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06 JUN 2005

Comitê Gestor: cara nova nos 10 anos de estrada






Arquivo do Clipping 2005

Veículo:O Globo
Data: 06/06/2005
Assunto: CGI.br

O Comitê Gestor da Internet Brasileira (CG) completou dez anos de vida semana passada, mas já passou por uma plástica, mudou a identidade e, agora, quer ser mais conhecido e conhecer melhor o povão que usa a internet no país. Isso porque, depois de anos sob as asas do governo federal, o CG, às vésperas de completar uma década de vida, tornou-se ONG, divorciou-se da Fapesp, seu antigo braço operacional e, agora, alça vôo solo. Com a formação atual composta por representantes do governo, sociedade civil e indústria, o Comitê ganhou um braço executivo, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que realizará as tarefas de registro e manutenção de nomes de domínio sob o <.br>.

- O Comitê deixa de ser passivo. Antes, era confundido com a própria Fapesp - diz Antônio Valente Tavares, conselheiro do CG e representante do segmento de provedores de acesso do setor empresarial.

Outro anúncio importante durante as comemorações dos dez anos do CG é que, daqui para a frente, o Comitê passará a acompanhar mais de perto a demografia do acesso à internet no país. A partir de pedido do Comitê, o IBGE vai incluir, nos próximos censos demográficos, perguntas relativas ao acesso à rede mundial no Brasil.

Governança da internet: o papel de cada um

Além da discussão sobre o próprio papel do Comitê, o grupo tem uma longa lista de tarefas a cumprir. Incluindo os domínios genéricos (.com, .net, .org), o Brasil detém a 12 posição no ranking de países com mais domínios registrados na internet mundial. Além disso, estima-se que cerca de 37% do PIB brasileiro passem atualmente pela rede, de alguma forma. Tem mais: o número de servidores que operam sob o domínio <.br> saltou de 117 mil em janeiro de 1998 para mais de três milhões em 2004.

Por outro lado, por enquanto apenas 15% da população brasileira têm acesso à internet, e ao CG também cabe discutir formas de expandir o uso da rede no país. Além disso, há a questão da governança da internet, que pretende levar o modelo do CG - de congregar, no papel de organizadores da bagunça virtual governo, sociedade civil e empresários - a outros países.

- A internet assume uma dimensão a cada dia maior. Uma das missões do CG é ter um papel ativo nas questões da governança da internet. Outra é a questão da regulação. Por exemplo, em como atuar para diminuir os monopólios locais - diz Rogério Santanna, conselheiro-titular do CG e secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento.

A questão principal da nova fase do CG é que, aos dez anos, ele está em plena forma e, melhor, tem verba própria para investir em projetos de segurança da informação, treinamento de pessoal e tecnologias para melhorar o endereçamento da rede. Atualmente, cerca de 90% do registro de domínios no Brasil ficam debaixo da raiz <.br>, o que garante verba suficiente para que o Comitê ande com as próprias pernas.

- É um processo superavitário, que tem custo acessível para o usuário final. O CG chega aos seus dez anos com maturidade e recursos para fazer o que se propõe - diz Santanna.

A gestão dos recursos provenientes do registro de nomes de domínio era feita pela Fapesp. Hoje, os recursos acumulados passam de R$ 100 milhões, que serão alocados para custeio e manutenção do Nic.br e projetos do Comitê daqui para a frente. Atualmente existem 768 mil domínios <.br> registrados no país. É trabalho árduo colocar ordem nisso tudo.

Um sub-grupo importante do Comitê é o que discute a governança da internet e tem como tarefa mostrar ao mundo a experiência bem-sucedida do modelo brasileiro.

- O nosso desafio é pensar em como transplantar uma proposta factível de implementação da nossa experiência em nível internacional - diz Carlos Afonso, conselheiro titular do CG e diretor de planejamento da ONG Rits.

É consenso que a evolução do CG e os rumos que a organização tomou se deu a partir do processo de democratização - de dar voz a todos os interessados no segmento, do usuário final ao governo.

- Estamos trabalhando uma posição na Cúpula Mundial para que o modelo que estamos construindo no Comitê possa ser benchmark a ser apresentado ao mundo - diz Marcelo de Carvalho Lopes, coordenador do CG e secretário de Política de Informática/Sepin do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Registro.br virou produto de exportação

Criado oficialmente em 31 de maio de 1995, o CG foi responsável, dentre outras coisas, pelo Registro.br, que desde 1989 executa o registro e manutenção dos nomes de domínio no Brasil e da raiz <.br>. O software do Registro.br já foi exportado para diversos países.

- O software está indo para Moçambique, Tanzânia e Quênia. Na fila já estão o Sudão, Congo, Togo e Uganda - conta Hartmut Richard Glaser, coordenador-executivo do CG e professor da USP.

Depois de dez anos, os trabalhos apenas começaram.