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29 MAI 2007

O mapa da Internet brasileira






Veículo: B2B Magazine
Data: 29/05/2007
Assunto: Indicadores

A grande maioria das empresas que tem computador utiliza a Internet (94,8%) e 38,8% de seus funcionários têm acesso à rede. É o que constata a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, a TIC Empresas 2006, conduzida pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br (NIC.br).

"Os dados da TIC Empresas 2006 mostram que o uso de computadores continua praticamente universal entre essas empresas, indicando um alto nível de informatização do setor privado no país. 47% dos funcionários destas companhias usam computadores", afirma Mariana Balboni, gerente do CETIC.br.

Segundo o levantamento, o uso de redes de computadores também é bastante disseminado: a infra-estrutura está presente em 91,9% das empresas, sendo que 87,1% possuem redes lan com fio; 39,3% têm intranet; e 20,4% extranet; e 17,4% possuem redes lan sem fio. Em 2006, 35,6% das empresas informaram possuir sistemas para gerenciar realização e recepção de pedidos; 30% utilizam pacotes ERP e 48,4% aplicativos CRM.

Realizado entre os meses de julho e novembro de 2006 em todo o território nacional, o estudo apresenta os números levantados em empresas com 10 funcionários ou mais pertencentes ao setor organizado da economia no Brasil, listadas na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), e pertencentes a sete segmentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 1.0) - seção D, F, G, I, K, e grupo 55.1 e 55.2, e grupo 92.1 e 92.2.

A novidade da pesquisa em 2006 é a inclusão de indicadores sobre empresas que contratam especialistas em TIC, ou seja, profissionais com habilidade de desenvolver, instalar, operar, dar suporte e gerenciar sistemas. 16,7% contrataram pessoas com essas características nos últimos 12 meses.

"Os percentuais não foram maiores porque 28% das empresas encontraram dificuldades ligadas ao recrutamento. Os principais motivos para as dificuldades são a falta de qualificação, que representou 83,9% das declarações, e a falta de experiência profissional no ramo, com 64,4%", explica Mariana.

Além da contratação de especialistas em TIC, 17,6% das empresas recrutaram ou tentaram recrutar pessoas com habilidades em TIC, ou seja, profissionais com capacidade para o uso efetivo de ferramentas de software genéricas. Neste caso, a dificuldade para preenchimento de vagas foi ainda maior: 42,3% das empresas afirmaram ter enfrentado problemas. O principal desafio foi a falta de candidatos com habilidades ligadas ao uso do computador e hardware (59,8%), seguida pela ausência de profissionais com conhecimentos em software (52%), e pela carência em capacitação para o uso da Internet (44,5%).

Uso da Internet
O acesso à Internet já é quase onipresente entre as empresas brasileiras. "No entanto, apenas 48,8% das empresas pesquisadas possuem website, e pouco mais da metade já utilizou a rede para compras (52,1%) e para venda de produtos e serviços (50,2%), o que mostra que ainda há muito a ser feito para que o potencial das tecnologias da informação e da comunicação seja absorvido pelo setor produtivo brasileiro", afirma a gerente do CETIC.br.

Dados relacionados ao tipo de acesso mostram que 88,8% possuem conexão por meio de banda larga. Enviar e receber e-mails é a atividade mais freqüente, com 97,7%. A busca de informações (92,4%) e os serviços bancários e financeiros (80%) aparecem logo em seguida. 83% das empresas utilizam a Internet para interagir com órgãos públicos.

Em segurança, o principal recurso utilizado é o antivírus (98,13%), seguido pelo backup de dados críticos à operação da companhia (70,4%), do uso de software anti-spyware (66,4%), firewall (63%), e antispam (55,3%).

As entrevistas foram realizadas por telefone, em 2,7 mil empresas com 10 funcionários ou mais listadas na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), e pertencentes aos seguintes segmentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 1.0): seção D, F, G, I, K, e grupo 55.1 e 55.2, e grupo 92.1 e 92.2, respectivamente setores de Indústria de transformação; Construção; Comércio, Reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos; Alojamento e alimentação; Transporte, Armazenagem e Comunicações; Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados as empresas; e Atividades cinematográficas, de vídeo, de rádio e de televisão.

O universo da RAIS reúne 2,72 milhões de companhias, entretanto somente 431 mil possuem 10 funcionários ou mais, e destas, 344 mil correspondem aos segmentos abordados na pesquisa.

A amostra probabilística da pesquisa foi desenhada pela Ipsos Public Affairs - responsável também pela coleta dos dados e cálculo de resultados - de forma a apresentar margem de erro de, no máximo, 2% no âmbito nacional.

Domicílios
A entidade também apresentou os resultados dos módulos de comércio eletrônico, governo eletrônico, segurança na rede, uso de e-mail e spam da 2ª Pesquisa Sobre Uso da Tecnologia da Informação e da Comunicação no Brasil, a TIC Domicílios 2006. Realizado entre julho e agosto do ano passado em todo o território nacional, o estudo investigou 10.510 domicílios na zona urbana, entrevistando pessoas com 10 anos ou mais, nas cinco regiões do país.

Segundo a pesquisa, continua pequeno o número de internautas realizando compras ou usando serviços de governo eletrônico pela rede. Apenas 14% dos indivíduos que já acessaram a internet declararam ter adquirido bens e serviços pela rede pelo menos uma vez na vida, percentual que somava pouco mais de 15% em 2005. "E ainda é menor o número de pessoas vendendo ou divulgando produtos e serviços pela rede, cerca de 3,7%, e na sua maioria homens, pessoas com maior escolaridade e de classe social mais alta", afirma Mariana Balboni, gerente do CETIC.br.

O percentual da população brasileira que usou serviços de governo eletrônico nos últimos 12 meses também se manteve estável em relação ao ano anterior, somando 12,1% - lembrando que foram consultados apenas indivíduos com mais de 16 anos, que estão em idade para se relacionar com órgãos públicos.

"As atividades de governo eletrônico e de comércio eletrônico estão diretamente relacionadas a fatores sócio-econômicos, ou seja, sua penetração cresce conforme aumentam a classe social, a renda e a escolaridade", explica Mariana.

Comércio eletrônico
O percentual de internautas que realizaram compras na internet nos últimos 12 meses (11,3%) manteve-se igual de 2005 para 2006. O uso da rede para atividades de comércio eletrônico é mais freqüente entre indivíduos com maior nível de escolaridade e renda: entre os internautas da classe A, 40,5% compraram pela rede, enquanto somente 10,8% dos usuários de classe C informaram ter adquirido bens e serviços pela internet.

Livros, revistas ou jornais continuam na lista dos produtos mais comprados pela internet, segundo 30% dos consumidores internautas, seguidos por equipamentos eletrônicos, 23,6%, filmes e músicas, 20,8%, e computadores e equipamentos de informática, 19,3%. A forma de pagamento mais comum é o cartão de crédito, 49,5% (em 2005, 47%), sendo que um percentual significativo ainda se utiliza de boletos bancário, 39% (em 2005, 35%).

A proporção dos indivíduos que teve problemas ao adquirir produtos pela rede mantém-se baixo, 9,2%. Em 2005 era 7,5%. A falta de interesse ou necessidade (43,45%) ainda é o principal motivo apresentado em 2006 dentre aqueles que nunca realizaram compras pela internet. Entre outras razões estão a preferência por realizar compras pessoalmente (39,2%) e a preocupação com problemas de segurança (19,9%). Outros 16,7% dos entrevistados declararam não confiar no produto que vão receber, percentual que cresceu significativamente em relação aos 4,2% informados em 2005.

Governo eletrônico
Entre os internautas que usaram a rede nos últimos 12 meses, a consulta ao CPF (66%) e a entrega de declaração de imposto de renda (48,1%) continuam sendo os serviços mais utilizados. Em 2005 estes percentuais eram de 51,5% e 39,7%, respectivamente.

Houve um crescimento significativo na busca por informações relacionadas aos serviços de ensino público, 38,9%, e a inscrição em concursos públicos, 36,7%, se comparado ao ano anterior. Em 2005 estes percentuais eram de 22% e 27,6%, respectivamente.

Já entre o total da população que não usou serviços de governo eletrônico, 34,6% afirmou que gostaria de usá-los para pesquisar informações sobre empregos, 33,5% para consultar o CPF e 32,7% para buscar dados sobre serviços públicos de saúde.

Segurança na rede
44,5% dos usuários de Internet declararam não ter encontrado problemas de segurança este ano - em 2005 foram 41%. O problema mais freqüente continua sendo o ataque de vírus com perda de informação ou que resultou em acesso não autorizado (20,3%), seguido pelo ataque de vírus com danos em software ou hardware (7,9%). Não houve variação desses indicadores em relação a 2005 (19,6% e 7,1%, respectivamente).

Entre os internautas que possuem computador no domicílio, a maioria adotou práticas de segurança com relação ao equipamento (72,7%). A medida de segurança mais difundida ainda é o antivírus, correspondendo a 70,2% dos entrevistados (69,8% em 2005), sendo que sua utilização é maior entre os homens e as pessoas das classes AB.

Uso do e-mail e spam
Quanto ao uso do e-mail, 62,5% das pessoas que utilizaram a internet nos últimos 3 meses informaram ter ao menos uma conta de e-mail de uso pessoal. O tipo mais popular continua sendo o e-mail gratuito, adotado por 56,4% (54,5% em 2005). Apenas 9% possuem contas pagas - percentual que caiu significativamente em relação aos 13,8% registrados em 2005 - e 4,7% têm contas de trabalho (4,3% em 2005). O Norte é a região que possui o maior índice de internautas sem contas de e-mail, 50,5%, enquanto no Sul, Sudeste e Centro-Oeste este percentual fica em torno de 35%.

Entre os usuários de internet que possuem conta de e-mail, o percentual de usuários que receberam spam em 2006 não mudou (51,9%). Também não variou a freqüência de recebimento: 46,6% diariamente; 38,4% semanalmente e 12,8 mensalmente.

Livro
O NIC.br anunciou também o lançamento da segunda edição da "Pesquisa sobre o Uso da Tecnologia da Informação e da Comunicação no Brasil 2006", publicação que reúne artigos e resultados completos do levantamento realizado em domicílios e empresas de todo o país, entre os meses de julho e novembro de 2006. A apresentação do livro será realizada amanhã (30), às 16h, durante a 13ª edição do Congresso de Informática e Inovação na Gestão Pública (Conip), no Centro Fecomercio de Eventos, em São Paulo.

A iniciativa tem como objetivo acompanhar a evolução da internet no Brasil e fornecer subsídios para a elaboração de políticas públicas que garantam o acesso e uso da rede, assim como a participação democrática de cidadãos e países na sociedade do conhecimento.