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01 DEZ 2011

Seis desafios para incorporar tecnologia à educação






Veja - 12/2011 - [ 1 ][ 2 ][ 3 ][ 4 ][ 5 ][ 6 ]
Assunto: Indicadores CETIC.br

Alunos sabem mais que professores

Segundo pesquisa divulgada em agosto pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br), 100% das escolas públicas brasileiras possuem ao menos um computador e 92% delas têm acesso à internet. No entanto, apenas 4% possuem computadores instalados em sala de aula (88% instalaram a máquina na sala da coordenação) e 81% das unidades contam com laboratório de informática. A principal limitação para maior uso da tecnologia na escola está relacionada ao nível de conhecimento dos professores: a maioria deles (64%) concorda que os alunos sabem mais sobre computadores e internet do que os mestres.

O que fazer com os tablets?

O ano de 2011 foi definitivamente o de consolidação do uso dos tablets, não apenas para o lazer, mas também com objetivos educacionais. Colégios tradicionais como o Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, já difundem o uso do aparelho em sala de aula. Para o especialista em educação de Harvard, Christopher Dede, o tablet proporciona uma chance inédita ao aluno e ao professor: pela primeira vez, passa a ser possível juntar conteúdos provenientes da sala de aula e de fora dela. Christopher Quintana, professor da Universidade de Michigan e também especialista em tecnologia, ressalta, no entanto, que as escolas precisam envolver os tablets em seu projeto pedagógico e determinar objetivos claros para a ferramenta.

Professores não dominam o assunto

Estudo publicado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou que 75% dos professores da rede pública adquirem conhecimentos de tecnologia aplicada à educação informalmente, com colegas. Isso significa que esses docentes não recebem orientação formal e pedagógica para adicionar esse conhecimento a suas aulas. Simão Marinho, coordenador do programa de pós-graduação em educação da PUC-Minas e assessor pedagógico do programa Um Computador Por Aluno (UCA), afirmou, em entrevista a VEJA.com, que a capacitação dos professores é o maior desafio da escola brasileira na difícil tarefa de incorporar as tecnologias à sala de aula.

Leitura no papel ou nas telas eletrônicas?

Tablets e e-readers já oferecem opções de leitura para crianças de diversas idades. Clássicos como Menina do Narizinho Arrebitado, de Monteiro Lobato, e as instigantes aventuras de Julio Verne, como Viagem ao Centro da Terra, entre outros, já estão adaptados aos novos suportes. Portanto, como mostrou reportagem de VEJA, os pais começam a se defrontar com uma dúvida: qual o formato mais adequado às crianças – o tradicional livro impresso ou um iPad. Ismar de Oliveira, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que pouco importa o suporte: "O que importa é o que se lê. Não onde se lê."

Twitter contra o cyberbullying

A secretária de Educação do Rio, Claudia Costin, descobriu no Twitter uma ferramenta para combater o cyberbullying entre estudantes da rede municipal de ensino. “Professores com Twitter são difusores das novidades", afirmou, ao defender que os docentes propusessem na rede atividades contra a violência escolar. Ela também visitava as escolas duas vezes por semana para acompanhar o clima das salas de aula, a partir de onde "tuitava" fotos e impressões sobre as instituições. 

Brasil: 0,16 computador por aluno

A OCDE, organização que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, detectou que o Brasil tem apenas 0,16 computador por aluno da rede pública de ensino. O número rendeu ao país a terceira pior colocação no ranking da inclusão digital, à frente apenas de Tunísia e Indonésia. O topo do ranking é ocupado pela Austrália, onde há uma máquina para cada estudante.