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18 MAI 1999

Especialistas discutem futuro das redes






Arquivo do Clipping 1999

Veículo: Canalweb
Data: 18/05/1999
Assunto: Qualidade dos provedores

Tânia Eremkin

O evento, considerado um dos principais da área, foi promovido pela Sociedade Brasileira de Computação e Laboratório Nacional de Redes de Computadores e reuniu a nata dos pesquisadores da área. Houve um recorde de trabalhos inscritos - 154 -, dos quais 41 foram selecionados e publicados nos Anais, que representa, segundo o coordenador do Simpósio, professor Raimundo Macedo, do Laboratório de Sistemas Distribuídos da Ufba - LaSid, "uma crítica científica do que se está fazendo no Brasil e que, com certeza, não pode ser encontrada em livros".

Ele destacou o excelente nível dos trabalhos, elogiados pelos professores estrangeiros, a exemplo de Paulo Veríssimo, da Universidade de Lisboa, que veio falar sobre os sistemas de segurança na Internet; Paulo Love, do projeto Internet 2 dos Estados Unidos. Muitos projetos nasceram, novas associações aconteceram ou podem acontecer, o que significa um grande enriquecimento.

 "O Simpósio foi um dos melhores e com certeza causou um grande impacto na computação no Brasil", disse, assinalando que, para resolver os problemas levantados, terá de ser feita muita pesquisa, em aplicações e soluções de infra-estrutura.
Além de pesquisadores e estudantes (cerca de 700 inscritos), participaram também empresas públicas e privadas, já que redes de computadores são hoje vitais para o desenvolvimento. Entre elas, Petrobrás, Prodeb, Prodasal, Hype, Unitech, Impasat, Teleglobe, entre outras.

Comitê Gestor

O Simpósio abrigou também uma reunião pública do Grupo de Trabalho de Engenharia de Redes do Comitê Gestor Internet Brasil, onde foram abordados temas como Estatística da Internet no País, Sistema Multicast e Pontos de Troca de Tráfego.
Michele Mara Espíndula Lima, do subgrupo de trabalho Estatística, lançou a proposta de se fazer a coleta e análise de tráfego dos backbones, através de um trabalho cooperativo. Desde 1997, não há números sobre a Internet no Brasil: quantas máquinas, quantos IPs, quantos usuários.

 "Não há idéia da demanda reprimida, do perfil do usuário e das aplicações mais utilizadas. Não existe previsões do impacto que causará a utilização da videoconferência, do video on demand ou novas aplicações que vão exigir banda larga", afirmou, destacando que essas informações são cruciais para se planejar o futuro da Internet. "Se a coleta não for cooperativa, não poderemos caminhar como deveríamos".

Os objetivos do trabalho, conforme explicou, são auxiliar a detecção e resolução de problemas, permitir o planejamento e previsão do crescimento de redes, promover a competitividade na Internet comercial, o uso otimizado e eficiente dos recursos e planejar a introdução e utilização de novas tecnologias e protocolos.
Apresentando exemplos como o Projeto Nini de coleta ativa de dados, Michele Lima destacou que os firewalls utilizados não permitem a coleta de número de máquinas conectadas, daí a proposta de incluir as empresas comerciais, que teriam o controle sobre o que estaria sendo pesquisado. O que existe são os domínios registrados na Fapesp, mas já não incluem, por exemplo, os subdomínios. Ela lembrou que a coleta por amostragem não é a ideal.