Ascenty cresce, começa segundo data center e já estuda IPO
TeleSíntese - 15/02/2013 - [ gif ]
Autor: Marina Pita
Assunto: PTTMetro
Companhia tem planos para cinco centros de processamento de dados, está prestes a receber grande empresas americanas e começa a traçar estratégia de abertura de capital
O setor de telecomunicações brasileiro tem se mostrado dinâmico no que diz respeito a atrair capital estrangeiro e a Ascenty é um desses exemplos. Holding focada em dois segmentos: serviços de data center e redes de fibra óptica, a companhia controlada pelo fundo de private equity norte-americano Great Hill Partners (GHP) acaba de se tornar um Ponto de Troca de Trafego (PTT) regional em Campinas, segue firme em seu plano de ter cinco data centers espalhados pelo país e já começa a estudar a abertura de capital.
Criada no início de 2012 com duas empresas a Data Center Brasil e Metro Fiber Brasil, a holding mudou de nome em fevereiro do mesmo ano, com a compra da operadora virtual de serviços de Data Center que lhe rendeu o nome. “Compramos a Ascenty, que alugava a infraestrutura da Oi, pela cartela de clientes e para entender o mercado local”, explica o diretor de relações institucionais Roberto Rio Branco.
Desde então, a holding inaugurou o primeiro centro de processamento de dados próprio em Campinas (Tier 3), em meados de outubro, e já começou construção da segunda unidade em Hortolândia, interior de São Paulo, a ser inaugurado em março, com expectativa de ter o primeiro do país de alta densidade de energia elétrica. Ainda, alugou o imóvel para a construção do ativo de número três em Santo André, no ABC Paulista, e já estão mapeadas as cidades de São José dos Campos (SP) com construção prevista para final de 2014 e Fortaleza (CE), com construção prevista para 2015.
No caso da empresa de rede de fibra óptica, a Ascenty Telecom, já foram instalados 1 mil km na região do ABCDM (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá), uma cobertura a ser ampliada à medida que forem inaugurados os novos data centers da holding, equivalente a crescimento de 20% ano ano.
O objetivo da Ascenty é estruturar o negócio em cima da acelerada expansão do consumo de dados no país – segundo o IDC este crescimento varia entre 15% a 20% ao ano, acima da média mundial – oferecendo o serviço em locais alternativos a Barueri, município vizinho à capital paulista que concentra 90% dos data centers brasileiros. Ao se fixar em locais alternativos, a Ascenty ganha clientes entre o crescente número de empresas nascendo fora da capital e aproveita a migração de outras para regiões com custo de mão de obra e impostos menor.
A estratégia tem se mostrado acertada, segundo Rio Branco. “Aceitação de nosso data center em Campinas foi muito superior ao que havíamos imaginado. Para se ter uma ideia, temos 5 mil m² de área construída, e 2,5 mil m² de área elevada que dividimos em três data halls. Com quatro meses, o primeiro módulo já foi todo ocupado. O segundo está para ser entregue em maio com ocupação quase completa, então já temos o terceiro data hall em construção”. Para dar uma noção da procura pelos serviços, Rio Branco aponta o avanço na cartela de clientes, que mais do que dobrou desde a compra da Ascenty em fevereiro. “Saímos de uma lista de 70 clientes para 180 neste início de fevereiro”.
A capacidade de atração de clientes da Ascenty está bastante ligada ao grupo investidor, o GHP, explica o executivo. Nos Estados Unidos, o fundo de private equity é dono de uma empresa de serviços de data centers, a Latisys, com sete centros de processamento de dados naquele país. Assim, quando uma empresa americana quer investir no Brasil, é natural receber a indicação para contratar a Ascenty. “Por ser do mesmo grupo controlador, eles representam a Ascenty nos Estados Unidos e nós os representamos aqui”, explica Rio Branco. Segundo ele, a Ascenty está prestes a atender algumas “gigantes americanas” prontas a entrarem ao Brasil. “São empresas de diversos ramos, muito grandes. Mas estou impedido por contrato de mencionar nomes”. Segundo ele, com um grande cliente para o data center de Fortaleza, o cronograma do projeto será adiantado.
Além da boa entrada entre empresas norte-americanas, a Ascenty cresce ao combinar a localização alternativa com serviços de qualidade, diz o executivo. “Nossos data centers são certificados, com nossos próprios links de dados e rede de fibra óptica 100% própria. Além disso, temos o acordo com o NIC.br para ser PTT regional, o que reduz a latência do serviço e eleva a confiabilidade”, explica o presidente. Segundo ele, a Ascenty tem chamado a atenção de clientes por não impedir que seus clientes contratem links dedicados de outras operadoras: “não cobramos aluguel, estamos abertos às demais operadoras até porque nossos clientes precisam de redundância”.
Preparação para abertura de capital, IPO
O GHP é velho conhecido do mercado de telecomunicações brasileiro. Há 17 anos no Brasil, o grupo investiu em serviços de TV paga, criou a Horizon que depois de uma aquisição na Baixada Santista mudou de nome para Vivax e se tornou a segunda maior operadora de TV a cabo brasileira. Em 2006, a empresa abriu capital e em 2007 foi comprada pela líder NET. “Recebemos uma oferta irrecusável na época, de R$ 1,2 bilhão”.
Agora, com a Ascenty, o GHP parece se interessar por um caminho semelhante. De acordo com Rio Branco, a empresa já contratou bancos para começar a estudar a abertura de capital da companhia, mas este deve ser um processo de um ano, de acordo com o executivo.