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17 JUL 2007

Positivo: valorização do real impulsiona mercado de informática






Veículo: Último Segundo
Data: 17/07/2007
Assunto: Indicadores

O segmento de informática tem mostrado desempenho excepcional na indústria e no varejo do País. O diretor de Relações com Investidores da Positivo Informática - empresa brasileira que vem liderando a expansão de vendas neste setor -, Lucas Guimarães, disse que o principal fator a explicar o crescimento do mercado é a valorização do real, já que 93% dos componentes de um computador são vinculados à moeda americana. Mas há também forte impacto da expansão do crédito ao consumo, do aumento da renda e da maior importância de consumo de computadores para as famílias.

Segundo os dados mais recentes do IBGE, a produção industrial de máquinas de escritório e equipamentos de informática registrou a maior variação entre todas as atividades pesquisadas no acumulado de janeiro a maio deste ano, com acréscimo de 25,4% ante igual período de 2006, desempenho bem acima do aumento de 4,4% registrado pela média da indústria. O melhor desempenho ficou com computadores e monitores.

O segmento de informática também é destaque nas vendas do comércio varejista. Ainda de acordo com o IBGE, o grupo equipamentos e material para escritório, informática e comunicação está no topo dos bons desempenhos registrados no varejo, com aumento nas vendas de 21,7% no acumulado de janeiro a maio ante igual período do ano passado. No total de 2006, o comércio desses produtos registrou a maior variação apurada no varejo em geral, com aumento de 30,0% em relação a 2005, ano que há havia acumulado uma expansão de 54% na comparação com 2004.

No caso da Positivo, 80% das vendas estão no varejo, alavancadas por parcerias com grandes redes do País. A empresa divulgará o balanço do segundo trimestre de 2007 no próximo dia 7 de agosto e, por isso, Guimarães não pode fazer projeções numéricas para a empresa. Mas, no que diz respeito ao mercado em geral, ele acredita que há um forte potencial de continuidade do crescimento das vendas de artigos de informáticas, sobretudo PCs e notebooks, no País.

O argumento do executivo é o de que hoje há cerca de 90 milhões de televisores nos cerca de 50 milhões de domicílios brasileiros, enquanto existem apenas 11 milhões de computadores residenciais. "É muito pouco e, por causa dessa baixa penetração, deverá haver demanda", disse.

A penetração de PCs por domicílios verificada no Brasil está abaixo de outros países emergentes como República Tcheca (30%), Polônia (36%), República Eslováquia (39%) e Portugal (41%). Dados da Positivo mostram que, segundo o Comitê Gestor da Internet (CGI), apenas 19,6% dos domicílios no Brasil possuem computadores. Assumindo que a atual penetração de PCs na Classe C, que é de 18,8%, possa atingir o patamar da classe A (86,0%), estima-se um mercado potencial de primeira compra de cerca de 15 milhões de PCs para esses domicílios.

Segundo Guimarães, a queda de preços é um fator-chave para a expansão iniciada com força em 2005 e que prossegue no País, provocada não apenas pela valorização do real, mas também pelos incentivos fiscais do governo, que beneficiaram as empresas formais. O preço médio de PCs caiu 30,8%, em reais, entre 2004 e 2006, enquanto os preços dos notebooks reduziram 52,8% no mesmo período.

Como conseqüência, nos últimos dois anos as vendas de computadores no Brasil no mercado oficial cresceram a taxa média anual de 89,9%. Além disso, a venda desses produtos no varejo fez com que os consumidores se beneficiassem de maiores prazos e melhores condições de financiamento.

Fundada em 1989, a Positivo vendeu 247,9 mil computadores no primeiro trimestre de 2007, com crescimento de 53,8% em relação a igual período de 2006. O aumento das vendas de PCs foi principalmente em função das vendas ao segmento de varejo, cujo aumento foi de 72,7%, representando 82,3% das vendas da empresa no primeiro trimestre.

Para Guimarães, no que diz respeito ao mercado de computadores no País, ainda haverá um longo período até que ocorra alguma saturação, já que esses produtos são uma necessidade para as famílias e, após o atendimento da enorme demanda de compra do primeiro PC, há ainda o mercado de reposição e dos notebooks como potencial de expansão.