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05 ABR 2017

Como garantir a segurança de jovens e crianças na internet


Inova.jor - 04/04/2017 - [gif]


Autor: Mariana Lima
Assunto: Indicadores

Quais conteúdos as crianças podem ou não devem acessar na Internet? Quais são os riscos e as oportunidades que o contato direto com a tecnologia trazem à vida de adolescentes? De quem deve ser a responsabilidade da segurança de crianças e adolescentes no mundo online?

Essas questões permeiam a cabeça de milhares de país e responsáveis de crianças e adolescentes, que gastam horas diárias em atividades totalmente online.

O assunto foi tema de debate no evento Crianças e adolescentes na era digital: novas perspectivas para as políticas públicas, criado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em parceria com Unicef SaferNet.

Pesquisas

A discussão destacou a necessidade de o País investir em pesquisas quantitativas e qualitativas sobre o uso da internet por crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos.

Segundo a SaferNet, por exemplo, nos últimos 10 anos, 13 mil crianças e adolescentes registraram casos de violência pela internet no Brasil.

Dentre os casos de envio de nudez sem autorização e intimidação sistemática, 70% foram denunciados por meninas. O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) desenvolve um estudo mais detalhado sobre o tema.

“Nas pesquisas que fizemos, vemos que os crimes na internet estão muito relacionados à questão de gênero”, diz Maria Eugenia Sozio, membro da equipe de pesquisa do Cetic.br. “Podemos usar dados mais aprofundados para incentivar novas pesquisas e políticas públicas específicas.”

Experiência global

Criado na Inglaterra com a expectativa de se tornar uma plataforma global, o Global Kids Online tem por objetivo levantar dados sobre o uso de internet por adolescentes e crianças pelo mundo.

Liderado pela professora inglesa Sonia Livingstone, o projeto quer servir de base para a construção de políticas públicas em diferentes regiões do globo.

“Todos os governos querem ter em mãos evidências antes de criar suas políticas públicas. Mas poucos investem nessa pesquisa. Por isso firmamos parcerias com universidades e com a Unicef, que ajuda no financiamento do levantamento de dados”, diz Livingstone.

Acompanhamento

Para a especialista, um dos principais erros é acreditar que, por serem considerados nativos digitais, crianças e adolescentes não precisam de orientação para usar a internet.

“O erro aí é claro porque, apesar de acharmos que muitas vezes eles nos ensinam a usar as ferramentas, somos nós, adultos, que precisamos ajudá-los a entender essa avalanche de informações que a internet traz”, completa a especialista.

Empoderamento digital

Em relação à segurança, a especialista sugere empoderar os mais novos para que eles compreendam os riscos que correm ao usarem internet.

“É muito comum os pais tomarem para si a responsabilidade de cuidar do que é visto, mas esses jovens passam muito tempo ligados à internet e os adultos não conseguem acompanhar” diz.

Livingstone explica que a estratégia comum de ameaçar as crianças dizendo que certos usos da internet podem acarretar em incidentes como sequestros ou mortes delas pode diminuir também possibilidades de aprendizado.

“Estimular o medo não é uma boa saída. O que os pais e professores precisam fazer é ensiná-los a se defender na internet, como fazem na vida real”, conclui.