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01 JUN 2007

Sudeste é a 3ª região do País com maior dificuldade de acesso à Internet






Veículo: W News
Data: 01/06/2007
Autora: Tatiana Schnoor
Assunto: Indicadores

Apesar dos programas governamentais de incentivo à aquisição de computadores, a falta de máquinas e o custo elevado do equipamento restringem o acesso domiciliar à Web para 67,5% das pessoas. Por região, essa carência atinge em cheio o nordeste para 70% das residências, seguido do norte, com 69,8% e em terceiro o sudeste, com 67,4%. Os dados constam no levantamento TIC Domicílio do Nic.br de 2006, que entrevistou 8,987 casas no País.

Como um todo, grande parte da população não se beneficia da Web. Em 2006, 85,3% de um grupo de 10,510 casas não possuiam conexão. De 2005 para o ano passado, o quadro não variou muito, a proporção de residências que se logaram à rede subiu de 12,9% para 14,5%.

Os programas governamentais de incentivo à aquisição de computadores resultaram na venda de 8,3 milhões de unidades em 2006, sendo que, desse total, 3,5 milhões destinaram-se aos domicílios, o que gerou um crescimento de 16,9% para 19,6% no número casas com PC. Boa parte desse resultado deve-se ao programa Computador para Todos.

No entanto, a proporção de domicílios com computador no Brasil ainda é baixa, 19,6% têm e 80,3% não. A região mais afetada pela desinformatização é o nordeste, onde 91,5% das casas não têm uma máquina. Os dados constam no levantamento TIC Domicílio do Nic.br de 2006, que entrevistou 10,5 mil residências.

Se por um lado, os percentuais demonstram os impactos positivos das políticas de incentivo ao computador no país, por outro, evidenciam que é preciso investir com mais vigor na efetiva ampliação do acesso à Internet. A tão falada inclusão digital não se limita à máquina, mas inclui a entrada ao meio virtual com qualidade.

Atualmente, o uso da banda larga restringe-se às camadas com maior poder aquisitivo. O levantamento do Nic.br mostra que 71,8% dos 1,523 domicílios de classe A entrevistados na pesquisa TIC Domicílios possuem acesso à Web por banda larga. Esse percentual decresce à medida que reduz o poder aquisitivo das pessoas.

Para 51,13% dos 747 domicílios pesquisados atribuem como impedimento os altos custos da prestação do serviço. A região mais afetada é o norte/nordeste, onde 55,6% não têm condições financeiras para ter uma conexão rápida. O sudeste surge em segundo colocado, com 51,8% e em terceiro o centro-oeste, com 50,8%. Daí atribui-se o aumento no ano passado do acesso à rede nos centros públicos pagos, como lanhouses telecentros, que passou de 17,6% para 30,1%.

Todas as alternativas oferecidas na sociedade da informação implicam na utilização mais frequente de conexão rápida. Desde de serviços financeiros, entretenimento, jogos online , comércio eletrônico e, principalmente, governo eletrônico. Não há como desburocratizar os processos e eliminar o papel no âmbito do governo e das empresas sem o uso intensivo das tecnologias baseadas na Web. Daí a necessidade de massificação da banda larga, evidenciam os pesquisadores do Nic.br

"É preciso que a banda larga se generaliza, se democratize e atinja todos os rincões do país, permitindo uma inclusão social e digital muito maior", diz Rogério Santanna dos Santos, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Alexandre Annenberg, presidente da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) engrossa o coro. "A banda larga é uma das vias para do crescimento econômico. É preciso vontade política para difundir a tecnologia no país", afirma.