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31 MAR 2008

Insegurança cresce junto com Web no Brasil






Risk Report - 31/03/2008 - [ gif ]
Autor: Patricia Lisboa
Assunto: Indicadores

Economia estável, crescimento das linhas de crédito, aumento da aquisição de computadores pessoais e, consequentemente, do número de internautas. Assim tem-se caracterizado uma parte do cenário da Tecnologia da Informação no Brasil e, sob esse prisma, aparece a questão: com a maior familiarização das pessoas em relação à Internet, cresce também a percepção desses usuários sobre os perigos aos quais estão expostos ao se conectarem na rede?

À primeira vista, parece que sim. Porém, a questão da Segurança da Informação se mostra um pouco mais complexa que isso. "Tratar de proteção é uma questão bem delicada, uma vez que engloba não só as tecnologias disponíveis, mas também o comportamento, a escolaridade e o nível de renda dos usuários", explica Mariana Balboni, gerente do CETIC.br -Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, instituição que divulgou, recentemente, a 3ª Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil.

O estudo, que apresenta números sobre Segurança na Rede, Uso do Email e Spam, mostra que a proporção dos internautas que relataram já haver passado por algum tipo de problema de segurança na rede foi de 29% em 2007, o que demonstra um aumento de três pontos percentuais anuais em relação aos 26% das duas pesquisas anteriores.

De acordo com Mariana, a proporção de pessoas que afirmou ter enfrentado algum problema de segurança no uso da Internet aumenta segundo o grau de instrução e a faixa de renda de renda familiar. "Em 2007, 46% dos respondentes que têm nível superior disseram ter passado por algum problema de segurança, enquanto somente 12% dos analfabetos e pessoas que cursaram até a educação infantil perceberam este tipo de problema", ressalta.

Outro importante aspecto relacionado à incidência dos problemas está ligado à freqüência de uso da Internet, dado que de acordo com a pesquisa, 43% dos que usaram a rede diariamente declararam ter enfrentado problemas de segurança contra 14% dos que utilizaram a Internet uma vez por semana. "Isto sugere que a percepção dos problemas está relacionada ao uso freqüente da rede, que por sua vez também está associado a fatores socioeconômicos: são justamente os indivíduos de maior renda e escolaridade que usam a rede com maior freqüência", comenta Mariana.

Para a gerente, campanhas de conscientização e até mesmo a educação dos usuários das classes C e D - que atualmente são os que mais aderem à Internet - seriam de grande valia no combate aos crimes, fraudes e outras ameaças virtuais. "Consumidores dessas categorias são os que menos têm informações sobre segurança. Muitos deles não sabem que estão sujeitos a ameaças e, assim, não têm a mínima idéia de como combatê-las", aponta.

Entre as sugestões da executiva estão as iniciativas de conscientização em pontos de venda e lan houses, por exemplo. Entretanto, é necessário também que haja campanhas desse tipo em bancos e redes de varejo online.

"Em se tratando de bancos, é muito mais difícil lidar com essa questão. Essas instituições dependem muito da sensação de segurança e não podem mostrar que também estão sujeitas a alguns riscos e, por isso trabalham com ações implícitas", conta Mariana, ao explicar que esse é um dos grandes desafios dos bancos, que independente dos riscos, buscam virtualizar cada vez mais suas operações.