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17 NOV 2017

Evento debate futuro da Internet no Brasil


IP News - 16/11/2017 - [gif]


Autor: Caio Alves
Assunto: VII Fórum da Internet no Brasil

Programação terá debates cruciais para a consolidação e expansão de uma Internet cada vez mais diversa, universal e inovadora no país.

Sob o tema “Moldando seu futuro digital”, a 7ª edição do Fórum da Internet no Brasil teve início na última terça-feira (14) com reflexões de renomados especialistas e pioneiros da rede sobre o presente, passado e futuro da Internet no Brasil. Realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o evento promove até esta sexta-feira (17), no Rio de Janeiro, debates cruciais para a consolidação e expansão de uma Internet cada vez mais diversa, universal e inovadora no Brasil – entre eles, a audiência pública sobre a estrutura de governança da Internet no País.

Representantes dos setores governamental, empresarial, científico e tecnológico, terceiro setor e usuários da Internet reuniram-se nesta terça (14) em atividades auto-organizadas no chamado “Dia Zero” e para a abertura oficial do evento. Em sua fala inicial, o coordenador do CGI.br, Maximiliano Martinhão, destacou o novo formato do Fórum da Internet, que tem a programação formada por workshops propostos pela comunidade Internet. “Foram 78 propostas recebidas e 21 workshops selecionados. É a primeira vez que fazemos esse procedimento esperando ter uma grande adesão e participação dos diferentes setores”, enfatizou. Martinhão reforçou ainda a importância de participação de jovens brasileiros no evento por meio do programa Youth@ForumBr, realizado pelo CGI.br.

Também esteve na mesa de abertura o professor Marcos Dantas (CGI.br), que questionou o modelo de negócios das plataformas baseado na coleta massiva de dados, reforçando a importância de regulação no setor. Em seguida, Flávia Lefèvre (CGI.br) reforçou a importância da audiência pública na sexta-feira (17). “Nosso maior e imediato desafio, que deve contar com o envolvimento de todos, é preservar o caráter multissetorial da governança da internet, como princípio fundamental que está expresso no Marco Civil da Internet”, ressaltou. Henrique Faulhaber também deu as boas-vindas ao público, ressaltou a qualidade dos workshops selecionados e também enfatizou a importância da participação dos jovens nas discussões promovidas no evento.

Presente, passado e futuro

No painel “Presente, Passado e Futuro da Internet no Brasil”, moderado por Flavio Wagner (UFRGS), Liane Tarouco (UFRGS) promoveu uma reflexão sobre a mudança de paradigmas provocada pela Internet. “A rede mudou as nossas vidas. Não só a maneira como estudamos e trabalhamos, mas a maneira como pensamos. Queremos sempre a informação mais atual e precisa, não nos contentamos mais com ‘achismo'”. Ela também reforçou a importância do caráter livre e aberto da rede. “Nossa geração precisa de uma Internet livre, leve e solta, sem regras excessivas e sem custos excessivos”, recomendou.

Em concordância, Demi Getschko (NIC.br e CGI.br) relembrou o início do “.br”, quando as relações se davam de maneira informal. “Essa cooperação aberta é um dos grandes patrimônios que temos desde o começo e que precisa ser preservado. Desejamos que a rede consiga manter no futuro tudo o que conquistou no passado”, concluiu.

Durante o painel, os desafios para o futuro da rede foram apresentados por Carlos Afonso (NUPEF e ISOC Brasil). “Enquanto estamos conversando, caçadores de criptomoedas instalam scripts no seu computador para minerar moedas. Diálogos de troca de chaves de dispositivos Wi-Fi são expostos, algoritmos são usados para decidir contratações e demissões, liberar ou recusar créditos. A superinteligência mecatrônica em rede avança como uma séria ameaça a humanidade”, listou.

Tadao Takahashi (membro do Internet Hall of Fame da Internet Society) relembrou os principais fatos da história da Internet no Brasil e concluiu que “é possível que essa edição do Fórum seja histórica”. Na opinião dele, a audiência pública que acontecerá na sexta-feira (17) é um dos eventos mais importantes em andamento sobre a área.

Em complemento, Ronaldo Lemos (ITS Rio) enfatizou que foram acertos fundamentais a criação da RNP, a decisão de que a Internet não fosse tratada como serviço de telecomunicação, a forma como o CGI.br foi criado e depois institucionalizado, o Marco Civil da Internet e a realização do NETmundial. “Mesmo num momento difícil para o País, ainda temos um prestígio internacional muito grande, justamente pela quantidade de acertos na governança da Internet no País. Os valores que levaram a esses acertos ainda estão entre nós”, pontuou. Mencionando o Decálogo de Princípios do CGI.br, concluiu que “é cada vez mais importante proteger e promover esse conjunto de princípios, que deve servir de referência.”