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15 DEZ 2020

Criança pode ter rede social? Saiba qual a idade recomendada e como monitorar o acesso dos filhos a essas plataformas


São Paulo para Crianças - 14/12/2020 - [gif]


Assunto: TIC Kids

As crianças estão cada vez mais presentes nas redes sociais e, na maioria das vezes, esse acesso precoce dos filhos nessas plataformas preocupa os pais. Conforme as normas do Facebook, Instagram e YouTube, só pode criar um perfil quem tem mais de 13 anos. Mas não é bem assim que acontece na prática. 

A grande questão é que crianças menores de 13 anos não possuem maturidade para navegar neste ambiente e muito menos interagir com outras pessoas bem mais velhas que elas. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 68% dos brasileiros de 9 a 17 anos utilizam as redes sociais. 

Na avaliação da psicóloga Iara Mastine, os pais devem seguir esses parâmetros para permitir que os filhos acessem a internet de forma mais segura e estabelecer um combinado entre as partes. “É necessário ensinar as crianças sobre o uso correto da internet, a partir de uma comunicação clara. As regras podem ser flexibilizadas, determinando as horas de uso por dia. Quanto mais a família envolver a criança nos combinados, mais eles serão facilmente executados”, recomenda a psicóloga formada pela UNESP. Iara é também neuropsicóloga, formada pelo Hospital Albert Einstein, com outros diversos cursos na área da parentalidade. 

Para aqueles que tentam burlar as regras da plataforma, a especialista alerta que os pais devem ficar atentos se os filhos mentem a idade para entrar na rede social. Mas a solução não é proibir e sim, orientá-los para que saibam navegar de forma responsável e segura. “A utilização na internet precisa de educação, regras de acesso e, principalmente, uma supervisão saudável. Não é investigativa, mas sim, colaborativa”. Isto significa que o diálogo deve ser a forma mais adequada para instruí-los sobre os perigos na internet.

Consequências para a formação dos pequenos 

Segundo a especialista, é preciso ter um cuidado com a utilização da rede social pelas crianças, pois pode trazer danos físicos, incentivar a violência, abalar a autoestima, dentre outras influências perigosas. Quem aí se lembra do desafio da Baleia Azul? Um jogo perigoso que surgiu em meados de 2017 e gerou muitas preocupação entre as famílias. 

E o alerta também serve para quem expõe fotos dos menores de idade no Facebook ou Instagram. “Se você posta fotos dos filhos com o uniforme da escola, pode ser uma pista para crimes como sequestro. Os pais e responsáveis também devem atentar-se quanto à segurança emocional e do corpo, verificar o que deve ser mostrado ou não, que tipo de roupas as crianças estão usando na foto. A família sempre deve estar junto com a criança, vendo se aquele ambiente é saudável ou não e orientar. “As crianças precisam de um apoio familiar, pois ainda estão amadurecendo. Por isso, os pais devem instruir sobre problemas que envolvem questões emocionais, como o bullying”, disse. 

Rede sociais para crianças 

Existem algumas redes que permitem o acesso dos pequenos e oferecem conteúdos apropriados para a idade. É o caso do YouTube Kids, que torna a exploração da plataforma mais simples e divertida, com desenhos e músicas infantis. Outra forma de se divertir em segurança com os amigos é o Messenger Kids, uma versão do Facebook criada especialmente para os pequenos conversarem com os amiguinhos, fazer videochamada e muito mais. Ambas plataformas são gratuitas e estão disponíveis para IOS e Android. Outro que também faz o maior sucesso entre a criançada é o Spotify Kids, uma versão do aplicativo de músicas especialmente para os menores. 

No entanto, a especialista alerta que, mesmo com essas plataformas infantis, os pais nunca devem deixar de monitorar. “Não sabemos quem entra lá, podem ter pessoas mal intencionadas que criam uma conta e começam a interagir com as crianças”, finaliza. 

Perfil compartilhado

Existem alguns conteúdos próprios para crianças nas redes sociais, principalmente neste período de pandemia, como contação de histórias, lives interativas, peças de teatro, shows infantis, dentre outros formatos. Como as crianças não possuem perfil no Instagram ou Facebook, a psicóloga orienta que os pais entrem pelo pela conta pessoal e acompanhem junto com os pequenos.