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19 OUT 2011

CGI.br e Unctad: telecom brasileira continua cara






IP News - 19/10/2011 - [ gif ]
Autor: Francine de Mendonça
Assunto: Pesquisa UNCTAD

Receita média por usuário é US$ 10,8/mês.

O relatório das Nações Unidas (Unctad) apresentado nesta quarta (19) pelo CGI.br demonstra que o País continua com os serviços de telecomunicações com valor muito alto: a receita média por usuário (Arpu) é US$ 10.8, atrás apenas da Rússia, US$ 11.2. O custo é para 2010, pelo uso de 96 minutos, enquanto o valor russo é para 222 minutos mensais. O preço médio por minuto do Brasil é o mais caro: US$ 0.11.

De acordo com Carlos Afonso, conselheiro do Nic.br, o País tem os serviços mais caros do mundo, embora tenham reduzido 17% de 2010 para 2011. “No ano passado o preço de um pacote de dados mensais aqui era de US$ 120, enquanto o segundo colocado era US$ 70.

Esta situação se mantém pelos dados da Fundação Nokia”. Comparativamente, ele também analisou que o Arpu da Índia é o oposto do Brasil, por isso Internet via celular lá é viável para pequenos empresários.

O valor do pacote banda larga fixa sem limite tem o 3º maior custo: por volta de US$ 31.31 no Brasil, com velocidade de 0.512 Mbps. O preço por Mbps neste caso sai US$ 61. Já o valor do combo banda larga móvel para tranferir 1 GB gira em torno de US$ 51.27, velocidade de 1 Mbps e custo de US$ 51 por Mbps.

Com relação às empresas, Alexandre Barbosa, do CGI.br, afirma que 97% das companhias formais tem computador, 95% usa Internet e 90% utiliza a Internet para interagir com o governo. Analisando o total da força de trabalho envolvida com o negócio de tecnologia da informação e comunicação (TIC), no Brasil eram 3.8% em 2007. O valor agregado deste setor como percentual total de negócios no mesmo ano foi de 5%.

O trabalho à distância foi outro aspecto que ganhou espaço entre as empresas: há dois anos 15% oferecia esta facilidade e hoje já são 26%. No universo web, 55% das companhias que acessam fazem compras, 36% vendem e 40% das empresas de grande porte fazem e recebem pedidos online.

Um aspecto de destaque apontado pela entidade é que o acesso à Internet pelo celular ainda se restringe a 5% da população, não cresce e está restrito às classes altas. Barbosa criticou ainda o alto custo dos PCs: “os tablets lá fora são 1/3 do valor aqui”.

Uma outra questão enfrentada pelo setor é o baixo investimento em capacitação, comparado há uma década: há proliferação de cursos, porém bancados pelos funcionários. Também foi analisada a inovação: lá fora as universidades são condutoras deste processo, por exemplo, na Coréia elas são pilares inovadores e o governo facilita as relações acadêmicas e empresariais.