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06 ABR 2005

Brasil abre os braços para a África






Arquivo do Clipping 2005

Veículo:AllAfrica.com
Data: 06/04/2005
Assunto: Software livre

Depois de provar os frutos da liberdade resultante do uso de software livre, o Brasil abriu suas portas a governos africanos dispostos a adotar o software para a administração de registros de Domínios de Primeiro Nível (DPNs ou TLDs, na sigla em inglês).

E esses governos agarraram a oportunidade e aproveitaram a emergente solidariedade sul/sul, encabeçados pelos líderes sul-africanos. O Quênia foi o primeiro país a aprender como usar o software, a Tanzânia veio logo em seguida, ao passo que Moçambique e o Sudão também estão na fila para os serviços. Quando a solução do software livre estiver implementada, a operação dos registros africanos deixará de ser manual para tornar-se automática.

Durante a conferência em curso da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN - Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números), o renomado professor Hartmut Glaser, do Brasil, estava positivamente radiante ao explicar como o software poderá mudar a direção e a velocidade do desenvolvimento tecnológico na África. "Nós sabemos o que o software livre significa para nós - não temos mais os altos custos da cobrança de copyright, o software é à prova de hackers, e qualquer país pode adaptá-lo às suas próprias necessidades. Nós gostaríamos de compartilhar isso com nossos colegas na África", disse Glaser. Peter Olanga e Peter Shilla, os dois estagiários da Autoridade Reguladora de Telecomunicações na Tanzânia, estavam entusiasmados com a esfuziante hospitalidade demonstrada pelo governo brasileiro. "O software é bom e oferece imensas oportunidades para a Tanzânia, mas a melhor parte é o espírito demonstrado pelo governo do Brasil. Eles cederam o seu tempo, espaço e recursos humanos para garantir que os países africanos possam acompanhar o mundo em desenvolvimento", disse Olanga.

A dupla disse que o conhecimento obtido do Brasil irá ajudar seu país a estabelecer os fundamentos básicos para criar um registro de Domínios de Primeiro Nível.

Eles relataram que visitaram os escritórios da KENIC no Quênia antes de viajarem para o Brasil, de modo que agora têm uma idéia sobre o tamanho do registro que querem introduzir.

Além do treinamento, o Brasil e os países participantes assinam contratos para assegurar a continuidade do processo de implementação. Para garantir que essa meta seja atingida, o Brasil ofereceu assistência técnica aos países destinatários, caso haja problemas com o software ou mesmo qualquer dificuldade técnica na sua operação. O desejo de estimular a cooperação sul/sul começou em 2002, quando o Brasil enviou engenheiros para Togo a fim de treinar os colegas locais provenientes de mais de 20 países e reunidos em Lomé.

Isso, disse Glaser, foi o começo de um longo caminho para superar a exclusão digital. Ele argumenta que o Brasil é um país do terceiro mundo, que compreende melhor as necessidades dos países em desenvolvimento. Segundo o ditado, "só quem usa o sapato sabe onde ele aperta".