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18 AGO 2008

Conexão discada ainda prevalece no Nordeste






Diário do Nordeste - 18/08/2008 - [ gif ]
Autores: Ebenezer Fontele e Jota Pompílio
Assunto: Indicadores

Segundo estudo do CGI.br, o Nordeste é a única região do País onde a banda larga ainda não superou o acesso discado

O Nordeste é a única região do país onde o acesso à internet em banda larga ainda não superou as conexões discadas (dial-up) pela linha telefônica nos domicílios. No entanto, a diferença entre as duas tecnologias é pequena. Entre os domicílios com acesso à rede, 47% ainda acessam a internet via linha discada, à baixa velocidade de até 56 Kbps (Kilobits por segundo) - contra 46% que já utilizam banda larga.

Na região, 50% dos acessos são em velocidades de até 128 Kbps e apenas 3% se conectam a velocidades entre 1 Mbps e 2 Mbps (Megabits por segundo). As conexões de 128 Kbps a 300 Kbps representam 27%. Os dados são da recém-divulgada ''Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil'', do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Pela multiplicidade de opções, não faltam dúvidas entre os usuários sobre a melhor tecnologia para estar conectado à rede. Via cabo, linha telefônica (ADSL ou dial-up), rádio, celular... São muitas as opções que deixam o usuário na dúvida.

''Sobre a melhor conexão de banda larga em relação a custo/benefício, o importante é saber as necessidades de cada usuário. Há pessoas que necessitam da internet fora de casa, outras não. Dos serviços, o que acho mais interessante ainda é o ADSL'', salienta Marcos Monteiro, gerente de Redes e Sistemas do Grupo de Redes de Computadores, Engenharia de Softwares e Sistemas da Universidade Federal do Ceará.


Ele afirma que no Ceará, infelizmente, o usuário paga altos preços para ter banda larga, em comparação com estados do Sul do país. ''Um dos motivos é certamente a falta de concorrência entre os provedores, restando para a maioria dos cearenses poucas vantagens'', diz. Nesse segmento de banda larga, o custo final do acesso geralmente ultrapassa os R$ 100 mensais - valores de pacotes abaixo disso podem ser considerados uma boa opção.

No caso do acesso via cabo, Marcos Monteiro aponta que são poucas as áreas em que o serviço é disponibilizado. Este é o serviço que oferece a maior velocidade de acesso em Fortaleza: 4 Mbps. ''Porém, só é disponível para quem possui TV a cabo'', pondera o especialista.

Segundo Marcos Monteiro, a conexão ADSL (comercialmente conhecida como Velox), com velocidade máxima de 1 Mbps, apresenta a vantagem da boa estabilidade de velocidade. A desvantagem é que se faz necessário possuir telefone fixo - pagando, portanto, a assinatura básica do telefone, além das mensalidades do serviço de banda larga e do provedor.

Já na tecnologia de rádio, o especialista esclarece que há uma boa velocidade (até 2 Mbps), tendo como grande vantagem o custo baixo. ''Mas é um pouco instável. O agravante é que é muito pouco disponível, encontrado mais em grandes centros comerciais ou em grandes condomínios''.

Via celular, Marcos diz que a velocidade ainda é baixa. A tecnologia 3G ainda apresenta uma instabilidade na velocidade de conexão. As velocidades nominais contratadas pelo usuário, de até 1 Mbps, geralmente não são obtidas na prática - as operadoras garantem apenas 10% dessa velocidade. O grande ponto forte é a mobilidade. ''É ideal para o usuário que queira banda larga a qualquer hora e em qualquer lugar. Não acho interessante para usuário doméstico instalar em seu desktop'', aconselha.

Marcos Monteiro acredita que com o tempo o acesso em banda larga ficará mais barato. ''A cada dia, novas tecnologias estão surgindo e possibilitando este tipo de serviço a menores custos. Novas empresas entrando no mercado podem oferecer preços baixos e bons serviços'', afirma. Assim, as grandes operadoras serão obrigadas a prover um melhor serviço a um menor preço. ''Em alguns lugares de nosso país, a internet de banda larga de 2 Mbps ou mais custa o mesmo que uma conexão de 600 Kbps aqui no Ceará, uma diferença brutal de disponibilidade de serviço e preço'', acrescenta o especialista.