Maioria dos brasileiros acessa Internet apenas pelo celular
It forum - 21/6/2022 - [gif]
Assunto: TIC Domicílios
Segundo TIC Domicílios, maior demanda por conectividade na pandemia ficou limitada às pequenas telas entre classes C, D, e E Segundo TIC Domicílios, maior demanda por conectividade na pandemia ficou limitada às pequenas telas entre classes C, D, e E
O dispositivo celular se mantém como principal acesso à internet para a maioria dos brasileiros desde 2015, indicou a pesquisa TIC Domicílios 2021 realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e divulgada nesta terça-feira (21). Segundo o levantamento, houve um aumento de 6 pontos percentuais no uso exclusivo do telefone celular entre 2019 e 2021.
O indicador é maior entre os que vivem nas áreas rurais (83%), no Nordeste (75%), entre pretos (65%) e pardos (69%), de 60 anos ou mais (80%) e aqueles que pertencem às classes DE (89%). Entre os usuários da classe C, o acesso à Internet exclusivamente pelo celular passou de 61% em 2019 para 67% em 2021, atingindo um contingente de 51 milhões de pessoas.
A presença de computadores nos domicílios manteve-se em 39%, patamar semelhante ao observado em 2019. Enquanto houve um cenário de estabilidade nos domicílios das classes mais altas, onde o computador já é mais presente (99% nos domicílios da classe A e 83% nos da classe B), nas classes DE, a proporção de domicílios com computador diminuiu de 14% em 2019 para 10% em 2021. Nas áreas rurais, a presença de computador nos domicílios é mais reduzida (20%) em comparação aos domicílios em localidades urbanas (42%).
"A despeito da demanda por conectividade criada pela pandemia, não houve uma grande incorporação de computadores nos domicílios brasileiros. O seu uso ocorre principalmente entre as pessoas das classes mais altas e mais escolarizadas. Estas, aliás, tendem a usar a Internet a partir de múltiplos dispositivos e se conectam tanto pela rede móvel quanto por Wi-Fi, o que facilita a realização de um gama maior de atividades na rede. Este fator tem um impacto importante no desenvolvimento de habilidades digitais", analisa Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
O levantamento também apontou que, em 2021, os aparelhos de televisão superaram os computadores, se consolidando como o segundo dispositivo mais utilizado para acessar à rede. Em 2019, 37% dos usuários afirmaram usar a TV para se conectar e, em 2021, o número saltou para 50%. Tal aumento foi observado em quase todos os estratos analisados, principalmente entre aqueles de 35 a 44 anos (59%), usuários da região Norte (45%) e entre as mulheres (51%). Ao todo, 74 milhões de indivíduos acessaram a Internet usando a televisão, um acréscimo de 25 milhões de usuários no período.
Crescimento em áreas rurais
Segundo a pesquisa, aumentou a proporção de usuários de Internet nas áreas rurais em comparação ao período que antecede a pandemia, passando de 53% dos indivíduos de 10 anos ou mais em 2019 para 73% em 2021.
De forma geral, entre os domicílios conectados, a presença de cabo ou fibra óptica como o principal tipo de conexão à rede ocorre em 61% dos domicílios. A penetração de conexão via cabo ou fibra óptica é menor nas regiões Norte (53%) e Nordeste (54%). Na região Norte também é maior o percentual de domicílios que tem as redes móveis como principal tipo de conexão (33%).
A pesquisa estima que, em 2021, 81% da população de 10 anos ou mais usou a Internet nos últimos três meses - o que corresponde a 148 milhões de indivíduos.
Consumo de podcast salta na pandemia
Assistir a vídeos, programas, filmes ou séries pela Internet (61%) e ouvir músicas (61%) estiveram entre as atividades culturais online mais citadas pelo conjunto da população brasileira, quadro semelhante ao obtido em 2019.
Entretanto, o consumo de podcasts recebeu destaque durante a pandemia, sendo a categoria que mais cresceu. De acordo com a 17ª edição da TIC Domicílios, 28% dos usuários de Internet disseram ter ouvido um podcast em 2021 (em 2019, eram 13%). Em 2021, 41 milhões de pessoas realizaram essa atividade, cerca de 24 milhões a mais que em 2019.