Internet pela Educação: movimento propõe acesso ilimitado para conteúdos educacionais
Quero Bolsa - 2/10/2020 - [gif]
Autor: Mathias Sallit
Assunto: Manifesto Internet pela Educação
A pandemia do novo coronavírus forçou a suspensão de aulas de estudantes de todo mundo. Se você é aluno do Ensino Fundamental, Médio ou Superior, é muito possível que tenha sido apresentado à possibilidade das aulas retornarem de forma online, isso caso já não esteja com classes remotas da escola ou da faculdade.
Agora já imaginou receber uma mensagem durante a aula da sua operadora de internet dizendo que o seu plano de dados se esgotou? Com certeza isso atrapalharia os seus estudos, não é?
Essa pode ser a realidade de 21% dos estudantes de escolas públicas brasileiras, que só possuem acesso à internet pelo celular com planos limitados e que nem sempre possuem a velocidade necessária para acompanhar uma aula online.
Pensando nessa situação, foi criado o "Manifesto Internet pela Educação", movimento idealizado em parceria entre a Invoz, associação sem fins lucrativos para o desenvolvimento da Educação, da Cultura e do Empreendedorismo, e a Quero Educação.
"Uma parcela muito grande da população, principalmente os estudantes da educação pública, não têm acesso às condições mínimas para estudar, ou seja, [não têm] um dispositivo, computador ou smartphone, e uma conexão adequada com a internet", disse o gerente de Relações Institucionais da Quero Educação e um dos idealizadores do projeto, Rui Gonçalves, em entrevista ao canal MyNews.
Os números são ainda piores quando mostram quantos alunos possuem computadores: de acordo com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 39% dos estudantes de escolas públicas urbanas não têm o dispositivo em casa.
Por isso, o manifesto busca evidenciar a exclusão digital de estudantes e propor uma mudança que viabilize o acesso à educação por meios digitais sem barreiras impostas por planos de internet e franquias de dados.
"A internet é essencial, assim como o caderno é, como o livro é, e ela abre muitas possibilidades para ampliar o alcance da educação", afirma Rui. "Existem programas para oferecer livros didáticos de graça, material de graça e uniforme de graça. Uma parte dessa população vai precisar ser atendida por isso também, por um plano de internet de graça."O Manifesto Internet pela Educação destaca três pilares que propõem mudanças às operadoras brasileiras e ao CGI.br. A ideia é que todos os conteúdos educacionais (sejam videoaulas, ambientes virtuais de aprendizado, etc) trafeguem na mais alta velocidade disponível e sem consumir a franquia contratada.
"A quantidade de dados que trafega pela internet e estão relacionados com a educação é ínfima. A maior parte das pessoas que contrata um plano de dados robusto paga por um serviço que eles não vão usar, tem excedente", explica o gerente de Relações Institucionais da Quero Educação.
"Portanto, se tem excedente para muitas pessoas e essa conexão já está paga, por que não oferecer o acesso aos conteúdo de educação de forma gratuita?", sugere Rui.
Para fazer com que a ideia alcance cada vez mais pessoas, o manifesto conta com um abaixo-assinado online, que já recebeu mais de 650 assinaturas de estudantes e apoiadores de todo o Brasil.
Um dos idealizadores, Rui conta que busca fortalecer o movimento com as assinaturas. “A gente quer ficar mais forte, quer conscientizar as pessoas, e queremos também começar a falar com as empresas de telecomunicação, falar com o Comitê Gestor da Internet, falar como é que a gente pode discutir uma internet que o conteúdo de educação seja gratuito", explica.
Para conhecer melhor o movimento, ler e assinar o manifesto, basta acessar o site www.internetpelaeducacao.com.br.