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26 MAR 2019

Internet: e o que vem por aí?


Diário do Nordeste - 15/3/2019 - [gif]


Autor: Daniel Praciano
Assunto: Futuro da Internet

Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA)... O que o futuro nos reserva? Especialistas comentam

Tivemos a Web 1.0 que dominou os anos 90. Tínhamos páginas sem muita ou nenhuma interatividade, geralmente estáticas, mas não que não significa que elas não eram atualizadas. Elas só não tinham interatividade. Depois veio a Web 2.0, nos anos 2000, e o compartilhamento e interação com o leitor – que já não era apenas um recebedor de conteúdo – foi o ponto marcante. Vieram blogs, fotologs e as redes sociais. Hoje em dia já vemos o fenômeno da Web 3.0. O termo Web 3.0 é atribuído ao jornalista John Markoff, do The New York Times. Seria uma evolução da Web 2.0 focada mais na estrutura do que no usuário. Acesso mais focado em equipamentos móveis, conteúdos mais personalizados para cada internauta, sites e aplicações inteligentes e publicidade baseada em nossas buscas. Essa nova era, a era da Web 3.0. Máquinas e usuários juntos na tomada de decisões… Até quando? Não sabemos. O que virá? Temos algumas apostas como Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Vai ficar só nisso? Quem sabe? Confira abaixo o que alguns personagens desses 30 anos pensam do que veremos sobre internet nos próximos anos.

>>>Da Arpanet até a Web 3.0: a origem da World Wide Web

Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br

“Eu acho que o que vem por aí é que a internet em si perde a importância, é como a eletricidade. Você não fica discutindo se é 110 ou 220 volts, alternada ou não. Você simplesmente usa. O que é importante são as aplicações para a internet e essas sim serão cada vez mais visíveis como IoT (Internet of Things ou Internet das Coisas em português) e e IA (Inteligência Artificial) que se beneficiam da conexão que a internet promove, da mesma forma que carros elétricos se beneficiam da eletricidade. O que é de fato desafiador é como essas aplicações e serviços vão afetar o ser humano no dia a dia. Existem riscos em potencial tanto na Inteligência Artificial quanto na Internet das Coisas, como de privacidade, desumanização ou de controle. A internet é uma rede onde tudo que você faz precisa ser permitido de um lado. Então, eu não tenho as respostas sobre isso. E todos torcemos que vá pelo lado que nos beneficie e sabemos que existem contrapontos negativos, existem riscos, fraudes e ataques que podem acontecer. Mas nada disso nos impede do lado positivo que é todo mundo poder falar, acessar a informação e poder usar máquinas de buscas e procurar tudo o que quiser. Hoje em dia, dificilmente você viveria sem buscadores e sem esses conjuntos de sítios na Web que você encontra o que quiser. Então não devemos ter medo do que vem pela frente”.

Sérgio Barreira Uchôa, gerente de desenvolvimento da Secrelnet

“Existem várias tendências fortes que são viáveis no presente e também no futuro da era digital; todas passam pela maior penetração do acesso, pela agregação cada vez maior dos equipamentos a rede (IOT) e utilização da Inteligência Artificial. Tudo isso está fortemente baseado em tecnologias de data center e nuvem”.

Chico Mauro, sócio da Fortalnet

“A internet de amanhã não vai ser mais a internet que começou. Ninguém vai controlar a informação como era antes. A Internet das Coisas vai trazer inteligências para os dispositivos dentro das nossas casas. A internet vai pegar os nossos dados de dentro de casa. Se isso vai ser bom ou ruim, vai depender de quem estará nos monitorando. O poder é a informação. Todo mundo vai viver de acordo com a informação e o mundo vai ser melhor, em função da tecnologia”.

Marcello Miguel, Diretor Executivo de Marketing e Negócios da Embratel

“A Internet foi e continuará sendo parte do movimento que tem revolucionado nossa sociedade a partir da década de 1990. Até então, predominantemente, tínhamos as pessoas e empresas conectadas. A tendência é o crescimento e a predominância das Coisas Conectadas. Ou seja, produtos inteligentes e conectados por meio de IoT. Segundo estudos de mercado, até 2023, teremos 995 milhões de Coisas Conectadas na América Latina, e as possibilidade, como previsto por Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial (WEF), no livro A Quarta Revolução Industrial, serão inúmeras, como ele destaca: “As possibilidades de bilhões de pessoas conectadas por dispositivos móveis, com capacidade de processamento sem precedentes, capacidade de armazenamento e acesso ao conhecimento, são ilimitadas. E essas possibilidades serão multiplicadas por avanços tecnológicos emergentes em campos como inteligência artificial, robótica, Internet das Coisas, veículos autônomos, impressão 3D, nanotecnologia, biotecnologia, ciência de materiais, armazenamento de energia e computação quântica”.