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29 SET 2020

A influência das redes sociais nos jovens


Diário da Região - São José do Rio Preto - 25/9/2020 - [gif]


Assunto: TIC Kids

A internet e as redes sociais podem influenciar tanto de maneira positiva, quanto de forma negativa crianças e adolescentes fragilizados e com relacionamentos familiares disfuncionais, afirmam os especialistas.
Do ponto de vista negativo, não trata-se apenas de desafios como Momo e Baleia Azul. Mas de questões que dialogam com o existencialismo, a perspectiva de futuro e a própria razão de viver.

"Nessa vida virtual, os parâmetros são altos. O jovem é exposto a coisas de um mundo perfeito, mas obviamente artificial. E essa vivência intensa fomenta uma constante frustração", reforça Daniela Pavan Terada, Coordenadora de Saúde Mental do município. Daniela destaca que, com o surgimento das redes, houve um enfraquecimento das relações interpessoais e os jovens passaram cada vez mais a trocar a vida real pela virtual.

Um levantamento divulgado neste ano pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) reforça esse pensamento. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, 91% dos adolescentes entre 15 e 17 anos usam redes sociais; 77% acreditam saber mais de internet do que os pais e 20% tiveram o primeiro acesso à internet aos 10 anos de idade. São jovens que tinham entre 5 e 7 anos quando o Facebook chegou no Brasil, para se ter uma ideia.

"É uma geração em que a família está cada vez mais ausente e que possui influencia externa cada vez mais intensa, mas nem sempre qualificada", observa Daniela.

Segundo a pesquisadora Cristina Miyazaki, a influência provocada pelas redes varia de acordo com o nível de autoestima do usuário. "Isto é, pessoas com uma autoestima elevada serão menos afetadas que aquelas com menor autoestima", afirma. Quando as mídias sociais são utilizadas como meio de comparação, em relação a aparência por exemplo, os efeitos sobre a autoestima têm maior probabilidade de serem negativos. "Por outro lado, quando as mídias sociais são utilizadas como forma de receber feedback, apoio de amigos, esse uso tem efeitos positivos sobre a autoestima", reforça Cristina.

Outro ponto é a possibilidade de ter suporte ou apoio social online e maior facilidade para expressar-se por meio das redes sociais.

"Tem sido comum nos últimos tempos a mãe do adolescente ficar sabendo, por meio do amigo que viu nas redes sociais, que o filho está tendo falas e afirmações suicidas", diz o psiquiatra e psicoterapeuta, Paulo Roberto Borges. (FN)