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12 NOV 2004

Icann tem nova política para domínios






Arquivo do Clipping 2004

Veículo: IDG Now!
Data: 12/11/2004
Assunto: Política de registro de domínios

A nova política de transferência de domínios registrados entrou em vigor nesta sexta-feira (12/11), revelou a Corporação da Internet para Nomes e Números (Icann, na sigla em inglês), órgão que regula os registros de domínios da web mundial.

Proprietários terão agora mais facilidade em transferir seus domínios de um agente registrador (registrars, no termo em inglês) para outro. A idéia por trás da política é permitir que usuários encontrem serviços e preços que melhor se adequem às suas necessidades, além de incentivar a competição entre os agentes registradores e fazer o preço cair.

Segundo Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor de Internet no Brasil, a nova política, na prática, facilitará o intercâmbio de informações entre os agentes registradores.

"Nos Estados Unidos existe a figura dos registrars (agentes), que remetem à base do registry (base de dados do DNS). O que acontece é que o proprietário do domínio muitas vezes tinha dificuldade de mudar de um agente para outro, já que muitos colocavam empecilhos em repassar as informações para seus concorrentes. A nova política vai trazer maior flexibilidade aos usuários", diz.

A Icann anunciou a política em julho, mas só depois de receber aprovação unânime da Organização de Apoio aos Nomes Genéricos e de seu conselho diretor é que colocou as novas regras em vigor.

O grupo destacou que também fez algumas alterações para fornecer proteções firmes contra transferências de domínio, para que os requerentes pudessem verificar cuidadosamente seus registros. Eles também devem utilizar um padrão mais claro de autorização - uma espécie de formulário - para obter consentimento da pessoa ou grupo antes que quaisquer mudanças sejam feitas.

Como parte da política, a Icann também implementou um processo para esclarecer conflitos que podem surgir entre as partes na hora da transferência. Além disso, o órgão oferecerá um período de 30 dias para que proprietários de domínio possam reclamar seus nomes caso sejam apagados involuntariamente de uma base de dados.

A organização acredita também que o modelo permitirá uma queda de até 80% nos preços.

Efeitos no Brasil

De acordo com Getschko, a nova política da Icann não afeta em nada o funcionamento do registro de domínios no País. Isso porque, além de o Brasil não ter a figura dos agentes - o registro é feito diretamente no banco de dados (registry) - o País não é afetado automaticamente pelas decisões da Icann.

"Primeiro de tudo não temos a figura do registrar. Em segundo lugar, a Icann não afeta o Brasil porque não tem atuação direta sobre o órgão nacional. Ele mantém apenas a raiz [do domínio] funcionando", afirma.

De acordo com o especialista, mesmo que o País tivesse os agentes intermediários, poderia optar por adotar ou não a política da Icann.

Na opinião de Marco Antonio Gonçalves, especialista em Tecnologias Internet do escritório Dannemann, neste momento, a política serve para estabelecer um padrão para a transferência dos domínios. "Nos Estados Unidos o mercado de registro de domínios é muito vasto, e a Icann quis promover a competição entre os registrars e uniformizar o processo de transferência com as novas políticas", diz.

Segundo o especialista, a política da Icann criada há alguns anos para separar o registry dos agentes é válida quando está em questão um grande volume de domínios. "Eles possuem um número razoável de domínios que justifica tal processo, ao passo em que o Brasil, com 670 mil domínios, ainda não tem necessidade de algo semelhante", conclui. Com informações internacionais de Laura Rohde - IDG News Service, Reino Unido