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29 MAI 2007

Internet ainda não é usada com foco em negócios






Veículo: Decision Report
Data: 29/05/2007
Assunto: Indicadores

Apesar do grande número de empresas que utiliza computadores e a Internet, a taxa de corporações que fazem destes serviços uma ferramenta para alavancar seus negócios ainda é muito pequena. Esta foi a principal conclusão da pesquisa apresentada, na ú ltima terça-feira, 29/05, pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br, o NIC.br.

De acordo com Mariana Balboni, gerente da instituição, os resultados do estudo sobre o "Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil em 2006" mostram que ainda há um grande espaço para que o mercado ligado a ferramentas corporativas cresça exponencialmente nos próximos anos.

E a Internet, como está?
De acordo com o levantamento, 94,8% das empresas têm computador em suas dependências e 38,8% de seus funcionários podem acessar a rede. No entanto, apenas 48,8% das corporações possuem um website e 52,1% delas já efetuaram compras on-line.

Dados relacionados ao tipo de acesso corporativo mais utilizado mostram que 88,8% das companhias entrevistadas possuem conexão por meio de banda larga e as atividades realizadas com mais freqüência pelos funcionários são o envio e recebimento de e-mails (97,7%). Em seguida, aparecem as buscas de informações, representando 92,4% das ações on-line e, em terceiro lugar, estão os serviços bancários e financeiros (80%).

Na área de segurança, o principal recurso utilizado pelas companhias é o antivírus (98,1%), seguido pelo backup de dados críticos à operação (70,4%) e pelo uso de software anti-spyware (66,4%), firewall (63%) e anti-spam (55,3%).

Carreiras
A novidade da pesquisa realizada em 2006 foi a inclusão de indicadores sobre contratação de especialistas e habilidades de funcionários em TIC. O levantamento, dividido em diversos segmentos, apontou, por exemplo, que mais difícil que encontrar especialistas na área de Tecnologia é encontrar funcionários habilitados a lidar com ferramentas eletrônicas mais simples.

Para chegar a tal cenário, a entidade ouviu 521 empresas. A maioria delas (59,77%) acredita que há falta de candidatos com conhecimentos relacionados ao computador (hardware) é o principal empecilho para a contratação de profissionais. A segunda razão mais citada foi a falta de candidatos aptos a usar softwares (52,02%), seguida da pouca habilidades em atividades relacionadas à Internet (44,54%).

Em relação à mão-de-obra focada em TIC, a pesquisa mostra que 16,7% das companhias ouvidas contrataram profissionais com essa especialização no ano de 2006. As principais dificuldades mencionadas pelas companhias foram a dificuldade para encontrar pessoas qualificadas (83,37%), a falta de candidatos com experiência na área (64,41%) e as altas pretensões salariais desses profissionais (55%).

Governo eletrônico
Segundo a pesquisa, 78,2% das companhias utilizam ferramentas eletrônicas do governo. Ainda de acordo com o NIC.Br, 83% das empresas brasileiras utilizam a Internet para interagir com órgãos públicos.

Além disso, o estudo mostrou que quanto maior a estrutura da companhia, maior é a adoção das ferramentas de governo eletrônico. Entre as estruturas com até 19 funcionários, 78,2% utilizam soluções como estas. Naquelas que possuem entre 50 e 99 contratados, a taxa sobe para 92,3%; e alcança 98,9% nas corporações de 500 a 999 funcionários.

Operação internacional
A exportação por meio de interações em rede é ainda irrisória no mercado brasileiro. Isso porque o destino de 96,8% das informações trocadas pela rede nas 482 corporações ouvidas é o Brasil.

Entre os benefícios mencionados pelas corporações com transações feitas pela Internet, 76,77% apontam a redução na duração das negociações; 74,63% destacam o menor custo e 67,01% garantem que os negócios on-line possibilitam às empresas focar individualmente seus consumidores.

A pesquisa foi realizada em 2,7 mil empresas, com dez funcionários ou mais, listadas na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e pertencentes aos seguintes segmentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas: indústria de transformação, construção, comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, alojamento e alimentação, transporte, armazenagem e comunicações, atividades imobiliárias e atividades cinematográficas, de vídeo, rádio e televisão.