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20 SET 2017

Web para Todos avalia sites das melhores universidades e escolas de ensino médio do Brasil




Análise identifica iniciativas para melhorar a navegação, mas pequenas barreiras tecnológicas ainda prejudicam o acesso de pessoas com deficiência

O movimento Web para Todos divulgou hoje (20/9) sua primeira “análise das barreiras tecnológicas em sites brasileiros”. O segmento escolhido foi o da Educação, um dos pilares do movimento, já que a Internet é uma das principais ferramentas para auxiliar a aprendizagem e o acesso ao conteúdo curricular, especialmente quando pensamos em pessoas com algum tipo de deficiência. O Web para Todos é uma iniciativa idealizada pela Espiral Interativa em parceria com diversas organizações que defendem uma internet acessível para todas as pessoas, entre elas, o W3C Brasil e o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Foram analisados os sites das 10 melhores universidades e escolas de ensino médio do País, de acordo com o último ranking divulgado pelo MEC (2015). Links não acessíveis por navegação por teclado, imagens sem texto alternativo, vídeos sem legenda e Libras são apenas algumas das barreiras tecnológicas encontradas nesses sites. “Os resultados apontam que há uma movimentação no caminho da acessibilidade por parte dessas instituições. Em vários sites analisados, identificamos iniciativas para diminuir barreiras de navegação, mas percebemos que ainda falta conhecimento técnico para a adequação da programação, conteúdo e layout”, afirma Simone Freire, diretora geral da Espiral Interativa, organização que promove a causa da acessibilidade desde a sua fundação, em 2009.

Os critérios para a verificação foram elaborados pela equipe do Web para Todos em parceria com o Ceweb.br, levando em consideração as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG2), desenvolvidas pelo W3C, em conjunto com especialistas do Google, Microsoft, IBM e empresas especializadas em acessibilidade. A análise dos sites foi feita entre 26 de agosto e 11 de setembro deste ano por especialistas em acessibilidade e usabilidade que fazem parte de um grupo de trabalho de acessibilidade na Web do Ceweb.br.

Um site acessível é aquele que permite que qualquer pessoa, navegue, entenda e interaja sem ajuda de ninguém, independentemente de suas dificuldades. “Foram analisadas, principalmente, a acessibilidade em imagens, formulários, estrutura de navegação da página e vídeos, que são os critérios que podem ser testados com facilidade e que costumam afetar mais a navegação dos usuários”, explica Reinaldo Ferraz, especialista em Desenvolvimento Web do Ceweb.br.

“Muitas vezes erros pequenos como links repetidos, fontes muito pequenas e idioma da página não declarado no código-fonte, por exemplo, podem atrapalhar ou até impossibilitar a navegação dos usuários com alguma deficiência”, complementa Ferraz.

Escolas inclusivas devem ter sites inclusivos

O objetivo do Web para Todos é mostrar que o caminho para uma internet acessível não é complicado, ou impossível, como muitos pensam. E as universidades e escolas de ensino médio que tiveram seus sites analisados pelo Movimento parecem estar em direção a isso.

As imagens relevantes para o contexto da página que aparecem em 22% dos sites analisados, por exemplo, já trazem texto alternativo claro e que fazem sentido com o que se vê. No entanto, 78% ainda precisam ser adequados. “Apesar de muitas imagens estarem descritas em legendas inseridas no próprio texto, elas acabam sendo ignoradas pelo leitor de tela devido à falta de adequação do código fonte, impossibilitando a um cego, na prática, a compreensão do conteúdo como um todo”, exemplifica William Daflita, líder de tecnologia da Espiral Interativa e que também conduziu o estudo.

Ele conta que foram encontrados muitos erros de acentuação nos textos que não permitem que o leitor de tela interprete corretamente o conteúdo. Além disso, vários sites não apresentam o idioma português declarado no código, fazendo com que o leitor de tela leia o site em inglês.

Outro dado impactante: na maioria dos sites analisados (55%), as pessoas chegam aos links por meio da navegação pelo teclado ou leitor de tela, mas não prosseguiram com a navegação. Isso porque, em vários casos, o cursor se perde com frequência e não há indicação visual de qual link está sendo selecionado, o que é uma importante barreira de acesso para um tetraplégico, por exemplo, que navega, entre outras formas, com o auxílio de uma paleta de boca. Em 20% dos sites, esses links são claros ao informar qual página será aberta, mas em 72% isso ainda está confuso.

Apesar de vários links apresentarem problemas de acesso – além dos pontos apontados acima, eles também podem estar escritos com fonte pequena ou muito próximos a outros itens da página - 82% dos sites verificados apresentaram facilidade em clicar nos elementos da página. Para uma pessoa de baixa visão isso é algo que causa um grande impacto quando acessa os links da página.

“Outros problemas simples de serem resolvidos e que encontramos com frequência nos sites dessas universidades e escolas são a falta de atalhos e texto alternativo para ícones de redes sociais, e banners sem descrição - o que deixa o usuário que identifica os ícones ao utilizar um software leitor de tela sem saber em que posição do site está”, conta Daflita.

A análise do Web para Todos mostrou também que 35% das páginas verificadas não se adaptam adequadamente na tela com zoom de 200%, recurso indispensável para navegação de pessoas com baixa visão. Isso significa que estes sites não são responsivos ou que as imagens se sobrepõem quando ampliado, dificultando ou até impossibilitando a leitura e compreensão do conteúdo.

Um ponto que chamou a atenção da equipe de avaliadores foi que praticamente todos os vídeos ou áudios contidos nos sites analisados não possuem alternativa em texto. Os poucos que possuem, omitem trechos importantes. Em nenhum deles há audiodescrição (narração das imagens de um vídeo) nem tradução para Libras (Língua Brasileira de Sinais), o que para cegos e surdos é uma grande barreira tecnológica.

Os sites analisados são estes:

Universidades: UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, Unifesp - Universidade Federal de São Paulo, PUC Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Unisinos e USJT - Universidade São Judas Tadeu.

Escolas de ensino médio: Antares, Ari de Sá Cavalcanti, Bernoulli, Bionatus, Christus, Coleguium, Dom Barreto, Etapa, Objetivo e Olimpo.

O próximo passo é a equipe do Web para Todos entrar em contato com as organizações avaliadas para compartilhar os detalhes dessa análise, propor melhorias e sensibilizá-las para que adequem seus sites a uma navegação acessível a todos, convidando-as para o desafio da transformação digital. “Anualmente, esses mesmos sites serão reavaliados pelo movimento, criando parâmetros comparativos sobre a evolução da acessibilidade nos segmentos analisados”, finaliza Simone.

Sobre a Espiral Interativa

Fundada em 2009, é uma agência de comunicação digital focada no desenvolvimento de projetos que promovam uma sociedade mais justa e inclusiva. Atende organizações comprometidas com a sustentabilidade e diversidade, e é especialista em acessibilidade digital.

Sobre o Ceweb.br

O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do NIC.br, tem como missão disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web, fomentar e impulsionar a sua evolução no Brasil por meio de estudos, pesquisas e experimentações de novas tecnologias. No escopo de atividades desenvolvidas pelo Centro, destacam-se o estímulo às discussões sobre o ecossistema da Web e a preparação de subsídios técnicos à elaboração de políticas públicas que fomentem esse ecossistema como meio de inovação social e prestação de serviços. Mais informações em http://www.ceweb.br/.

Sobre o Escritório Brasileiro do W3C

Por deliberação do CGI.br, o NIC.br agrega as atividades do escritório do W3C no Brasil - o primeiro na América do Sul. O W3C é um consórcio internacional que tem como missão conduzir a Web ao seu potencial máximo, criando padrões e diretrizes que garantam sua evolução permanente. Mais de 80 padrões foram já publicados, entre eles HTML, XML, XHTML e CSS. O W3C no Brasil reforça os objetivos globais de uma Web para todos, em qualquer dispositivo, baseada no conhecimento, com segurança e responsabilidade. Mais informações em: http://www.w3c.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).

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