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26 MAI 2008

Liberou geral no spam: qual é o resultado?






O Estado de S. Paulo - Caderno Link - 26/05/2008 - [ gif ]
Autor: Filipe Pacheco
Assunto: Indicadores

Você nunca ficou tentado a clicar naquele e-mail que prometia revelar o segredo para se ganhar dinheiro sem sair da frente do computador? E naquele com dicas formidáveis para melhorar seu desempenho sexual em um estalar de dedos? Investir em qualquer uma dessas propostas - casos típicos de spams, e-mails não solicitados geralmente enviados para um grande número de pessoas (ou vítimas em potencial) - pode resultar em uma boa dor de cabeça.

A McAfee, empresa do ramo de segurança em tecnologia, propôs a internautas de dez países que fizessem justamente isso: clicassem em tudo o que recebessem via correio eletrônico. No Brasil, o projeto S.P.A.M Experiment equipou cinco pessoas com um notebook e uma conta de e-mail especial. Por 30 dias, elas deveriam aceitar e reagir a todos os spams recebidos. Juntos, as cobaias brasileiras acumularam mais de 29 mil spams.

Renato (seu sobrenome não foi divulgado), 37 anos, técnico de informática, recebeu sozinho cerca de 4,6 mil mensagens não solicitadas. "Aconteciam as coisas mais bizarras. Alguns spams me mandavam para uma página com mais links, que levava a uma terceira e não acabava nunca!"

Um e-mail que continha um link sobre um produto de beleza o encaminhou diretamente a uma página de pornografia. Pior: sua esposa estava ao lado. "Na minha máquina pessoal, não faria isso nunca", disse, em meio a risos.

Dave Marcus, gerente de comunicação dos laboratórios de pesquisa da McAfee, disse que a intenção do experimento foi mostrar que spams não são meras mensagens inofensivas: "Quisemos deixar isso claro de forma bem prática, mostrar exatamente como acontece". Spams geralmente induzem o internauta a clicar em um link ou abrir um arquivo anexo à mensagem. Se fizer isso, o computador pode ser infectado por um vírus ou um programa-espião, que rouba dados sigilosos, ou até ser usado como retransmissor de spams para outras máquinas.

DESINFORMAÇÃO
Muitos internautas recebem spam e sequer têm conhecimento de que aquela mensagem pode conter um arquivo malicioso.

Segundo Mariana Balboni, do CETIC.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação), apenas 35% dos internautas brasileiros da classe D e E dizem já ter recebido spams, enquanto esse número salta para 74% entre internautas da classe A.

"O spam atinge a todos, independente da classe social. Só que muitos usuários das classes mais baixas têm seu primeiro contato com a internet agora e não sabem reconhecer o que é um spam e quais são os perigos", diz.