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16 ABR 2019

O domínio .br completa 30 anos. Saiba por que ele segue mais relevante do que nunca


Época Negócios - 16/4/2019 - [gif]


Autor: Marc Tawil
Assunto: Domínio ".br"

Utilizado por 92% das empresas brasileiras, ele mudou a forma de se fazer negócios no Brasil. Entre os 300 domínios semelhantes no mundo, o .br é o 7º mais popular

Nesta quinta, dia 18 de abril, o .br, nosso domínio de topo de país, espécie de assinatura da internet brasileira, celebra 30 anos de atividade. E os dados públicos e generosos comprovam que ele tem colhido os frutos do seu empenho: são 4 milhões de domínios registrados apenas na seção Genéricos, sendo 91% deles (3,68 milhões) terminados em .com.br; 1,98% (79 mil) terminados em net.br; e outros bons milhares que atendem por emp.br, org.br, eco.br e art.br.

Genéricos são maioria (94% dos domínios .br), é verdade, mas a lista de subdomínios é extensa. São 120, no total, dedicados aos serviços, negócios e ideias diversas dos brasileiros, e distribuídos em pilares como Cidades (0,79%), Universidades (0,10%), Pessoas Jurídicas (2,65%), Pessoas Físicas (0,31%) e Profissionais Liberais (2,02%).

O .br foi delegado ao Brasil quando a internet nem aqui existia. E para entender melhor e explicar aos leitores de Época Negócios por que ele continua tão relevante, conversei com um personagem fundamental dessa história, Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do CGI e que coordena os serviços da rede no Brasil.

“O .br é operado no Brasil, para os brasileiros, e em português. Temos excelência na operação e disponibilidade técnica dos mais de 4 milhões de domínios existentes. O atendimento aos nossos clientes é realizado por um time interno, nosso, extremamente capacitado. Como somos mais ‘duros’ do que a maioria dos demais registros (até porque somos sem fins lucrativos), os websites que assinam .br são bem mais confiáveis do que certos domínios ‘estranhos’.”

Primeiro brasileiro a ter o nome incluído no Hall da Fama da Internet, honraria concedida pela Internet Society, Getschko observa que outro fator importante passa pela segurança jurídica: “O .br foi mantido apenas a brasileiros e empresas com CNPJ, reforçando a certeza de que ninguém abrirá uma pendência judicial em relação ao nome escolhido em algum lugar aleatório do mundo”.

Sendo assim, um negócio que use o .br como “sobrenome” pode ter certeza de que seu domínio será encontrável em toda a rede, o tempo todo.

Diferentemente do que ocorre em outros domínios, especialmente os genéricos, tudo que o NIC.br recebe do registro no .br (R$ 40,00 anuais por domínio), além de garantir a solidez da operação, é investido em ações e projetos que beneficiam as atividades relacionadas à infraestrutura da internet, como operação de pontos de troca de tráfego, tratamento de incidentes de segurança, estatísticas sobre o acesso e uso da internet no Brasil.

A solidez do serviço nacional é tamanha que, para efeito de comparação, o .br só perde hoje em termos de popularidade para Rússia (.ru), Países Baixos (.nl), Reino Unido (.uk), China (.cn), Alemanha (.de) e Tokelau (.tk) – este último, um arquipélago da Polinésia.

Redes sociais
Heavy user de redes sociais, pergunto a Demi Getschko quais as implicações para as pessoas físicas e jurídicas que substituíram seus websites por plataformas como Twitter, Facebook, LinkedIn e Instagram. “As redes sociais criaram ‘novas moradias’ que, num primeiro momento, pareceram um substituto aos endereços de domínios. Mas é importante mostrar que, se alguém ‘mora’ numa rede social, tem sua referência e depende dela. Se ela desaparece, ou se o usuário quer mudar de plataforma, lá se vai a identidade que buscou construir com afinco.”

Dessa forma, um usuário prevenido vale por vários. “É melhor ter algo definitivo como um domínio e, eventualmente, apontá-lo para o domicílio temporário que ocupa numa rede social”, ensina.

Primórdios
Pergunto ao diretor-presidente do NIC.br se, antes do .br, tudo era mato na internet brasileira. “Claro que não era mato! A Bitnet e a Hepnet, além de redes baseadas em UUCP, cresciam vigorosamente no Brasil. As primeiras restritas à área acadêmica e a UUCP mais ligada a ONGs, como a AAPC, o IBASE, entre outras.”

Demi Getschko reconhece, contudo, que até 1993 eram basicamente textos a circular virtualmente. A Web, declara, instigou o cidadão comum a colocar fotos, assistir vídeos, ouvir música e a criar websites. Com isso, surgiram milhões de usuários, produzindo e consumindo conteúdo, e gerando essa exuberância atual.

“As pessoas são, hoje, o elemento fundamental numa rede que, originalmente, ligava computadores.”