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20 JUN 2018

Férias: segurança na web para crianças e adolescentes


O Povo - 20/06/2018 - [gif]


Autor: Lia Rodrigues
Assunto: Segurança na Internet

Com a chegada das férias, é comum que jovens passem boa parte do tempo livre navegando na internet. Responsáveis, entretanto, devem estar atentos à proteção deles no ambiente virtual

Estamos chegando ao fim de junho e, para crianças e adolescentes, isso significa o fim do primeiro semestre letivo e a aproximação das férias. É tempo de descansar, brincar e se divertir. Nessa época, muitos desses jovens aproveitam as horas livres e a falta de obrigações como deveres de casa e trabalhos escolares para assistir à televisão e navegar na internet em computadores, smartphones e tablets.

De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2016, divulgada em 2017 e realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), 82% das crianças e adolescentes haviam acessado a internet nos três meses anteriores à pesquisa, o equivalente, à época, a 24,3 milhões. Deste total, 37% acessam apenas pelo celular (em 2012, esse percentual era de 6%), 7% apenas pelo computador e 54% utilizam ambos, enquanto o restante utiliza outros meios, como televisão e videogame. 

Para que o uso desses dispositivos conectados à rede torne-se seguro para os menores, pais e/ou responsáveis por eles devem estar atentos aos perigos que o ambiente virtual oferece, bem como aconselhar os jovens para um acesso prudente. Alguns dos riscos que podem acometer os usuários são contato com pessoas mal intencionadas, acesso a sites não confiáveis — que podem causar a infecção do computador ou outro dispositivos por meio de vírus — conteúdos inapropriados para a faixa etária e o incentivo ao consumismo.

De acordo com Viviane Pereira, pedagoga e gerente pedagógica da Universidade Aberta do Nordeste (Uane), da Fundação Demócrito Rocha (FDR), os adultos precisam estar atentos a diferentes aspectos. "Tem a questão das informações, que nem sempre são seguras e reais e uma criança, um adolescente, pode tomar como verdade. Outro ponto é o acesso a informações não indicadas para aquela idade. Um exemplo bem grosseiro é que hoje a internet ensina tudo, desde como fazer um bolo até como fabricar uma bomba caseira. Tudo isso pode trazer um reflexo social e a gente não tem como mensurar os riscos", afirma.

Monitoramento

O chefe de pesquisa do MorphusLabs, núcleo de pesquisa em cibersegurança da Morphus, empresa especializada na área, acredita que, apesar de qualquer pessoa que usa a internet precisar ter cuidados para evitar armadilhas, as crianças, especialmente, estão mais expostas a tais perigos por não terem o conhecimento e experiência que os adultos têm. "Pais e responsáveis devem acompanhar o que o jovem está fazendo na internet, que buscas faz, que sites acessa, os filmes que vê. Os cuidados são tanto de controle, para restringir e monitorar o acesso deles, quanto de orientação dos riscos de acesso aos conteúdos restritos", explica.

Por isso, os responsáveis devem estar sempre próximos, supervisionando o uso da rede. "A palavra mágica é acompanhamento. O diálogo sobre os riscos é muito importante, a orientação do que pode e não pode e, mais que isso, do por que não pode, do por que não é legal. Temos que levar questões para reflexão da criança e do adolescente e não apenas a proibição pela proibição", explica Viviane.

Para os responsáveis que não conseguem fazer um controle tão próximo, uma das soluções é restringir os tipos de conteúdo que os menores podem acessar. "Nesse caso, o apoio de ferramentas de monitoramentos é importante. Uma delas, bem conhecida, é o Qustodio, que funciona de forma bem transparente". O aplicativo, que precisa ser baixado nos dispositivos usados pelas crianças ou adolescentes — smartphones, tablets e desktops —  permite que o responsável bloqueie sites e conteúdos inadequados, monitore as atividades nas redes sociais e defina um limite de tempo permitido para o uso do dispositivo, entre outros.

A pedagoga pontua que, para garantir a segurança dos mais novos na rede, a proposta não é excluir o acesso à internet, algo que já faz parte das novas gerações, mas sim que seu uso seja moderado e equilibrado, com incentivo de outras atividades, fora do universo tecnológico, como colônias de férias e saídas com os amigos.
Foto: Acervo pessoal 
Sempre com supervisão
A advogada Nayla Chaves optou pelo acompanhamento próximo da filha, Giovanna Chaves, de nove anos, durante os momentos em que ela utiliza internet, sempre com o celular da mãe. "Desde que ela é pequena, ela nunca usa só. Alguns pais dão tablets, smartphones, mas a Giovanna tem um celular simples, que só liga e não tem acesso à internet. Então, ela sempre usa o meu telefone, comigo, com supervisão", afirma.

Para a advogada, esse monitoramento do conteúdo e do tempo de uso garante mais segurança para a filha, que utiliza o dispositivo para lazer e estudo. "Eu sei os momentos em que ela está utilizando, os sites que ela acessa. Ela utiliza para jogos que eu, previamente, autorizo e acessar o YouTube Kids, que tem desenhos animados. Não deixo que ela acesse redes sociais e blogs ou faça pesquisas livres, apenas quando é para atividades da escola, mas sempre determino o tempo que ela usa", afirma.

A preocupação com a segurança durante acesso da pequena sempre esteve presente, desde que ela começou a utilizar a internet. "É muito da educação que a gente escolheu dar. Acho que isso vai acontecer, essa liberdade maior, quando ela tiver um pouco mais de maturidade para entender o perigos que a internet pode oferecer", finaliza.

Dicas

Para os pais e responsáveis que desejam aprender mais sobre os riscos da internet e como proporcionar mais segurança a crianças e adolescentes, é possível encontrar, na rede, guias que ajudam na tarefa. Veja abaixo alguns deles, elaborados pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entidade sem fins lucrativos que atua na área de segurança na internet.


Guia Internet Segura para crianças

Guia Internet Segura para pais e responsáveis de crianças
 
Guia Internet com Responsa para pais e responsáveis de adolescentes

Guia #FIKDIK para adolescentes