Hackers são a grande preocupação dos provedores
Arquivo do Clipping 2004
Veículo: Computação Brasil
Data: Dez./2004
Assunto: Segurança na Internet
Os provedores também estão apreensivos quanto à quantidade de spam que circula hoje na rede. Além de dificultar a triagem dos e-mails e prejudicar o uso do correio eletrônico, as mensagens indesejadas ocupam banda. Esse ônus acarreta aumento de custo. "O volume de correios eletrônicos que têm recebido spam chega a 80% da rede", alerta Vecchiatti. A prática mais comum é o roubo de cadastros, que são compilados e vendidos.
Apesar da Internet mundial também sofrer com o spam, alguns países são exemplo de iniciativas pioneiras. A Costa Rica - que é um país pequeno - consegue coibir o spam com mais eficácia porque é feita a filtragem de toda a correspondência eletrônica que chega do exterior. "Naturalmente, algumas informações são prejudicadas sob certos aspectos, mas está surtindo um excelente resultado", explica Vecchiatti. Na Costa Rica, o trabalho de filtragem é mais fácil porque existe um único grande provedor ligado aos órgãos governamentais que determina o que entra naquele país. Em outras nações a tarefa se complica uma vez que existem centenas de provedores e empresas de telecomunicações.
Segundo o presidente da ABRANET, há um esforço para que os provedores adotem algum tipo de procedimento para filtrar os spams que estão lotando a rede. Vecchiatti não concorda com os especialistas que defendem que a filtragem seria uma espécie de censura na web: "algumas pessoas estão olhando para a Internet de maneira equivocada. Considerar o filtro uma censura é permitir que o anarquismo prospere e que a bagunça se instale." Ele acrescenta: "eu posso até vir a desconfiar de que essas pessoas estão interessadas em manter o spam."
A intenção da ABRANET é convencer todos os provedores da necessidade de manter pessoas ou grupos de resposta a incidentes para atuar na área de segurança. Os provedores também estão sendo incentivados a recomendar aos seus clientes o uso de antivírus e firewalls. Alguns provedores já possuem ferramentas que permitem ao usuário definir se determinado tipo de correspondência é considerado por ele spam ou não. Ao mesmo tempo, existe a preocupação de não cercear a liberdade do internauta e não invadir a privacidade do cliente.
Vecchiatti reclama da falta de colaboração das empresas de telecomunicações no caso das conexões via banda larga. Segundo ele, as Telecoms não têm dado atenção suficiente a essa questão, embora tenham estrutura para isso. "O envolvimento dessas empresas é fundamental para o setor de segurança," destaca o conselheiro do CGI.
A ABRANET tem promovido seminários e palestras com os provedores para conscientizá-los sobre a importância dos grupos de resposta a incidentes, sobre a necessidade de ferramentas de segurança e, principalmente, a respeito da definição dos parâmetros para os servidores e usuários.
Como representante do empresariado no CGI, a preocupação de Vecchiatti é criar uma Internet o mais segura possível para que o Brasil trabalhe massivamente com o comércio eletrônico. "Nós temos que lutar para garantir condições mínimas de segurança para que as empresas possam atuar da mesma forma que no mundo real", conclui.