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24 ABR 2008

Muitos consumidores nem sabem, mas já têm telefones da 3.ª geração






O Estado de S. Paulo - Especial Mobilidade - 24/04/2008 - [ gif ]
Autor: Renato Cruz
Assunto: Indicadores

Muita gente já tem aparelhos 3G no Brasil. E provavelmente nem sabe. Segundo estimativas da Oi, cerca de 10 milhões dos 125 milhões de celulares no mercado já são de terceira geração - eles estão entre os modelos mais sofisticados oferecidos pelas operadoras. "Atualmente, esses aparelhos funcionam em 2G", explicou Alain Riviere, diretor de Regulamentação e Estratégia da Oi. A consultoria The Yankee Group estima que, em 2012, haverá mais de 35 milhões de usuários de 3G no Brasil.

A principal característica da tecnologia é a banda larga no celular, mas ela também aumenta a eficiência no uso de radiofreqüências para os serviços de voz. O lançamento nacional da 3G promete esquentar a competição no mercado de telefonia móvel. A Claro, a TIM, a Telemig Celular (hoje Vivo) e a CTBC já ofereciam a 3G, na faixa de 850 megahertz, que era usada para a tecnologia TDMA, de segunda geração. Agora, todas as operadoras preparam pacotes de 3G em 2,1 gigahertz, a principal faixa da terceira geração. O leilão das freqüências foi realizado em dezembro, mas as empresas ainda aguardam a assinatura de contratos com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A maioria das operadoras tem uma estratégia de 3G baseada na banda larga. Roberto Rittes, diretor de Operação Móvel e Novos Negócios da Brasil Telecom, disse que a empresa traçou uma estratégia diferente. "Resolvemos pensar a tecnologia de uma maneira mais abrangente." A Brasil Telecom pretende lançar um plano chamado Máximo, em que os clientes fazem quantas chamadas quiserem para telefones da operadora pagando tarifa única de R$ 99. Outro serviço, que inclui mensagens de texto, dados e videochamada, custará R$ 199. "A 3G torna mais barato o serviço de voz para a operadora."

As maiores operadoras de celular hoje são a Vivo (com 30,3% do mercado), a TIM (25,9%), a Claro (24,8%) e a Oi (14,9%). A Oi vai ampliar sua área de atuação. Ela comprou no ano passado licenças para São Paulo, e planeja operar no Estado até o começo do segundo semestre.

O celular chegou ao Brasil em 1990, no Rio. Naquela época, o cliente da estatal Telerj precisava fazer um depósito caução de US$ 22 mil. De um serviço elitista, o telefone móvel acabou se tornando o principal instrumento de massificação da telefonia no País. Em março, havia 125,8 milhões de celulares, comparados a cerca de 39 milhões de fixos. Segundo pesquisa do NIC.br (que registra domínios de internet com final .br), 74% dos domicílios urbanos do País têm telefone móvel, enquanto somente 45% contam com o serviço fixo.

Além da competição entre as empresas, o pré-pago foi um fator que impulsionou a popularização do telefone móvel. Em março, 81% dos celulares eram pré-pagos, que, apesar da tarifa por minuto bem mais cara que a do pós-pago, permitiram aos consumidores de baixa renda acesso ao serviço.