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14 MAR 2008

PC popular e LAN houses lideram inclusão digital em 2007, aponta NIC.br






IDG Now! - 14/03/2008 - [ gif ]
Autor: Guilherme Felitti
Assunto: Indicadores

LAN houses se tornam principal meio de conexão no país, refletindo maior acesso entre classes D e E fora do eixo Rio/São Paulo, diz NIC.br.

O perfil do usuário médio de internet no Brasil mudou. À partir de 2007, impulsionado pelo programa "Computador para Todos" e pela explosão das LAN houses no mercado brasileiro, o internauta médio mudou ficou entre as classes mais baixas, com idade até os 30 anos e em regiões afastadas do eixo Rio/São Paulo.

A conclusão permeia a pesquisa TIC Domicílios 2007, divulgada nesta sexta-feira (14/03) pelo Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), terceira versão do estudo conduzido entre 17 mil domicílios pela consultoria Ipsos.

A popularização de PCs, que chegaram às classes C e D por meio da isenção dos impostos PIS/COFINS e pelo crédito oferecido pelo Governo dentro do "Computador para Todos", teve reflexo direto na taxa de brasileiros que já usaram um micro na vida, que chegou a 53% em 2007. Pela primeira vez, o índice ficou à frente do relativo aos brasileiros que nunca usaram PC, que caiu de 54% em 2006 para 40% no ano passado.

Ainda que tenha experimentado aumento de 8 pontos percentuais, a relação de brasileiros que já usaram a internet (41%) ainda fica atrás daqueles que nunca tiveram acesso (59%), o que, para Rogério Santanna, secretário de logística e TI do Ministério do Planejamento, indica a relação que os dados do TIC 2007 têm entre acesso a PCs e internet no Brasil com educação e renda.

O principal indicativo da relação aparece na ascensão das LAN houses, classificadas como centros de acesso públicos pago pelo NIC.br, como principal ponto de acesso à internet no Brasil, com 49% de participação entre os entrevistados, passando conexões domésticas (40%), no trabalho (24%) ou na escola (15%), todos praticamente estáveis em relação a 2006.

Enquanto os três últimos tipos de acesso à internet se mantiveram estáveis, o uso da LAN houses como ponto de conexão subiu 19 pontos percentuais em relação ao ano anterior, potencializado por um perfil novo de internauta no Brasil, aponta Mariana Balboni, gerente do Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br).

Enquanto nas pesquisas anteriores eram as classes A e B as responsáveis pelo crescimento geral no acesso à internet, 2007 se caracterizou pela dominação de públicos mais pobres e jovens no Norte e Nordeste do país.

No quesito financeiro, o estudo indica que 78% entre os que ganham até um salário mínimo e 67% entre os que ganham até dois salários mínimos se conectam por LAN houses, enquanto o 68% de usuários com até 15 anos e 59% dos que têm entre 16 e 24 anos fazem uso dos estabelecimentos.

Na distribuição geográfica, as LAN houses atraem 68% dos usuários no Norte e 67% dos que estão no Nordeste, contra 45% dos Sudeste e 30% do Sul, regiões tradicionalmente com taxas mais altas de acesso doméstico e infra-estrutura mais ampla para serviços de banda larga.

Segundo o estudo, o preço médio que brasileiros estariam dispostos a pagar para ter um PC e uma conexão de banda larga em casa duplicou na comparação entre 2006 e 2007. A cifra máxima paga em um PC pela maioria do público aumentou de 500 reais para mil reais em 2007, enquanto uma conexão de banda larga de 40 reais seria arcada pela maioria do público no ano passado, contra 20 reais em 2006.

A explosão das LAN houses, segundo Santanna, poderá se beneficiar de crescimento ainda maior caso o plano de universalização da banda larga, que o Ministério das Comunicações vem costurando com operadoras de telefonia móvel, tenha sua infra-estrutura e seu modelo de negócio finalizado nos próximos três anos.

"Nos próximos três anos, a troca dos pontos de serviço telefônico criará estrutura" para que as LAN houses continuem crescendo no Brasil como principal veículo de inclusão digital no país, afirma Santanna, revelando ainda que o Governo Federal estuda a possibilidade de incentivos, como já foi feito com PCs dentro do "Computador para Todos" para explorar oficialmente o setor.