NIC.br

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Desde a década de 1970, acostumou-se chamar de  Network Information Center  (“Centro de Informações sobre Rede”, com acrônimo “NIC” em inglês) aos centros responsáveis por publicar as tabelas com alocações de nomes e números IP. Ao longo dos anos, durante o fim da década de 1980 e começo da década de 1990, vários domínios de topo para código de país (ccTLDs) começaram a ter seus próprios NICs.

1989

Em 1989, Jon Postel, responsável pela atribuição de domínios de topo, delegou o ccTLD.br à equipe que trabalhava em redes acadêmicas no país, na Fapesp. A Internet ainda não existia no Brasil e o “.br” era usado por outras redes acadêmicas no País, como UUCP. Nomes terminados em .br eram poucos e seus registros eram feitos manualmente.

1991

Em 1991, logou-se pela primeira vez o acesso à Internet, e de forma permanente. Além dos usuários acadêmicos, foram se juntando outros interessados no acesso às redes e, particularmente, à Internet no Brasil: o terceiro setor já tinha iniciado o uso da rede na conferência ECO-92, que foi realizada no Rio de Janeiro e as BBSs (bulletin board system) existentes se organizaram para prover acesso à Internet.

1995

Em 1995, uma iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério das Comunicações criou o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), para coordenar e integrar as iniciativas relacionadas à rede no Brasil.

1996

Em fins de 1995 a Internet já tinha integrantes do setor empresarial no Brasil e novos domínios eram solicitados a todo instante. Ao planejar as ações escaláveis para o futuro registro de domínios, notou-se que seria impossível continuar a tratá-los um a um, manualmente. Em janeiro de 1996 existiam 851 domínios registrados (desde 1989) e em dezembro eles eram mais de 7500. O registro de domínios foi automatizado e, por decisão do CGI.br, para se tornar uma atividade autossustentável, passou a ser cobrado. Também nesse ano realizou-se a primeira reunião do Grupo de Trabalho de Engenharia de Redes (GTER).

1997

Em junho de 1997, como resultado de um estudo encomendado pelo CGI.br sobre o melhor modelo para uma Coordenadoria de Segurança de Redes na Internet Brasil, foi constituído o NBSO (NIC.br Security Office). Esse grupo evoluiu para o atual CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil), que desde 1999 recebe notificações de incidentes relacionados às redes que operam no Brasil.

anos 2000...

A Internet continuou expandindo-se de forma intensa, e o cenário levou o CGI.br a transferir as funções executadas na Fapesp para uma instituição independente . Em 2003 o NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) foi formalmente estabelecido como pessoa jurídica e a formatação do CGI.br foi alterada pelo Decreto 4.829 para a que tem atualmente. Em 2005, o NIC.br passou a ser a instituição que administra as ações de registro de nomes sob o .br além de assumir outras atribuições.

O CGI.br, desde 1998, reconheceu que a evolução da Internet dependia também da existência de pontos de troca de tráfego (PTTs) e incentivou a sua implantação e desenvolvimento onde necessário. Antes, não era raro que, ao enviar um dado entre duas localidades de uma mesma metrópole, mas conectadas a redes diferentes, a mensagem passasse por pontos no exterior antes de chegar ao seu destino. Além de encarecer os custos, o tempo gasto era significativo, sem falar da exposição desnecessária do conteúdo e riscos de segurança. A partir de discussões do GTER, foi criado um Ponto de Troca de Tráfego pela Fapesp na Rede ANSP, que acabou repassado,em 2002, à Terremark (atualmente da Verizon). Em 2004, o CGI.br, entendendo que PTTs devem ser neutros e administrados por instituição sem fins de lucro para serem eficientes, criou o projeto PTTMetro (PTT.br) para a implantação de infraestruturas para troca de tráfego Internet no Brasil em regiões metropolitanas. Desde 2004 o projeto PTTMetro cria PTTs onde houver Sistemas Autônomos e interesse de troca local de tráfego. As primeiras infraestruturas foram instaladas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília (https://eng.registro.br/pipermail/gter/2004-June/004172.html).

O número cada vez maior de brasileiros conectados à Internet em um país de dimensões continentais gerava questões importantes e que não tinham, ainda, resposta: qual o perfil do usuário brasileiro? E o perfil das empresas que se conectam à Internet? Como é o panorama do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil? Em 2003, o CGI.br solicitou ao NIC.br que produzisse indicadores sobre o uso da Internet no País, que pudessem ser comparados aos internacionalmente aceitos. Surgia a primeira Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, com resultados para domicíliosempresas. Pouco tempo depois, a experiência de coletar e disseminar informações referentes ao avanço da Internet no Brasil deu origem ao Cetic.br. Atualmente várias outras pesquisas são conduzidas para que conheçamos cada vez melhor o uso das TIC por brasileiros; na educação, em organizações sem fins lucrativos, no governo, em provedores, na saúde e por crianças e adolescentes. O reconhecimento a esse trabalho se traduz pelo reconhecimento da Unesco ao rubricar o Cetic.br como um “Centro Regional de Categoria II em estudos para o desenvolvimento da Sociedade da Informação”.

Cursos de IPv6 são promovidos pelo Ceptro.br desde 2008 e já capacitaram mais de 5 mil profissionais para lidar com a nova geração do Protocolo Internet. O NIC.br desenvolveu e disponibilizou um Sistema de Medição de Tráfego Internet (SIMET), que permite ao usuário de serviços banda larga saber a real qualidade do seu acesso à Internet. O SIMET é 100% neutro e independente.

Desde novembro de 2007, o NIC.br abriga o primeiro escritório do hemisfério sul do World Wide Web Consortium (W3C), que promove ações para o desenvolvimento e fortalecimento dos padrões Web. O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), criado em 2015, tem ações voltadas à promoção da Web, de sua acessibilidade e de dados abertos no Brasil.

Todas essas atividades somente são possíveis por conta da arrecadação de recursos pelo registro de domínios “.br” e alocação de endereços IP, ações conduzidas pelo NIC.br de forma autônoma e privada, sem aporte de recursos públicos.


Diferentemente do que acontece com outros NICs, além de proporcionar e manter alta qualidade na atividade de registro de domínios, o montante arrecado exclusivamente pelo Registro.br é investido em ações e projetos que geram benefícios e a melhoria das atividades relacionadas à infraestrutura da Internet disponíveis no País.


O trabalho está em contínua expansão, sempre em busca de uma rede cada vez melhor no Brasil!