Conselho do TSE se reúne para discutir impacto da divulgação de conteúdo falso no 1° turno
G1 - 10/10/2018 - [gif]
Autor: Rosanne D'Agostino
Assunto: Fake News e Eleições
Para coordenador, expectativa era de cenário 'infinitamente pior'. Outro integrante do órgão diz que, comparada com eleições anteriores, desinformação 'aumentou assustadoramente'.
O Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a se reunir nesta quarta-feira (10) – após pouco mais de quatro meses – para discutir o impacto da divulgação de conteúdo falso na internet no primeiro turno das eleições do último domingo (7).
O conselho é formado por 11 integrantes. De acordo com o TSE, tem como principais atribuições fazer pesquisas e estudos sobre regras eleitorais e influência da internet em eleições e propor ações contra a disseminação de conteúdo falso.
Nesta quarta, a reunião foi fechada e teve a presença de representantes dos ministérios da Defesa, Justiça e Ciência e Tecnologia e de Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Comitê Gestor da Internet no Brasil, Safernet, Fundação Getúlio Vargas, Ministério Público Eleitoral e TSE.
O coordenador do conselho, Estêvão Waterloo, representante do TSE, afirmou que a expectativa inicial era de um cenário "infinitamente pior" na campanha eleitoral deste ano.
“Nossa avaliação agora, generalizada do conselho, é que nós esperávamos um cenário bem pior da internet. Não é um cenário simples, não é um cenário fácil. É preocupante no mundo inteiro”, disse.
Sobre a ausência de reuniões durante o período eleitoral, o coordenador afirmou que “a parte até onde foi possível caminhar em normativas foi feito até o início da propaganda eleitoral”. Depois disso, segundo ele, o tribunal "tem que envidar esforços para atuar jurisdicionalmente”.
Para Luiz Fernando Martins, do Comitê Gestor da Internet, a percepção geral da comissão foi de que o impacto das informações falsas foi menor que o esperado no primeiro turno das eleições. “O estrago, as ofensas foram muitos menores do que a gente imaginou", disse.
Segundo Tiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, se comparado com eleições anteriores, o volume de conteúdo falso produzido exclusivamente com a finalidade de provocar dano e propagar desinformação "aumentou assustadoramente", principalmente nos últimos dias.
“Vejo com muita preocupação a ação deliberada e provavelmente coordenada de algumas campanhas em produzir conteúdos deliberadamente falsos com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral e desacreditar a Justiça Eleitoral”, completou.
WhatsApp
Também foi discutida a disseminação de conteúdo falso pelo aplicativo WhatsApp. Sobre esse tema, a intenção é estabelecer diálogo com os responsáveis pelo aplicativo a fim de que seja utilizado para esclarecer o eleitor sobre possíveis notícias falsas envolvendo a Justiça Eleitoral.