41% dos internautas baixam filmes e músicas pirateados
Diário de Cuiabá - 18/05/2012 - [ gif ]
Autor: Joanice de Deus
Assunto: Pirataria
IPEA mostra números da pirataria e motivos do maior consumo pelas classes baixas
A internet está cheia de opções que permite baixar filmes ou músicas protegidos por direitos autorais para uso pessoal ou mesmo para comercialização. Recentemente, os Estados Unidos (EUA) fecharam o “megaupoload”, um dos sites usados para download de conteúdos cinematográficos.
No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) lançou na última quinta-feira o “Comunicado 147 – Download de música e filmes no Brasil: Um perfil dos piratas online”, que revela que, quanto maior o custo de certo produto de mídia, a tendência é de aumento de usuários que recorrerão para vias alternativas, ou seja, a pirataria. Do contrário, quanto menos oneroso o produto, maior o consumo legal.
O estudou mostra que quem baixou e não comprou determinado arquivo de música ou filme, foi considerado pirata; portanto, dos 10,6 milhões de baixadores pesquisados, 81% (8,62 milhões) foram considerados piratas, o que corresponde a um total de 41% do total de pessoas que usam a internet, para baixar conteúdos ou não (68 milhões ao todo). Os dados são da Pesquisa TIC Domicílios de 2010, do Comitê Gestor de Internet (CIG), disponibilizada por meio de cooperação entre as duas entidades.
Conforme o IPEA, a preponderância para os downloads considerados piratas são das pessoas pertencentes a classes sociais mais baixas, jovens entre 15 e 20 anos, e com menor escolaridade. A explicação para que as classes “D” e “E” baixem mais de forma ilegal está na “limitação de renda e falta de conhecimento das sanções das leis”.
Entrevistado pela reportagem do Diário, um profissional da área de informática, que preferiu não se identificar, conta que há inúmeros programas que podem ser usados para baixar filmes ou músicas. Entre eles, os famosos Torrent e P2P.
“Esses programas buscam em servidores anônimos e baixam o filme ou música que você quiser”, disse. “Sem pagar nada”, acrescentou.
Além do custo zero, uma das contribuições para downloads ilegais se refere ao fato de que pouco mais de 500 municípios no Brasil têm salas de cinema. Como os filmes demoram semanas ou meses para serem disponibilizados em DVD ou Bluray após o fim da exibição nos cinemas, durante esse intervalo as pessoas não têm muita opção de acesso a uma cópia legal do filme. Assim, precisam esperar fazer uma viagem para uma cidade onde tenha cinema.
Situação que também leva à proliferação da venda DVDs e CDs piratas, que ocorre em praticamente todos os cantos de Cuiabá. Com preços tabelados, é possível comprar quatro filmes ou discos por apenas R$ 10,00. Valor que, apesar da falta de qualidade, atrai consumidores de todas as classes sociais e profissões. “Todo mundo compra. Pobre, rico, branco ou negro”, disse um vendedor ambulante que trabalha no central da Capital.