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16 MAR 2000

Comitê cobra segurança dos provedores






Arquivo do Clipping 2000

Veículo: Agência Estado
Data: 16/03/2000
Assunto: reunião do CG

Gustavo Paul

Brasília - O Comitê Gestor da Internet no Brasil aprovou hoje várias recomendações para que as provedoras de acesso evitem ataques de hackers. O Comitê sugere que os provedores forneçam informações e mecanismos necessários à proteção mínima dos usuários. Ficou decidido também que haverá uma espécie de selo de qualidade para os provedores que garantirem os direitos dos usuários.

"Vamos fazer um cadastro de todos os provedores de Internet no Brasil", disse o conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Luiz Tito Cerasoli, um dos integrantes do comitê. Fazem parte do comitê representantes das provedoras, usuários, da indústria, da comunidade acadêmica e dos ministérios da Ciência e Tecnologia, Comunicações, Desenvolvimento e a Anatel.

Cerasoli explicou que, como a Internet é um serviço desregulamentado, não há possibilidade de imposição de regras, apenas sugestões. Uma das recomendações é a instalação de filtros para portas (da rede de computação) que são utilizadas por serviços reconhecidamente nocivos, "conforme divulgação de órgãos oficiais de suporte à Internet".

O comitê foi contra a criação de uma legislação especial sobre crimes pela rede mundial de computadores. "Como não há crimes por meio de fax, não há porque tipificar crimes pela Internet", disse Cerasoli. Uma comissão formada pelo Ministério da Justiça, porém, está analisando a criação de um projeto de lei para definir os crimes cometidos pela rede de computadores.

Está em discussão entre o Comitê e a Anatel a criação de um número telefônico comum para a conexão das provedoras, como ocorre com as ligações 0800 ou 0900. Com um número único poderia haver uma identificação inequívoca da origem da chamada, "de modo que os provedores de acesso à Internet possam identificar sua origem".

O Comitê sugeriu ainda que os grandes provedores de backbone, ou seja, que colocam suas redes de telecomunicações para os demais provedores, criem uma equipe de segurança de redes dedicada a atender exclusivamente a incidentes na Internet. Outra recomendação é que seja feito um recadastramento das contas de todos os usuários, para obter dados cadastrais completos que permitam a identificação física ou jurídica e "definir a política de uso aceitável do serviço prestado".

No ataque promovido por hackers ao site da Anatel na última quarta-feira, a agência chegou a receber 600 consultas por segundo, o que congestionou e interrompeu a sua página na Internet por duas horas. O ataque foi promovido a partir do Canadá e dos Estados Unidos e até hoje os técnicos não haviam detectado indício da sua autoria. Somente na próxima segunda-feira a agência acredita que sua página estará totalmente normalizada.