NIC.br adota "Communities BGP" no IX.br

O NIC.br implantou no IX.br (Brasil Internet Exchange) de São Paulo a “Communities BGP” (Border Gateway Protocol) para configurar e ajustar a troca de tráfego com outros participantes. Com isto, as centenas de sistemas autônomos (AS, na sigla em inglês) conectados ao ponto de troca de tráfego poderão utilizar a ferramenta de engenharia de redes.  

De acordo com o diretor de projetos especiais e de desenvolvimento do NIC.br, Milton Kashiwakura, a novidade responde a uma demanda da comunidade. Kashiwakura explica que a funcionalidade garante que as políticas BGP de cada AS funcionem no IX.br de forma transparente. “É uma ferramenta que opera no servidor de rotas, atendendo ao princípio de neutralidade do ponto de troca de tráfego Internet e facilitando as decisões de roteamento de cada sistema autônomo”, ressaltou ele em nota à imprensa.  

As communities são uma tecnologia bastante conhecida e amplamente usada na Internet. Na prática, elas permitem que os participantes do IX.br tenham independência e agilidade para fazer configurações e ajustes de roteamento e filtros quando necessário, em vez de solicitar que os mesmos sejam configurados manualmente pela equipe do IX.br. A qualidade dos filtros oferecidos também foi aprimorada, está mais específica e granular.

Para explicar o funcionamento, Antonio M. Moreiras, gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br,  diz que um participante que compra trânsito Internet de determinado provedor, também conectado ao IX.br, tem dois caminhos para chegar a uma terceira rede: pelo circuito de trânsito contratado ou pelo IX.br. Neste cenário, algumas questões precisam ser levadas em conta, como assimetria de tráfego e cobrança. Moreiras aponta que este é o tipo de situação que requer na prática a aplicação de filtros e que passa a ser resolvida de forma autônoma pelos participantes, por meio das communities.

De acordo com o NIC.br, a ferramenta foi adotada a partir de amplo debate com a comunidade técnica em listas de discussões (como do Grupo de Trabalho de Engenharia e Operação de Redes — GTER), em diálogo com associações de provedores e encontros, a exemplo da VI Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil, que promoveu tutoriais sobre o tema. O NIC.br recebeu sugestões que foram incorporadas à proposta do documento.

Os detalhes de como os sistemas autônomos (AS) podem adotar as communities são descritos em documento e vídeos disponíveis no endereço: http://ix.br/documentacao.