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30 JUN 2008

Esperança no combate ao spam






JB Online - 30/06/2008 - [ gif ]
Assunto: Indicadores

Órgão recomenda uso de diferentes servidores para e-mails originais e encaminhados

O conselho do Grupo de Trabalho Antiabuso de Mensagens (MAAWG, no original em inglês) fez novas recomendações, no fim da semana passada, para que os servidores consigam controlar a quantidade de lixo eletrônico que chegam em nossas caixas de entrada todos os dias. O principal pedido é que os provedores usem diferentes servidores para e-mails recebidos e encaminhados. Também recomenda bloquear a porta - conhecida como porta 25 - pelo qual o spam viaja.

Para Richard Cox, do grupo anti-spam do Reino Unido, Spamhaus, as orientações podem ser implementadas ainda este ano.

- Estas recomendações são muito importantes e, vindas de um órgão tão respeitado, não há desculpa para não segui-las - sustenta.

Estima-se que mais de 90% dos e-mails são spam. Pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) mostrou que, no ano passado, a proporção dos internautas que relataram algum tipo de problema de segurança na rede foi de 29%, um aumento de três pontos percentuais anuais em relação aos dois estudos anteriores.

A pesquisa indica que esta proporção aumenta segundo o grau de instrução e renda do usuário, mas, mesmo que as orientações sejam adotadas pela maioria dos servidores, peritos consideram que é pouco provável que as pessoas notem uma redução drástica do spam a curto prazo.

- Alguns servidores estarão sempre escancarados, mesmo que consigamos fechar a porta 25 - explicou Matt Sergeant, um tecnólogo anti-spam da empresa de segurança MessageLabs.
- Mas isto não significa que não vale a pena ser feito. Se não levarmos a idéia adiante, o volume do spam aumentará.

A primeira recomendação do MAAWG pede a separação entre e-mails originais e aqueles que são encaminhados.

- Quando a correspondência é encaminhada, é comum que spams e vírus também sejam transmitidos - conta Sergeant.

A maior parte dos problemas de segurança registrados no ano passado refere-se a ataques de vírus: cerca de 94% de todos os problemas citados, segundo internautas. O uso do antivírus como medida de segurança foi mencionada por 75% dos entrevistados com computador em casa.

É um número pequeno, se considerado que esta é uma medida de segurança básica. Mas é superior ao registrado em 2006, quando a prática era adotada por 70% dos internautas

A distinção entre e-mails originais e encaminhados evitará que o remetente do e-mail seja associado ao spam.

- Ela dará, aos destinatários, a capacidade de reconhecer o spam e rejeitá-lo - acrescentou Cox. Botnets
A segunda recomendação analisa a questão dos chamados botnets - redes de computadores que foram dominadas por hackers, para enviar spams e software maliciosos. A MessageLabs calcula que mais de 90% dos spams são enviados via botnets. No estudo do NIC.br, 69% dos internautas que receberam spam apontam o gasto desnecessário do tempo com sendo principal problema.

O transtorno causado pelo conteúdo impróprio ou ofensivo vem a seguir, com 33%; 21% dos entrevistados afirmam ter enfrentado problemas com perdas de e-mail ou arquivos importantes; e 10% reclamaram do custo com problemas menores, como programas de proteção anti-spam e tempo de conexão.

O curioso é que 20% dos usuários que recebem spam, gostam.

A idéia de bloquear a porta 25 não é nova, mas ganhará novo impulso agora que foi oficialmente delineada pela MAAWG, aponta Cox. Um certo número de servidores nos EUA - de onde, historicamente, originam-se a maior parte dos spams - já implementa o bloqueio.

Mas Sargeant diz acreditar que os spammers são obrigados a permanecer à frente das tentativas de limitar a sua influência.

- Eles terão menos servidores para usar, mas simplesmente desenvolverão programas mais rápidos - completa.