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21 MAI 2008

Cresce uso da web em compra empresarial






Valor Econômico - Empresas & Tecnologia - 21/05/2008 - [ gif ]
Autor: Adilson Fuzo
Assunto: Indicadores

A internet firmou-se há bastante tempo como um canal para as empresas venderem seus produtos ao consumidor, mas nos últimos tempos também tem sido mais utilizada pelas companhias para fazer suas próprias compras. É isso o que revela uma pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação Ponto BR (NIC.br). Segundo o levantamento, cujos dados foram coletados em 2007, já chega a 64% o percentual de empresas que realizam pelo menos parte de suas compras pela web. No ano anterior, esse grupo representava 52% das empresas consultadas.

Segundo a entidade, que funciona como braço executivo do Comitê Gestor de Internet no Brasil, 45% das empresas realizam algum tipo de venda pela rede mundial, sendo que 42% desse grupo o fazem via e-mail e 21%, por meio de formulários na web. O estudo envolveu 2,3 mil empresas com dez funcionários ou mais.

"É uma evolução esperada. Seria estranho que essas empresas tivessem acesso à rede e não a usassem para fazer compras", diz Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br. "Vale lembrar também o caso das empresas que usam a internet para fazer a pesquisa de uma determinada compra e comparar preços, mas depois vai até a loja observar melhor o produto pessoalmente antes de fechar negócio."

O estudo mostra que 95% das empresas com dez funcionários ou mais usam computadores. Desse total, 97% dispõem de acesso à internet e 46% têm seu próprio site na web.

O cenário mostrado pela pesquisa também indica que, apesar das tentativas de popularizar os programas de código aberto, a presença desse tipo de software não mostrou evolução no meio empresarial. Em 2007, 28% das empresas adotavam esses programas - que podem ser modificados livremente e estão disponíveis de graça na web - como seu sistema operacional. É o mesmo percentual registrado pelo NIC.br em 2006.

Entre as empresas que escolheram o software de código aberto, 58% declararam que o empregam apenas nos servidores, os computadores que administram os recursos em uma rede. Outra fatia, de 12%, disse usar os programas nos chamados clientes, os PCs que ficam na mesa dos usuários. Apenas 28% das empresas afirmaram usar o software como servidor e cliente simultaneamente.

"A explicação para isso é que é muito mais fácil usar o software livre em servidores, ou seja, em máquinas centrais, do que na máquina cliente. No ambiente da população em geral, a informação que circula ainda é muito dominada pelo software proprietário", diz Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br. "Por outro lado, é muito mais fácil para os técnicos avaliar as vantagens de uma ferramenta livre. Este fenômeno (a popularização do software livre) vai acontecer do centro para a beirada, e não da beirada para o centro."

A pesquisa mostra que o uso do software livre cresce à proporção em que aumenta o porte das companhias. Entre as empresas que empregam de 10 a 49 funcionários, 24% informaram usar o sistema operacional de código aberto. Esse grupo sobe para 61% quando são observadas as empresas que empregam mais de 250 pessoas.

O uso de serviços de governo eletrônico consolidou-se: 89% das companhias disseram que usam a internet para acessar serviços públicos, como consultas ao FGTS (64% da mostra) e ao cadastro de inscrições estaduais (62%).

A escassez de profissionais especializados em tecnologia da informação, uma reclamação em muitas empresas, também foi detectada na pesquisa. De acordo com o levantamento, 20% das empresas brasileiras com dez funcionários ou mais tentaram contratar especialistas em TI em 2007, um percentual superior aos 17% do ano anterior.

Entre um ano e outro, cresceu de 28% para 38% a fatia de empresas que lidaram com dificuldades ao recrutar os profissional procurados. A falta de qualificação específica ainda é apontada pela maioria das empresas (79%) como o principal empecilho para a contratação, seguido por falta de experiência no ramo (69%) e pretensões salariais altas (58%).