compradas de empresas especializadas em segurança ou junto com a internet banda larga de operadoras. Essas ferramentas reúnem diferentes opções para o perfil “criança” e “adolescente”, estabelecendo o tempo máximo de navegação diária e também filtros que bloqueiam buscas por assuntos impróprios

10 - Para que os filhos respeitem o controle de conteúdo designado pelos pais, é importante que a decisão de instalar uma ferramenta de segurança seja tomada em família, com o envolvimento dos filhos. Essa é uma forma de garantir que as crianças se sintam respeitadas pelos pais e, portanto, passem a também respeitar as regras impostas a elas.