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01 ABR 2003

Cartilha ensina como se proteger na internet






Arquivo do Clipping 2003

Abril de 2003

Veículo: A Tribuna de Santos
Autor: Síssi Pucciariello

E-mails falsos, vírus e hackers colocam em risco a segurança na rede e podem, em muitos casos, causar danos financeiros e morais a usuários e empresas, além da perda de documentos no disco rígido do computador. Pesquisa da eMarketer, empresa norte-americana especializada em estudos sobre a internet, aponta que o Brasil está em segundo lugar na lista de ataques sofridos, no ano passado, com 5.568, incluindo fraudes, roubos, brechas de segurança e interrupção de serviços. Os Estados Unidos lideram a estatística, com 26.792 ocorrências. Por isso, para se proteger, todo cuidado é pouco.

Pensando em dar suporte aos navegantes, a Equipe de Respostas para Emergências em Computadores (NSBO), do Comitê Gestor da Internet no Brasil, lançou a versão 2.0 da Cartilha de Segurança. O documento foi dividido em sete partes: Conceitos de Segurança, Riscos Envolvidos no Uso da Internet e Métodos de Prevenção, Privacidade, Fraudes na Internet, Redes de Banda Larga e Redes Sem Fio (Wireless), Spam e Incidentes de Segurança e Uso Abusivo da Rede.

Nos formatos HTML e PDF, o manual está disponível em (www.nbso.nic.br/docs/cartilha) . Inclui também um Checklist, com todas as recomendações em tópicos, e um Glossário, explicando os principais termos utilizados na informática. O nosso objetivo é fornecer informações básicas para que o internauta tome mais cuidado, comenta Cassio Jordão Vecchiatti, representante da comunidade empresarial do Comitê.

Segundo Vecchiatti, o aumento dos ataques virtuais deve-se ao crescimento do número de internautas e ao aprendizado de todos, inclusive dos mal-intencionados. Para ter uma idéia, o acesso residencial à web cresceu mais de 50% em dois anos, conforme estudo do Ibope eRatings. Em fevereiro de 2001, eram 4,5 milhões de internautas ativos no País. No mesmo período deste ano, passaram a ser 7,5 milhões.

A popularização da rede e dos serviços on-line pode colocar em risco os usuários mais desavisados, na opinião do representante do Comitê. Os internautas querem navegar, fazer compras, mas alguns não estão preocupados com o que pode acontecer. A regra básica, de acordo com ele, é sempre manter o antivírus atualizado e, principalmente quem usa banda larga, instalar um firewall pessoal. O firewall é um dispositivo de segurança usado para proteger o computador contra acessos não autorizados vindos da internet.

Em relação aos vírus, Vecchiatti recomenda que o internauta não abra arquivos executáveis de pessoas desconhecidas. Se for realmente necessário abri-los, deve-se usar o antivírus. Não há estatística de quantos vírus existem hoje, mas sabe-se que são milhões.

Somente no mês passado, 752 novos tipos foram identificados. Na lista dos que mais contaminaram, segundo a Panda Software, o Klez.I está em primeiro lugar, exceto em outubro de 2002, quando foi superado pelo Bugbear. O Klez.I envia mensagens a todos os contatos do livro de endereços do Windows e gera as mais variadas mensagens, usando trechos de documentos existentes nos micros contaminados.

Cópias de segurança - Melhor prevenir do que remediar. Um dos trechos da Cartilha, na parte de Riscos Envolvidos no Uso da Internet e Métodos de Prevenção, mostra que a cópia de segurança, ou backup, é essencial não só para recuperar eventuais falhas, mas também para minimizar as conseqüências de uma possível infecção por vírus ou por uma invasão. Ela deve ser feita com a mesma periodicidade com que são modificados os arquivos, e em mídias confiáveis, como por exemplo os CDs.

Segundo ainda a Cartilha, os dados armazenados em uma cópia de segurança podem conter informações sigilosas. Neste caso, devem ser armazenados em formato criptografado - de forma cifrada ou em código. Essa forma é utilizada, dentre outras finalidades, para autenticar a identidade de usuários, autenticar transações bancárias, proteger a integridade de transferências eletrônicas de fundos e proteger o sigilo de comunicações pessoais e comerciais.

O que é

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (www.cgi.br) foi criado em 1996 pelo Ministério das Comunicações e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O Comitê coordena e integra todas as iniciativas de serviços de internet no País, desde a adequação de padrões até a definição de conduta de provedores e usuários. O Comitê oferece somente suporte e aconselhamento, não garantindo respaldo a usuários que se sentirem lesados, com invasões de privacidade ou ataques na internet. Não há setor de denúncia e, sim, de comunicação de incidentes e ataques, que é o NSBO.

Confira alguns trechos e tire suas dúvidas

Vírus

É um programa capaz de infectar outros softwares e arquivos do computador. Para realizar a infecção, o vírus embute uma cópia de si mesmo em um programa ou arquivo. Quando ele é executado, também executa o vírus, dando continuidade ao processo de infecção. Previna-se:

  • Instale e mantenha atualizado um bom programa de antivírus.
  • Desabilite no programa de e-mail a auto-execução de arquivos anexados às mensagens.
  • Não execute ou abra arquivos recebidos por e-mail, mesmo que venham de pessoas conhecidas. Caso isso seja inevitável, certifique-se de que o arquivo foi verificado pelo programa antivírus.
  • Procure utilizar, no caso de arquivos de dados, formatos menos suscetíveis à propagação de vírus, tais como RTF, PDF ou PS.
  • Já no caso de arquivos comprimidos, não usar o formato executável. Opte pelo formato compactado, como o ZIP.

Transações on-line

Ao acessar sites de comércio eletrônico ou Internet Banking, o usuário precisa ficar atento ao manual básico de segurança. Em primeiro lugar, devem-se realizar transações somente em sites de instituições consideradas confiáveis.

  • Antes de realizar qualquer ação, certifique-se de que o endereço apresentado no navegador (browser) corresponde ao site que você realmente quer acessar.
  • Procure sempre digitar no navegador o endereço desejado. Não utilize links em páginas de terceiros ou recebidos por e-mail.
  • Certifique-se de que o site faz uso de conexão segura, ou seja, que os dados transmitidos entre o navegador e o site serão criptografados. Além disso, o site deve utilizar um tamanho de chave considerado seguro (no mínimo, 128 bits).
  • Não acessar sites de comércio eletrônico ou Internet Banking por meio de computadores de terceiros.
  • Desligue a webcam, caso possua, ao entrar em um site de comércio eletrônico ou de Internet Banking.
  • Mantenha o navegador sempre atualizado e com todas as correções (patches) aplicadas.
  • Altere a configuração do navegador para restringir a execução de Javascript e de programas Java ou ActiveX, exceto para casos específicos.
  • Configure o programa de e-mail para não abrir arquivos ou executar programas automaticamente. Por fim, não execute programas obtidos pela internet ou recebidos por e-mail.

Rede doméstica

Muitos usuários têm instalado redes em casa, em virtude da facilidade e conveniência. Entretanto, além das preocupações com os clientes da rede, são necessários alguns cuidados na configuração do Access Point (AP) - dispositivo que atua como ponte entre uma rede sem fio e uma rede tradicional.

  • É preciso ter em mente que, dependendo da potência da antena do AP, a rede doméstica pode abranger uma área muito maior que apenas a da casa onde ela está instalada . Com isso, a rede pode ser usada sem o conhecimento do proprietário ou ter o tráfego capturado por vizinhos ou pessoas que estejam nas proximidades da casa.
  • Altere as senhas. Quanto mais bagunçada for a senha, melhor, pois mais difícil será descobri-la. Assim, tente misturar letras maiúsculas, minúsculas, números e sinais de pontuação. Essa dica vale também para a senha pessoal.
  • Altere o SSID (Server Set ID). É um conjunto único de caracteres que identifica uma rede sem fio. Ele diferencia uma rede sem fio de outra. Um cliente normalmente só pode conectar-se em uma rede sem fio se puder fornecer o SSID correto.
  • Desabilite o brodcast do SSID.
  • Use sempre que possível um WEP (Wired Equivalent Privacy). Ele é um protocolo de segurança para redes sem fio que implementa criptografia para a transmissão dos dados. No entanto, não é 100% eficaz.
  • Procure usar o maior tamanho de chave possível (128 bits).
  • Desligue seu AP quando não estiver usando a rede.

Spam

É o termo usado para se referir aos e-mails não-solicitados, que são enviados para um grande número de pessoas. Quando o conteúdo é exclusivamente comercial, este tipo de mensagem também é chamada de UCE (Unsolicited Commercial Email). Muitos provedores de acesso possuem filtro de e-mail, barrando o Spam. Nos endereços abaixo, há referências para diversas ferramentas de filtragem de e-mails.

Cookies

São pequenas informações que os sites visitados podem armazenar no navegador. Os cookies costumam ser utilizados para rastrear e manter as preferências de um usuário ao navegar pela internet. Essas preferências podem ser compartilhadas entre diversos sites na rede, afetando a privacidade.

  • Desabilite o recebimento de cookies, exceto para endereços confiáveis. Os navegadores com versões mais recentes normalmente permitem que o usuário desabilite o recebimento.
  • Outra forma de manter a privacidade é usar sites que permitem que o internauta fique anônimo. Esses são conhecidos como anonymizers e intermedeiam o envio e recebimento das informações entre o navegador e o site que se deseja visitar. Neste caso, é importante ressaltar que o anonymizer deve ser confiável.

Blogs e páginas

Ao colocar uma página na internet é preciso proteger os dados contidos no endereço. O blog, diário virtual, vem sendo muito utilizado pelos internautas. Por isso, deve-se evitar colocar dados pessoais, como e-mail, telefone e endereço. Essas informações podem ser utilizadas por alguém mal-intencionado. Evite também:

  • Fornecer dados sobre o computador, dizendo a marca, sistema operacional e os softwares utilizados.
  • Não relate informações sobre o seu cotidiano como, por exemplo, hora em que saiu e voltou para casa, data de uma viagem programada ou horário em que foi ao caixa eletrônico.

Veículo: NSBO, do Comitê Gestor da Internet no Brasil. A íntegra está em (www.nbso.nic.br/docs/cartilha).