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27 JUN 2011

Donos de lan houses buscam diversificar atividades do negócio






Folha.com - 27/06/2011 - [ gif ]
Assunto: Indicadores CETIC.br

O bairro de Capuava, na cidade de Goiânia, deve ser o próximo a ganhar um correspondente bancário em uma lan house da cidade, assim como já ocorreu em outros 20 estabelecimentos através do programa CorBan, do Banco do Brasil.

Lenio Alves da Silva, dono da Len Lan House, diz que já fez contato também com o Sebrae porque quer expandir os serviços do negócio. "São 30 pessoas por dia que passam por aqui em busca de internet, imprimir material e fazer xerox. Quanto mais produtos eu tiver mais aumenta a chance de as pessoas comprarem alguma 'coisinha'", diz.

Na lista de serviços da lan house já estão recarga para celular, digitações e parcerias com empresas de refrigerante, sorvetes e salgados para abastecer o estômago de quem fica algumas horas estudando, trabalhando ou jogando no local.

Seis em cada dez lan houses do país querem diversificar e expandir seus negócios, segundo pesquisa sobre o uso de tecnologias da informação e da comunicação feita pelo CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil) em 2010.

Desde abril de 2007, Silva decidiu trocar o emprego de professor de auto-escola pelo de empreendedor, ao constatar que o bairro precisava de mais pontos de internet.

Das quatro máquinas iniciais, Silva agora já conta com 18 e a ajuda de um funcionário para trabalhar no período da tarde.

"Sou web designer e terminei o ensino médio. Então trabalhar aqui significa dar continuidade aos meus projetos", diz Airton José de Oliveira Neto, 18, que ganha um salário mínimo.

A maior parte do público da lan é formado por estudantes e pessoas que buscam a rede para procurar trabalho e fazer cursos à distância. "São pessoas na faixa de 30 a 40 anos que trabalham de dia e vem à noite para a lan house para fazer curso de educação á distância", diz Neto.

DESAFIO

A maior dificuldade para crescer e profissionalizar esses estabelecimentos é a informalidade no setor, segundo Silva --que também preside a associação de lan houses goianas. A entidade tem 23 filiadas em duas cidades (Goiânia e Aparecida), mas ele estima que existam outras mil entre formais e informais. "Muita gente acha que é só colocar um computador, abrir a portinha e pronto. Sem se preocupar com qualidade, com o conteúdo do que acontece no ambiente virtual e com a pirataria."

No Brasil, quase a metade das lan houses são estabelecimentos tem algum grau de informalidade, de acordo com pesquisa do Comitê Gestor de Internet feita em 2010 com 412 pontos comerciais. Do total pesquisado, 36% estão situadas no Nordeste, 28% na região Norte, 22% no Centro-Oeste, 8% no Sul e 6% no Sudeste.

PARCERIA

Na semana passada, a CDI Lan, empresa ligada à organização não governamental Comitê para Democratização da Informática, firmou parceria com a Microsoft para oferecer um programa de treinamento e crédito para aquisição de softwares por lan houses brasileiras.

Chamado de Microsoft Clube Digital, o programa vai facilitar o acesso de 6.000 lan houses associadas à CDI Lan ao Windows 7 e ao Office Professional com preços menores. No site da empresa, os produtos são oferecidos por R$ 65 (Windows 7 Professional) e R$ 34 (Office 2010 Professional Plus).

"São produtos mais baratos para, além de formalizar os estabelecimentos, capacitar os empreendedores e tornar essas empresas mais cidadãs. São 107 mil lan houses no Brasil que atendem 32 milhões de usuários carentes de serviços de mais qualidade", diz Bernardo Farias, diretor da CDI Lan.

Do total desses frequentadores de lan houses no Brasil, 81% não têm computador em casa e 75% não têm internet em casa, segundo os dados do CGI.