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05 OUT 2020

Internet pela Educação: movimento propõe acesso ilimitado para conteúdos educacionais


Quero Bolsa - 2/10/2020 - [gif]


Autor: Mathias Sallit
Assunto: Manifesto Internet pela Educação

A pandemia do novo coronavírus forçou a suspensão de aulas de estudantes de todo mundo. Se você é aluno do Ensino Fundamental, Médio ou Superior, é muito possível que tenha sido apresentado à possibilidade das aulas retornarem de forma online, isso caso já não esteja com classes remotas da escola ou da faculdade.

Agora já imaginou receber uma mensagem durante a aula da sua operadora de internet dizendo que o seu plano de dados se esgotou? Com certeza isso atrapalharia os seus estudos, não é?

Essa pode ser a realidade de 21% dos estudantes de escolas públicas brasileiras, que só possuem acesso à internet pelo celular com planos limitados e que nem sempre possuem a velocidade necessária para acompanhar uma aula online.

Pensando nessa situação, foi criado o "Manifesto Internet pela Educação", movimento idealizado em parceria entre a Invoz, associação sem fins lucrativos para o desenvolvimento da Educação, da Cultura e do Empreendedorismo, e a Quero Educação.

"Uma parcela muito grande da população, principalmente os estudantes da educação pública, não têm acesso às condições mínimas para estudar, ou seja, [não têm] um dispositivo, computador ou smartphone, e uma conexão adequada com a internet", disse o gerente de Relações Institucionais da Quero Educação e um dos idealizadores do projeto, Rui Gonçalves, em entrevista ao canal MyNews.

Os números são ainda piores quando mostram quantos alunos possuem computadores: de acordo com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 39% dos estudantes de escolas públicas urbanas não têm o dispositivo em casa.

Por isso, o manifesto busca evidenciar a exclusão digital de estudantes e propor uma mudança que viabilize o acesso à educação por meios digitais sem barreiras impostas por planos de internet e franquias de dados.

"A internet é essencial, assim como o caderno é, como o livro é, e ela abre muitas possibilidades para ampliar o alcance da educação", afirma Rui. "Existem programas para oferecer livros didáticos de graça, material de graça e uniforme de graça. Uma parte dessa população vai precisar ser atendida por isso também, por um plano de internet de graça."

O Manifesto Internet pela Educação destaca três pilares que propõem mudanças às operadoras brasileiras e ao CGI.br. A ideia é que todos os conteúdos educacionais (sejam videoaulas, ambientes virtuais de aprendizado, etc) trafeguem na mais alta velocidade disponível e sem consumir a franquia contratada.

"A quantidade de dados que trafega pela internet e estão relacionados com a educação é ínfima. A maior parte das pessoas que contrata um plano de dados robusto paga por um serviço que eles não vão usar, tem excedente", explica o gerente de Relações Institucionais da Quero Educação.

"Portanto, se tem excedente para muitas pessoas e essa conexão já está paga, por que não oferecer o acesso aos conteúdo de educação de forma gratuita?", sugere Rui.

Para fazer com que a ideia alcance cada vez mais pessoas, o manifesto conta com um abaixo-assinado online, que já recebeu mais de 650 assinaturas de estudantes e apoiadores de todo o Brasil.

Um dos idealizadores, Rui conta que busca fortalecer o movimento com as assinaturas. “A gente quer ficar mais forte, quer conscientizar as pessoas, e queremos também começar a falar com as empresas de telecomunicação, falar com o Comitê Gestor da Internet, falar como é que a gente pode discutir uma internet que o conteúdo de educação seja gratuito", explica.

Para conhecer melhor o movimento, ler e assinar o manifesto, basta acessar o site www.internetpelaeducacao.com.br.