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02 AGO 2007

Spams inundam a rede






Veículo: UAI
Data: 02/08/2007
Autor: Marcelo Portela
Assunto: Spam

Mais de 1,1 milhão de mensagens indevidas circulam diariamente no país, segundo Comitê Gestor da Internet

Mais de 1,1 milhão de spams circulam diariamente pelas redes de comunicação brasileiras, principalmente a internet. E mais: se chegarem aos destinatários, esses spams atingem mais de 10,1 milhões de usuários no país, todos os dias. Os dados resultam de levantamento feito pela Comissão de Trabalho Anti-Spam (CT-Spam) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), para medir o tráfego dessa praga que inunda as caixas postais dos internautas e também se estende para outras formas de comunicação eletrônica.

O estudo denominado SpamPot foi realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e os primeiros resultados acabam de ser divulgados pelo CGI.br. O principal objetivo foi a coleta de informações sobre o fluxo de spams no país, incluindo a origem e o destino das indesejáveis mensagens. A pesquisa também teve como finalidade a elaboração de proposta de um projeto de lei regulamentador.

Segundo o coordenador da CT-Spam, Henrique Faulhaber, 10 computadores ficaram conectados à internet durante 325 dias. Para fazer o monitoramento, a CT-Spam contratou uma conexão banda larga residencial e outra empresarial em cinco dos principais provedores de acesso do país. No período analisado, um servidor verificava diariamente as máquinas para conferir os spams recebidos, bem como as tentativas de transformar as máquinas em zumbis - termo usado para designar PCs que são acessados remotamente e, controlados pelos criminosos virtuais, são usados para o envio de mensagens indevidas e outros malwares.

Meio de atração
Esses computadores, chamados Honeypots, são sensores que simulam uma rede aberta, uma das brechas preferidas que os criminosos virtuais usam para invadir máquinas alheias e garantir o anonimato no envio de mensagens e códigos maliciosos. "Eles têm esse nome por ser justamente isso: potes de mel para atrair os spamers", observa Cristine Hoepers, do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança (Cert) do CGI.br.

Durante os 325 dias em que esses sensores foram monitorados, o servidor detectou o envio de 370,2 milhões de spams. Os sensores também constataram que essas mensagens estavam direcionadas para 3,2 bilhões de endereços eletrônicos, o que representa uma média de quase nove e-mails diferentes por spam. De acordo com Cristine, o método usado na pesquisa proporcionou um dado muito mais preciso que as estatísticas trimestrais elaboradas anteriormente pelo órgão.

"Antes, as medições do volume de spams eram baseadas nas denúncias encaminhadas ao comitê por entidades de controle", conta. "Agora, fizemos uma medição de fato. Os computadores ligados em pontos específicos da rede medem as reais tentativas de invasão e de envio de spams", acrescenta, ressaltando que as máquinas também estavam programadas para não repassar as mensagens recebidas durante o levantamento. "Não queremos colaborar com o objetivo dos spamers e todas as mensagens ficaram retidas nos sensores", diz.