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25 NOV 2005

Internauta brasileiro tem recorde de acesso






Arquivo do Clipping 2005

Veículo:Gazeta Mercantil
Data: 25/11/2005
Assunto: Indicadores

25 de Novembro de 2005 - Mais da metade da população não usou computador e 68% nunca navegaram na web. Mais da metade dos brasileiros (55%) nunca utilizou um computador e 68% deles não tiveram acesso à internet. Os dados são da pesquisa realizada entre agosto e setembro deste ano, abrangendo 8.540 domicílios com indivíduos a partir de 10 anos, pelo Instituto Ipsos-Opinion e divulgada ontem pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

As pesquisas, que serão realizadas anualmente, seguiram os padrões de metodologia da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Instituto de Estatísticas da Comissão Européia (Eurostat). Segundo o conselheiro do CGIBr, Rogério Santanna, isso permitirá a comparação dos dados brasileiros com os de outros países.

Apesar da pequena penetração da internet no Brasil, o País bateu no último mês de outubro o recorde de horas médias navegadas por usuário, segundo outra pesquisa feita pela Ibope / NetRatings. O internauta brasileiro passou mais de 18 horas e 42 minutos na rede durante o mês. O índice do Japão ficou em 17 horas e 23 minutos e dos Estados Unidos, em 15 horas e 42 minutos.

Atualmente, 32 milhões de pessoas no País vivem, estudam ou trabalham em locais com acesso à internet, segundo o estudo. "O número de usuários de internet no Brasil praticamente dobrou desde 2000, mas no último ano e meio o crescimento está estagnado", diz o diretor da consultoria Ibope Inteligência, Marcelo Coutinho. Em setembro de 2000, havia 5,1 milhões de pessoas em domicílios com acesso à internet. O pico aconteceu em janeiro de 2004, quando esse número saltou para 12,09 milhões. O último mês de outubro fechou com 11,72 milhões de usuários residenciais.

O estudo da Ipsos-Opinion revela que apenas 16,6% dos brasileiros possuem computador em casa e 13,8% usam a máquina diariamente. Enquanto 88,7% da classe A tem PC, apenas 2% da população das classes D/E contam com computador. Na classe B, 55,5% possuem o equipamento em casa e, na classe C, somente 16,1%. "Uma pessoa da classe A tem 46 vezes mais chances de comprar um micro", comentou o diretor da Ipsos-Opinion Clifford Young.

A falta de computador é apontada por 46% da população como barreira ao uso da internet. O alto custo da máquina foi apontando por 26% dos brasileiros e o preço elevado do acesso por 16%.

A inclusão digital passa pelo acesso à internet em centros públicos e não somente por programas para a aquisição de equipamentos com preços reduzidos, como o "Computador para Todos" do governo federal comenta Santanna.

A pesquisa mostra que 47,4% da classe C, alvo do PC popular, pagaria até R$ 1.500,00 por um computador. Constata ainda que 35% da população não responderá a políticas de preços e subsídios, por falta de renda disponível. "As classes D e E não são sensíveis a programas de redução de preços de computadores", afirma o diretor da Ipsos-Opinion, defendendo expansão do acesso à internet em escolas e centros públicos para atingir principalmente os jovens dessas camadas sociais.

Menos de 1% da população acessou a internet de pontos públicos, como os telecentros, nos últimos três meses. Segundo o estudo, 10% navegaram na web de casa, 6% no trabalho e 5% na escola. A internet foi utilizada no período para fins educacionais por 41%, para fins pessoais por 32% e trabalho por 26%.

Empresas

Outro estudo realizado pelo Ipsos-Opinion, também divulgado ontem pelo CGI.br, com 2.030 empresas com mais de 10 funcionários mostra que 98,76% das companhias brasileiras utilizaram computador e 96,29% tiveram acesso à internet nos últimos doze meses.

Grande parte das companhias, 78,96%, usou a internet para serviços bancários e financeiros e 64,78% para interagir com órgãos públicos. Das empresas que acessam a internet, 57,95% usaram conexão DSL, 45%, modem tradicional e 23,95%, banda larga móvel.

O número médio de empregados que usam computador é de 17,60 e 16,54% da companhias têm funcionários acessando a rede a distância. Mais da metade sofreu ataque de vírus, 31,13%, de trojans e 17,4% de worms ou bots no último ano.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Ana Carolina Saito e Carlos Eduardo Valim)