Cerca de 41% dos internautas no Brasil que baixam conteúdo na internet são 'piratas', diz Ipea
O Globo - 11/05/2012 - [ gif ]
Assunto: Pirataria
De um total de 10,6 milhões de usuários pesquisados, 81% disseram que faz downloads on-line
Um levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de nome "Download de músicas e filmes no Brasil: Um perfil dos piratas on-line", nesta quinta-feira, com base na pesquisa "TIC Domicílios 2010" do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra que a pirataria on-line é praticada por 8,62 milhões de internautas brasileiros, ou 81% da amostragem que soma 10,6 milhões de usuários de internet no país. Aplicando-se este percentual ao total de 34,7 milhões de usuários que fazem o download de filmes ou músicas na web, 41% é classificado “pirata”.
O estudo foi apresentado pelos pesquisadores Luis Cláudio Kubota e Rodrigo Abdala Filgueiras de Sousa, e mediado pelo assessor técnico da Presidência do instituto André Rego Viana.
De acordo com o Ipea, o levantamento traz subsídios para o debate a cerca do marco civil da internet, do projeto de Lei nº 84/1999, da Proposta de Emenda à Constituição 98/2007 e da proposta da nova Lei de Direitos Autorais, "pois busca compreender quais são os determinantes que diferenciam os diversos perfis de pessoas que fazem o download de músicas e filmes na internet".
Segundo a metodologia que consta no estudo, os resultados foram baseados nas respostas de 10,6 milhões de internautas em 2010 que haviam acessado a internet nos três meses anteriores e baixado conteúdo.
O perfil dos piratas on-line
Como mostra a tabela que classifica os usuários piratas por classe social, a parcela de usuários que fazem download ilegal na classe A chega a 75%, na classe B 80%, na Classe C 83% e 96% das D e E.
Os índices de pirataria são mais elevados no Nordeste (86%), seguido pelo Sudeste (82%), Sul (79%), Norte e Centro-Oeste (73%).
Os dados também indicam que a prática da pirataria é mais intensa entre os usuários de 10 a 15 anos (91%), 16 a 24 anos (83%), 45 a 59 anos (82%), 35 a 44 anos (81%), e menos expressiva entre usuários idosos, de 60 anos em diante (67%), diz o Ipea.
Com relação à escolaridade, a pirataria é maior entre aqueles com menos anos de estudo (92%), e menor entre os que têm nível superior (77%). Já em relação aos participantes ou não de redes sociais, 86% são piratas, contra 80% dos inscritos em sites do tipo.
Os desempregados apresentam índices mais elevados depirataria on-line (95%), seguidos dos estudantes que não trabalham (83%), indivíduos que trabalham (81%), donas de casa que não trabalham (80%) e, por fim, os aposentados (63%).
Ainda de acordo com o Ipea, as estatísticas devem ser analisadas com cautela, "visto que avaliam cada variável isoladamente, sem considerar seu efeito simultâneo ou as margens de erro da pesquisa".
O questionário da TIC domicílios 2010 teve três questões sobre conteúdo digital. A primeira sobre filmes, a segunda sobre músicas, e a terceira sobre o pagamento de filmes, músicas e ringtones comprados na internet. As duas primeiras foram agrupadas para
Identificar baixadores de músicas ou filmes on-line. O instituto cruzou os dados e disse que, "a diferença entre os dois grupos de questões sinaliza a dimensão da pirataria on-line no Brasil", disse o Ipea.
O estudo completo está disponível no site do Ipea.