Unger defende criação de agência internacional para internet
Veículo: TI Inside
Data: 12/11/2007
Assunto: IGF
A sucessão da Icann está sendo debatida no Fórum de Governança da Internet, que começou nesta segunda-feira (12/11) e vai até quinta-feira (15/11) no Rio de Janeiro.
Unger, que é um dos participantes do fórum, mostrou-se contrário à proposta de transferir o poder da Icann para uma organização internacional de estados, semelhante à Organização das Nações Unidas (ONU). “Nossa posição é que a internet não esteja sob a tutela nem dos estados nem do dinheiro”, ressaltou o ministro em entrevista à Agência Brasil.
Para Unger, o novo órgão que substituirá a Icann pode contar com a participação de representantes dos governos e das empresas, desde que a sociedade civil, organizada em nível mundial, tenha predominância. “É a humanidade que vai se comandar. Isso é o que o mundo quer e vamos tratar de tornar possível”, afiançou.
O ministro considera a internet instrumento de libertação da humanidade e de derrubada de todas as ditaduras do poder político, econômico e cultural. Ele, no entanto, acredita que os países precisam compartilhar a administração da rede [sem concentrar poderes em determinado país], além de limitar a influência dos governos e das grandes empresas.
Segundo Unger, a Icann desempenhou papel histórico vital no desenvolvimento da rede mundial de computadores. Agora, diz ele, chegou a hora de essa instituição norte-americana ceder poder de forma pacífica para uma organização mais “includente”.
O ministro declarou ainda que o desenvolvimento de uma nova estrutura de administração da internet servirá como provocação para a sociedade civil mundial organizar-se. “A organização da sociedade civil mundial fora do estado será conseqüência, não apenas condição para criar essa nova estrutura de governança”, salientou Unger.